RESUMO O artigo problematiza o ideário e a prática contemporâneos do Projeto Urbano, enfocando a Operação Urbana Consorciada (OUC) Porto Maravilha, Rio de Janeiro. A evolução dessa intervenção de 2009 até o presente permite argumentar que os descompassos entre planos e projetos que configuram a política urbana carioca impediram o desenvolvimento de uma escala local para a área de interesse dessa OUC, e seu Projeto Urbano. Identificando eventos, processos e resultados ambientais, evidencia-se a condição excludente e desigualdades socioterritoriais na área, obstando a escala local.
Com as modificações na dinâmica produtiva a partir da década de 1980, as cidades realocaram as atividades dos setores secundário e terciário, transformando a paisagem construída em áreas concentradoras de atividades de serviços, localizadas em edifícios corporativos. Este artigo aborda, em perspectiva comparada, duas capitais latino-americanas, o eixo Avenida Engo. Luís Carlos Berrini, em São Paulo (Brasil), e Porto Madero, em Buenos Aires (Argentina). A comparação se fundamenta na avaliação da experiência do projeto urbano, na aplicação de instrumentos urbanísticos que permitem captar recursos financeiros, na qualidade do espaço público e ainda na análise de segregações, rupturas dos tecidos urbanos pré-existentes, acessibilidade e infra-estrutura. Analisa-se a compatibilidade dos instrumentos legais existentes para a regulação dessas dinâmicas com a prática do urbanismo contemporâneo e seus efeitos no ambiente construído.
RESUMO O Plano Bilbao Biscaia Next, ou Bilbao 45, para os municípios da região metropolitana de Bilbao e outros, distantes até 45 minutos da capital biscaina, considerados chave à especialização inteligente, é uma proposta multiescalar e um Plano Estratégico de desenvolvimento urbano e regional, articulado a Projetos Urbanos Estratégicos. A evolução metodológica, conceitual e prática da recuperação urbana de Bilbao, de 2001 a 2017 revela uma busca em superar a visão dos Projetos Urbanos como intervenção setorial, em direção de intervenções multiescalares e policêntricas, integrando-se a projetos urbanos e a um planejamento socioeconômico e territorial. O artigo expõe as razões e características do Plano, apresenta seus objetivos e métodos, e sinaliza potencialidades e fragilidades, identificando desafios de implementação, a despeito da concepção policêntrica e reticular que o motivam.
Assiste-se ao desenvolvimento em rede da economia em âmbito urbano-regional, e uma importante questão reside em como as cidades vêm enfrentando o esvaziamento e a desfuncionalidade econômica, fruto de processos de desindustrialização ou de uma nova localização industrial periurbana, e de como tais fenômenos são compreendidos pelo planejamento e enfrentados por planos e Projetos Urbanos. Sistemas em rede articulam atividades em âmbito urbano-regional, procurando a complementaridade da indústria tradicional e de novas formas de economia, economia criativa e atividades 4.0 (TIC), suprindo tanto as capitais como as áreas ou regiões metropolitanas. Ao mesmo tempo em que se busca uma compensação para a desconcentração industrial nos centros urbanos, e que periferias e bordas acolhem polígonos e tecidos industriais, pela proximidade aos principais eixos de escoamento e vantagens logísticas, desequilíbrios e desigualdades socioterritoriais são gerados em escala regional e local, na medida em que a economia encontra modos de reprodução e localização envolvendo populações e especificidades sociofuncionais. Discute-se a concepção de planos e Projetos Urbanos, sobretudo dos parques tecnológicos urbanos, a fim de alcançar novas expressões da economia e atração de empresas de TIC em centros urbanos com áreas em deterioração, a exemplo dos projetos para Zorrozaurre (Bilbao, Espanha) e Parque dos Patrícios (Buenos Aires, Argentina). Os resultados evidenciam as relações de planos e Projetos Urbanos com áreas periurbanas e regiões metropolitanas, o papel desses projetos para a economia urbano-regional em rede, seus principais ganhos e descompassos, e desafios à atividade planejadora para atender às carências socioterritoriais em áreas em transformação.
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