Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2016.4.23018 Dos sinais às imagens poéticas: leitura de poesia e crítica do imaginário Resumo: Este trabalho privilegia uma concepção de arte poética que capta os elementos naturais como sinais de extratos mais profundos. Ao revestir as imagens de uma carga simbólica, o poeta promove, segundo G. Bachelard, uma experiência nova com a linguagem e faz renascer um novo psiquismo, além de sobrepor mundos diversos e cruzar experiências passadas e futuras. A provocação ao desenvolvimento desse tema vem dos poemas "Poetas e insetos", "Falcões" e "As formas prisioneiras", de Dora Ferreira da Silva (1918Silva ( -2006. Nessa poeta, a conversão de sinais em símbolos operada pelo texto poético encontra ressonância nas teorias de Jung e Durand, que compreendem o símbolo -resultado da cultura e das pressões subjetivas -como responsável pelo dinamismo do objeto artístico, cujo sentido é incessante. O encaminhamento desse estudo se faz por meio de análises dos poemas, conceitos sobre imagem e símbolo e de um percurso sobre a história do imaginário no ocidente.
Palavras-chave:Imagem; símbolo; Dora Ferreira da Silva; Bachelard; Jung Abstract: This work focuses on a conception of poetic art which captures the natural elements as deeper signals of extract. By covering the images with a symbolic load, the poet promotes, according to Bachelard, a new experience with language and revives a new psychism, besides overlapping diverse worlds and crossing past and future experiences. The provocation to the development of this theme comes from the poems "Poetas e insetos", "Falcões" and "As formas prisioneiras", by Dora Ferreira da Silva (1918Silva ( -2006. In this poet, the conversion from signals into symbols operated by the poetic text finds resonance in the theories of Jung and Durand, who comprehend the symbol -the result from culture and subjective pressures -as responsible for the dynamism of the artistic object, whose meaning is incessant. The development of this study is made through the analyses of the poems, concepts of images and symbol and an overview of the history of the imaginary in the West.Keywords: Image; symbol; Dora Ferreira da Silva; Bachelard; Jung
Poetas e insetos"O artista caminha por atalhos e desvios, longe da estrada principal. Então, ele descobre o que falta na estrada principal, o que falta aos homens", escreve Carl Gustav Jung em conferência de 1922, intitulada "Relação da psicologia analítica com a obra de arte poética" (JUNG, 1991, p. 71). É assim, sem mapas e sem roteiros, seguindo os sinais da natureza e do inconsciente, palmilhando caminhos inseguros e inusitados, zonas obscuras da imaginação, que o poeta faz ressoar por meio da palavra consciente as imagens simbólicas, estabelecendo po...