Cet article vise à analyser la matérialité signifiant du corps dans la relation corps, mémoire et discours à partir des images qui circulent sur l’internet des manifestations dans différents mouvements de résistance social. Ces images constituent notre corpus d'analyse. Notre point de repère théorique et analytique se déroule dans la perspective du matérialisme historique de l'analyse du discours française, à partir de laquelle nous cherchons à observer les mouvements du discours par rapport à la mémoire et les formes pré-construits qui se posent à la frontière entre l’évidence et l'opacité, aussi bien que dans l’imbrication matérielle entre le verbal et le visuel. Nous soulignons que le choix de ce matériau nous a permis, en ce sens, d'analyser la relation d'altérité entre le «soi» et l' «autre» dans la discursivization des manifestations sociales qui s’installe à partir du jeux entre le corps, l'espace, l'idéologie et le discours, mobilisé dans la confrontation entre la mémoire, l'image, le social et le symbolique. Resumo:O objetivo deste artigo é analisar a materialidade significante do corpo na relação corpo, memória e discurso a partir de imagens que circulam na internet de protestos de diferentes movimentos de resistência social. Nosso ponto de ancoragem teórico-analítico se dá na perspectiva do materialismo-histórico da Análise do Discurso de linha francesa, a partir da qual buscamos observar os movimentos dos discursos na relação com a memória e com os sentidos pré-construídos que se colocam na fronteira entre a evidência e a opacidade, bem como na imbricação material entre o verbal e o visual. Sublinhamos que a escolha desse material permitiu-nos, nesse sentido, analisar as relações de alteridade entre o eu e o outro na discursivização dos protestos sociais, que se coloca no jogo entre corpo, espaço, ideologia e discurso, mobilizados no confronto entre a imagem, a memória, o social e o simbólico.
INTRODUÇÃOAs relações entre discurso e enunciação e suas condições de produção e recepção, no contexto do avanço das tecnologias de informação e comunicação, passaram a ocupar novos campos de pesquisas de muitos linguistas e também de alguns analistas de discurso. Um olhar mais atento e minucioso sobre as transformações ocorridas principalmente nas áreas que lidam com a divulgação de notícias, de informação e de conhecimento te sido exigido de pesquisadores que se debruçam sobre as materialidades discursiva, textual e hipertextual que circulam na sociedade.O crescente uso dessas tecnologias contribuiu significativamente para o surgimento de novos gêneros de discurso, principalmente no domínio da internet, através de novos suportes, como a "hipermídia" e o "hipertexto". Assim, o uso de computadores, celulares, câmeras tem provocado alterações nos modos de circulação tanto de informações, ideias, notícias e acontecimentos, possibilitando diferentes condições de produção textual e discursiva, e influenciando, desse modo, as relações entre tempo, espaço, sujeito, discurso e sociedade. Tal como destaca Maingueneau (2015, p. 39):
Este artigo tem por objetivo discutir e analisar os processos de enunciação e as condições de produção do(s) sentido(s) em torno da palavra golpe, que circulou recentemente, na mídia brasileira, envolvendo o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República, no Brasil, em 2016. Para tanto, mobilizamos alguns dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, tendo como ponto de ancoragem teórico-analítica a questão da polêmica, além das noções de heterogeneidade enunciativa, a partir das reflexões de Authier-Revuz (1982, 1984) e de interdiscurso, a partir de Pêcheux (1975), em diálogo com as perspectivas enunciativas trabalhadas por Benveniste (2006 [1974]) e por Guimarães (2002). O corpus de análise é constituído de alguns textos publicados, entre 2015 e 2016, pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a partir dos quais observamos a heterogeneidade discursiva nos processos de enunciação de golpe, buscando explicitar as constantes disputas e os deslocamentos de sentidos construídos sócio-históricamente, no interdiscurso, considerando as diferentes posições-sujeito e as Formações Discursivas (FDs) em jogo.
The purpose of this article is to analyze the signifying materiality of the body in protests scenes in the discursive imbrication of the political in the borders with the social. The theoretical and analytical perspective taken is based on the historical-materialism from the Discourse Analysis of the French line to help in the comprehension of the materiality of body in protests in its relation with history, ideology, memory and discourse. In this sense, the intention is to focus on a specific work by the Zimbabwean artist Dan Halter, considering the meaning effects that slide metaphorically and metonymically to other senses of the body that unfold in different images of the subject (LAGAZZI, 2014a) and help to understand the resistance-revolt-revolution process of the ideological and political class struggle (PÊCHEUX, 1982 [1975]), especially in those processes of tensivity of the social from the spaces occupied by the bodies and crossed by the symbolic, by the ideology and by the history.
ResumoEste artigo se desdobra sob a perspectiva do materialismo-histórico e, tendo como base o dispositivo teórico da Análise do Discurso francesa, visa analisar a materialidade significante do corpo na relação corpo, memória e discurso, em cenas prototípicas de protestos feministas, observando os movimentos dos discursos na relação com os sentidos pré-construídos que se colocam na fronteira entre a evidência e a opacidade. Assim, ao trabalhar com a imbricação entre a materialidade verbal e não-verbal (ORLANDI, 1995) que produzem efeitos de sentido que deslizam metafórica e metonimicamente para outros sentidos, analisamos as formulações visuais do corpo que se desdobram em diferentes imagens do sujeito (LAGAZZI, 2014a), tendo em vista os processos de estruturação do conflito e da tensividade do/no social a partir dos espaços ocupados por estes corpos e atravessados que são pelo simbólico, pela ideologia e pela história.
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