Resumo:No artigo apresentado, trabalhamos com O Povo de Jules Michelet, estudando as suas perspectivas históricas, sua metodologia, e as relações com o período de formação da história como disciplina, no século XIX. Para compreender o pensamento do autor, descartamos uma concepção anterior do historiador como positivista, analisando seu pensamento pela sua obra e alguns trabalhos relacionados às suas concepções teóricas da história. Operação feita por meio da análise da obra de Giambattista Vico, Scienza Nuova (Nova Ciência), pensador italiano do século XVIII que trabalhou com a construção de uma nova forma de estudar a ciência do homem, em oposição ao método experimentalista de Descartes e Newton. Assim, apresentando uma proposta de análise cultural, de estudos dos povos e costumes. Também consideramos outros elementos do momento histórico da criação de O Povo, como entendimentos de "povo" do pensamento alemão, o Volksgeist (Espírito do Povo), além da noção específca de Pátria, como nas ideias de "França e AntiFrança". Desse modo, revisitando Michelet como mais do que simplesmente um "positivista", mas um pensador dentro de seu tempo que também foi original e possuiu outros métodos e enfoques que o distanciaram e o tornaram um historiador bastante particular no século XIX.
O presente artigo tem por objetivo principal analisar a obra autobiográfica Vida y trabajos de Jerónimo de Pasamonte, escrita pelo soldado aragonês Jerónimo de Pasamonte e concluída em 1605, buscando enfatizar aspectos desta que se relacionam com o controle político e religioso que caracterizou o catolicismo tridentino e a Monarquia Hispânica na primeira metade do século XVII. Paralelamente à autobiografia de Pasamonte, a fim de reforçar a linha argumentativa mais ampla que conduz este trabalho, também faremos uma análise histórica de trechos do capítulo XXII do primeiro volume de Dom Quixote, de 1605, por haver neste capítulo a apresentação de um personagem chamado Ginés de Pasamonte, o qual pode ser entendido como uma leitura literária da figura do soldado Jerónimo de Pasamonte, realizada a partir da ótica de Miguel de Cervantes. Servindo-nos de respaldo historiográfico pertinente aos temas abordados, e fazendo uso de metodologia que toma por base a noção de história-problema, pretendemos demonstrar que a vida do soldado Pasamonte e o capítulo XXII de Dom Quixote são expressões de um mundo marcado pelo controle imperial exercido por intermédio de aparatos burocráticos, no que diz respeito à Monarquia Hispânica, e pelo controle das consciências, no âmbito do catolicismo tridentino.
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