EditorialEste número da Revista Psicologia Clínica traz discussões sobre algumas psicoterapias e sobre problemáticas da infância em seus mais diversos aspectos. Composto por 12 artigos divididos em duas seções, uma temática e outra livre, o volume 26.2 traz também contribuições de dois autores internacionais, como vimos fazendo nos últimos números.Abrindo a seção temática e envolvendo a discussão sobre intervenções na infância, Paula Lampé Figueira e Luciana Vieira Caliman assinam o artigo Considerações sobre os movimentos de medicalização da vida, no qual realizam uma análise da relação entre os saberes biomédico e pedagógico na construção da concepção de infância normal/anormal. Nas duas últimas décadas, o investimento em pesquisas que investigam o funcionamento cerebral tem ampliado significativamente o conhecimento cientifico das interações entre o físico e o psicológico e sustentado fortemente a cultura somática. Nesse processo, diagnósticos psiquiátricos se tornaram dispositivos importantes na explicação e intervenção dos processos de escolarização considerados problemáticos. No percurso teórico investigado, destaca-se como a combinação entre as ciências biomédicas e a educação marcou e tem marcado as práticas de intervenção sobre os problemas enfrentados pelas crianças ao ingressarem na escola.A seguir, mais especificamente sobre a formação de psicoterapeutas de TCC, o artigo Instrumento de apoio para a primeira entrevista em psicoterapia cognitivo-comportamental, de Sheila Giardini Murta e Sheila Giovana Morais Rocha, apresenta um instrumento para uso por estagiários de Psicoterapia Cognitivo--Comportamental na primeira sessão individual. O instrumento é apresentado na forma de uma lista de checagem, contendo aspectos a serem abordados no decorrer da sessão, além de questões abertas sobre a vivência emocional e autoavaliação do desempenho na sessão. Também são discutidos achados de pesquisa em psicoterapia que fundamentam o instrumento e sugeridos estudos para avaliação de seu potencial didático na formação de psicoterapeutas.Também versando sobre psicoterapia, mas com um viés psicanalítico, o artigo Reflexões sobre holding e sustentação como gestos psicoterapêuticos, de Clarissa Medeiros e Tania Maria José Aiello-Vaisberg, se insere em um conjunto de pesquisas que indicam que mudanças clínicas significativas, consistentes e duradouras podem ser alcançadas quando o paciente pode usufruir de uma experi-
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O número 26.1 da Revista Psicologia Clínica traz 12 artigos (10 nacionais e 2 internacionais) divididos em duas seções. A seção temática deste volume versa sobre as Subjetivações contemporâneas, iniciando com o artigo de Daniel B. Portugal, Julia Salgado e Marcos Beccari, intitulado Um cisne, duas forças: sobre apolíneo e dionisíaco na ética do consumo. Nesse texto, os autores procuram analisar uma possível cisão na ética contemporânea servindo-se do modelo das forças conflituosas do apolíneo e do dionisíaco conforme propostas por Nietzsche. Analisam e destacam as orientações éticas relacionadas ao consumo e os conflitos subjetivos a elas relacionados. Para realizar tal estudo, usam como ponto de partida uma análise do filme Cisne Negro de Darren Aronofsky, que traz à tona questões centrais para a análise que se propõem realizar, complementando-o, ainda, com outras referências literárias e publicitárias. Em uma visada mais clínica, o artigo seguinte, Violência e família: possibilidades vinculativas e formas de subjetivação, de Anamaria Silva Neves, Layla Raquel Silva Gomes e Lorena Candelori Vidal, apresenta estudos realizados, a partir do atendimento psicoterápico de base psicanalítica, com mãe e filha de uma família que tem a violência como principal elemento articulador de sua história. Para as autoras, essa análise possibilitou um olhar diferenciado sobre o sujeito contemporâneo e suas estratégias para lidar com a questão do desamparo. A família apresentada ilustra como o vínculo se estabelece e se mantém através de um acordo inconsciente imposto ou mutuamente concluído. Trata-se de um conluio que possibilita a continuidade dos investimentos e dos benefícios ligados à subsistência do contrato narcísico. Os sujeitos, imbuídos da relação violenta, retratam que, ao tentar escapar do enfrentamento da violência fundamental, se lançam ao desamparo. Deste modo resta-lhes a destruição do outro como alternativa para afirmação da singularidade e alívio de sua tensão pulsional. Também com referencial psicanalítico, o artigo de Daniela Bueno de O. A. de Godoy e José Francisco M. H. Bairrão, O método psicanalítico aplicado à pesquisa social: a estrutura moebiana da alteridade na possessão, tem por finalidade explorar possibilidades de aplicação do método psicanalítico além da prática clínica, propondo uma interpretação topológica lacaniana do fenômeno da possessão na umbanda. Os autores pretendem apreender o sujeito para além do psiquismo individual, de forma que o espaço subjetivo compreenda-continuamente-a
O número 27.1 da Revista Psicologia Clínica destaca a clínica ampliada, trazendo discussões sobre saúde mental e institucionalização no Brasil e em Portugal. Reunimos 13 artigos em duas seções. A seção temática é composta de 6 artigos e a seção livre de 7. Neste volume, apresentamos quatro artigos internacionais. O artigo que inicia a seção temática, Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios atuais, de autoria de Maria Cristina Ventura Couto e Pedro Gabriel Godinho Delgado, analisa determinantes da inclusão tardia de crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira e descreve ações prioritárias escolhidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no começo do século XXI, para iniciar o processo de construção de redes de cuidado nessa área. Ressaltam-se a criação dos CAPSi e o direcionamento intersetorial como ações-chave para alavancar a montagem de uma rede pública ampliada de atenção de base territorial, capaz de acolher as diferentes ordens de problemas envolvidos na saúde mental da criança e do adolescente e ampliar o acesso ao cuidado nessa área.9 Em seguida, o artigo Acolhimento institucional de crianças e adolescentes em Aracaju discute pesquisas realizadas sobre a execução do acolhimento institucional de crianças e adolescentes na capital do estado de Sergipe (Brasil). As autoras, Fernanda Hermínia Oliveira Souza e Leila Maria Torraca de Brito apontam que as instituições de acolhimento do município ainda não cumprem todas as diretrizes propostas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para esse tipo de medida protetiva, o que acarreta a violação de certos direitos das crianças e adolescentes. Esse trabalho destaca importantes problemas na execução do acolhimento institucional e a necessidade de se oferecer modalidades de proteção à infância e à juventude que valorizem a família e evitem a aplicação da medida de acolhimento institucional. Ainda na linha da discussão sobre efeitos da institucionalização, temos o artigo Desafios da autonomização: estudo das transições segundo jovens adultos ex-institucionalizados, uma contribuição de João Pedro M. Gaspar, Eduardo J. R. Santos e Joaquim Luís M. Alcoforado, pesquisadores da Universidade de Coimbra, instituição que mantém importante intercâmbio com o Programa de Psicologia Clínica da PUC-Rio. Esse artigo apresenta resultados de uma investigação centrada nas transições de jovens adultos que viveram um longo período
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