ResumoDiscute pesquisa sobre necessidades formativas de docentes universitários. Entende necessidade como distância entre uma situação real e uma ideal, nos níveis subjetivo e objetivo (Benedito;Imbernón;Félez, 2001). Utilizou-se de questionário, com perguntas fechadas e abertas, aplicado a docentes recém-admitidos numa universidade pública. Os resultados contrapõem-se às demandas dos professores (nível subjetivo), voltadas notadamente para a dimensão técnica, a necessidade de a formação continuada considerar as características da universidade no/do mundo atual (nível objetivo), exigindo da função docente competência técnica e científica e atuação em dimensões igualmente importantes, como a cultural, a ética, a estética, a tecnológica, a ambiental.Palavras-chave: ensino superior; necessidade de formação profissional; formação continuada de professores.
Este artigo problematiza a construção de práticas pedagógicas inter/multiculturais no Ensino Fundamental, em contraponto com a concepção de saberes docentes. Para tanto, analisa resultados de duas pesquisas, oriundas de teses de doutorado, ambas versando sobre práticas pedagógicas de docentes que se propunham a trabalhar na perspectiva inter/multicultural. Propõe que, para desenvolver os conteúdos escolares inter/multiculturalmente, não basta que o docente construa e acione saberes, entendidos na perspectiva racional; é preciso que tais saberes sejam conjugados com crenças e valores coerentes com esse tipo de atuação, o que requer uma autopercepção mais honesta por parte dos professores. Além disso, o artigo defende que a discussão dos saberes docentes muito se relaciona à dimensão ética — a ética do humano, do ser-mais —, na direção da universalização de mínimos éticos visando à preservação da dignidade humana. Finalmente, tece considerações a respeito das consequências de tais ideias para a formação de professores e para a formação de seus formadores.
Macro e micro regulações da/na escola: avaliações externas em foco educação | Santa Maria | v. 42 | n. 1 | p. 99-112 | jan./abr. 2017 O objetivo é analisar as visões de um grupo de diretoras acerca dos efeitos das avaliações externas no cotidiano escolar, que expressavam as formas pelas quais elas se apropriavam dessas macro regulações, traduzindo-as em micro regulações que compunham a organização de suas escolas. O texto se baseia em uma pesquisa qualitativa e exploratória realizada com 65 diretoras de escolas públicas do estado de São Paulo. O instrumento foi um questionário on line respondido quando as diretoras estavam participando de um curso de especialização oferecido por uma universidade pública, em convênio com o MEC, na Modalidade a Distância. A tematização dos dados evidenciou que as micro regulações podem ter um caráter de resistência, ampliando o escopo da autonomia da escola, ou, ao contrário, reacionário, fortalecendo a lógica das regulações externas. PALAVRAS-CHAVE: Avaliações externas; Diretoras de escola; Micro regulações.The aim is to analyze the visions of a group of principals on external evaluation effects in school routines, which expressed the ways they incorporated such macro regulations, translating them into micro regulations that composed the organization of their schools. The text is based on a qualitative and exploratory investigation carried out with 65 public school principals at the state of São Paulo. The instrument was a questionnaire answered by the principals when participating in an on line specialization course offered by the Education Ministry, managed by a public university. The theoretical discussion of the data have evidenced that the micro regulations may have a resistance character, broadening school autonomy scope, or, on the contrary, a reactionary one, enhancing the external regulations logic. AbstractResumo
Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia 1. Educação 2. Docência 3. Gestão 4. Políticas Públicas I. Título CDD-370 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores www.poisson.com.br
O trabalho objetiva analisar as repercussões de políticas públicas e determinações legais sobre escolas públicas de Ensino Fundamental do estado de São Paulo, na visão de suas diretoras. Advém de pesquisa qualitativa, realizada por meio de questionário aplicado a 65 diretoras que em 2015 cursavam Especialização em Gestão Escolar na modalidade Educação a Distância, oferecido pela UFSCar em convênio com o MEC. Este texto aborda o Programa Dinheiro Direto na Escola, o Projeto Político-Pedagógico, a Base Nacional Comum Curricular e as avaliações externas. Os resultados obtidos indicam a presença de uma visão positiva das políticas e normativas por parte das diretoras, sinalizando certo alinhamento com o discurso oficial, o que se evidenciou por meio de microrregulações produzidas na dupla relação da escola com o Estado e com a comunidade, e reveladas nas respostas ao questionário. A análise das relações escola-Estado indica a existência de uma autonomia decretada (BARROSO, 1996), entendida como o conjunto de normas estabelecido por órgãos superiores responsáveis pela administração da educação que define as margens de liberdade de ação das unidades escolares. Já a visão das relações entre escola e comunidade mostra a participação vista como recurso gerencial (NOGUEIRA, 2011), no sentido de solidarizar governantes e governados reduzindo atritos entre ambos. Dessa forma, vê-se um tipo de racionalidade que atravessa essas relações de uma ponta a outra, caracterizada por uma direção de “mão única”: a escola servindo ao Estado e a comunidade servindo à escola, com vista à eficiência e eficácia do trabalho escolar. Do conjunto dos resultados depreende-se a ideia de que os elementos da chamada nova gestão pública vão sendo inseridos no modelo burocrático, que permanece vigoroso, gerando uma sinalização ambígua, confusa, em termos dos rumos e da forma de agir das escolas e de seus atores.
