O artigo configura-se como pesquisa de levantamento bibliográfico e analisou mais de 200 dissertações e teses disponíveis nas bibliotecas digitais, defendidas entre 1983 e 2019. Sem o propósito de se configurar como trabalho de estado da arte, trata-se de outro levantamento a partir de fontes outras, somando-se aos levantamentos anteriormente empreendidos. Assim sendo, o artigo destaca os autores mais citados, as tendências teóricas dominantes, os temas mais estudados e aqueles ainda silenciados. A partir dos resultados encontrados, é possível identificar: a) uma forte prevalência da epistemologia da prática como principal vertente epistemológica para a análise desse período; b) inúmeros estudos que apresentam as características desse momento inicial, ressaltando o fato de ser um período marcado por intensas aprendizagens em contextos diversos e adversos; c) a emergência de temas como as relações nessa fase da carreira e os programas de formação inicial; d) a análise de políticas de inserção à docência em algumas redes de ensino. O texto encerra apontando temas ainda silenciados ou pouco investigados, como, por exemplo, as clivagens de raça e gênero como importantes elementos para a compreensão desse momento de iniciação profissional.
Este texto, na tentativa de trazer contribuições para a compreensão do curso de Pedagogia, debruça-se sobre a história do curso oferecido pela Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara, focalizando suas estruturas curriculares. Para tanto, são analisadas as nomenclaturas que compuseram os currículos do curso em suas cinco versões (1959, 1969, 1979, 2000 e 2006), tentando explicar sua configuração à luz dos pressupostos do materialismo cultural, proposto pelo galês Raymond Williams (1921-1988). Nesse sentido, o texto procura mostrar, considerando suas limitações, algumas tensões postas durante os processos de mudança dos currículos, bem como as formas como esses processos se conectam à história do curso de Pedagogia no Brasil; para tanto, se vale, por exemplo, das tensões postas entre a formação do especialista da área educacional e o professor. Finaliza advogando que, além das discussões atinentes à própria configuração do campo científico a ausência de um conhecimento especificamente pedagógico (que aqui passa a ser denominado de conhecimento dominante) pode ser um fator explicativo para as inúmeras crises que marcam a história do curso de pedagogia no Brasil.
ResumoO texto argumenta sobre a centralidade dos métodos de ensino para a formação e a profissionalização docente. Debruça-se em uma análise do currículo de um curso de Pedagogia de uma universidade pública do interior do Estado de São Paulo com o propósito de compreender as maneiras pelas quais as discussões alusivas aos métodos de ensino se fazem presentes nas disciplinas ofertadas. As análises são tecidas à luz do materialismo cultural de Raymond Williams. Advoga a importância de se compreender que, tão relevante quanto o conteúdo a ser ensinado, é a discussão das formas como esse conteúdo é transformado nos cursos de formação inicial. Defende que são eles o elemento que permite distinguir o ofício docente dos demais ofícios de nossa sociedade, dando-lhe, portanto, especificidade.
Palavras-chave:Métodos didático-pedagógicos. Currículo. Profissionalização do docente.
THE TEACHING METHODS, THE CURRICULUM AND TEACHER PROFESSIONALIZATION: WHICH RELATIONS? AbstractThis paper argues about the central place of the teaching methods to teachers formation and professionalization. Addresses an analysis of an Education course curriculum of a public university from the interior of São Paulo State aiming to understand by which ways the discussions regarding teaching methods are presented in the offered subjects. The analysis are made in the light of Raymond Williams cultural materialism. Supports the importance of understanding that the discussion of the means by which the contents are transformed in initial training courses are just as relevant as the content to be taught. Defends that they are the element which allows distinguish teaching labour from others in our society, therefore giving it specificity.
O objetivo deste artigo é problematizar o lugar da matemática na formação inicial de professores da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, foram analisados 25 (vinte e cinco) projetos pedagógicos de cursos de Pedagogia de instituições públicas (federal e estadual) do Estado de Minas Gerais. No processo de análise, uma visão tradicional de currículo foi tensionada a partir de pressupostos do Modelo dos Campos Semânticos e de teorizações pós-estruturalistas de currículo. Sem a intenção de fornecer prescrições curriculares no sentido do que (conteúdos) e do como (metodologias) ensinar matemática, o artigo apresenta discussões e problematizações sobre a localização espaço temporal e localização interna de disciplinas relacionadas a matemática em cursos de Pedagogia e possibilidades de se pensar matemáticas outras neles a partir do que, do como, do para quem e do para que trabalhar com matemáticas em tais cursos.
Este artigo é resultado de uma dissertação de mestrado que teve como problema de pesquisa “Como os livros didáticos voltados aos anos finais do ensino fundamental abordam o tema das relações de gênero e sexualidade? Os livros selecionados foram usados por alunos/as e professores/as do nono ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal da cidade de Ilicínea-MG e tiveram a análise de imagens como foco. As disciplinas escolhidas foram Geografia, Matemática, Língua Portuguesa, Ciências e História. Os resultados deste estudo mostram que os livros didáticos reforçam os estereótipos em torno das relações de gênero; que as análises em torno da sexualidade, quando existem, não são explícitas, ficando, portanto, subentendida a heterossexualidade como a única forma de viver essa dimensão da vida.
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