O objetivo deste ensaio é tecer relações entre currículo e gestão no âmbito da escola, sem desconsiderar o plano maior da política educacional em que se insere. Defende-se a escola pública como protagonista da recontextualização de políticas públicas e capaz, portanto, de construir relações genuinamente democráticas entre currículo e gestão. Considera-se que o currículo em ação com vistas à emancipação humana vincula-se diretamente aos conceitos de democracia e de cultura, na perspectiva da interculturalidade. Entende-se a função administrativa / gestora tanto na dimensão concernente à administração escolar propriamente dita quanto na dimensão pedagógica, visto que a razão de ser, ou o fim por excelência da escola é a educação dos estudantes, o que a dota de finalidade e natureza peculiares e supõe critérios especiais de organização. Tais critérios precisam ser estabelecidos em conformidade com as caraterísticas do trabalho nela desenvolvido, ou seja, o trabalho pedagógico. Considerando-se ser este último da alçada do currículo, fica evidenciada a inevitável existência de relações entre ele e a administração/gestão, ideia que o texto defende e referencia teoricamente. What do you want to do ?New mailCopy What do you want to do ?New mailCopy
ResumoNeste texto analisam-se as dissertações e teses produzidas nos eixos Política e gestão da educação e Currículo, da linha Educação escolar: teorias e práticas, do PPGE-UFSCar, defendidas no período de 2013 a 2017, a partir da reestruturação do programa ocorrida em 2010. Foram selecionadas as 10 dissertações e as duas teses referentes à escola básica pública que, neste artigo, foram agrupadas em três temáticas: gestão, currículo e ensino. A democracia e a justiça foram temas que perpassaram os 12 trabalhos analisados. A democracia, tema recorrente nas produções acerca da gestão educacional e escolar, até por força da legislação, nem sempre tem levado em conta a especificidade da escola como instituição voltada a realizar um trabalho de natureza eminentemente pedagógica. Pensada como cosmovisão, a democracia não pode prescindir da justiça. Isso implica conceber a democracia na escola não apenas pelo ângulo formal/institucional, voltado ao processo de tomada de decisões, seus momentos e lugares, seguindo, em escala reduzida, o modelo de democracia representativa utilizado para a organização política da sociedade. Pensar e fazer democracia na escola implica vivenciá-la, ensiná-la e aprendê-la em âmbito curricular, o que envolve entrar no terreno da cultura escolar e na cultura da escola, ou seja, avançar para além dos aspectos administrativos/gestionários. Palavras-chave: Escola pública. Currículo. Democracia. Justiça. AbstractIn this text, 12 dissertations and theses are analyzed. They were produced at the subareas Educational Politics/ Management, and Curriculum, which belong to the research line: School education: theories and practices -PPGE-UFSCar, produced within 2013-2017. This period followed the program restructuration in 2010. Ten dissertations and two theses referring to basic public schools were selected, being grouped in three themes: management, curriculum and teaching. Democracy and justice were pervasive topics in the twelve works. Democracy,
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