RESUMO: Frente a crescente demanda por projetos de restauração florestal no Brasil, a definição de um conjunto de espécies adequados para a restauração florestal torna-se fundamental para o planejamento da restauração florestal em âmbito local e regional. Desse modo, o objetivo deste estudo foi definir espécies prioritárias para uso em projetos de restauração florestal na Floresta Ombrófila Mista Montana (FOMM) e Altomontana (FOMA), baseando-se nos valores de conservação e na classificação em grupos funcionais de diversidade e recobrimento. Para selecionar as espécies prioritárias foi utilizado o método de classificação por ranqueamento das espécies de ocorrência na região fitogeográfica de interesse. Três parâmetros foram utilizados: síndrome de dispersão; status de conservação; e endemismo. Após o ranqueamento as espécies foram classificadas em dois grupos: espécies de recobrimento e espécies de diversidade. Para a FOMM observou-se 35 espécies de recobrimento e 145 de diversidade, enquanto na FOMA verificou-se 23 espécies de recobrimento e 123 de diversidade. Para o grupo de diversidade, em ambas as formações avaliadas, estão entre as espécies de maior valor de conservação: Araucaria angustifolia e Dicksonia sellowiana. A espécie de maior valor de conservação pertencente ao grupo de recobrimento em ambas as formações foi Inga lentiscifolia. A presente lista pode servir como subsídio para o planejamento de projetos de restauração florestal e produção de mudas nativas na região da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas e em outras regiões inseridas nestas formações florestais.
Este estudo objetivou caracterizar a arborização do campus do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/Udesc), em Lages (SC). Realizou-se inventário quali-quantitativo das árvores e arbustos, em que se avaliaram estágio de desenvolvimento, fenologia, fitossanidade e poda e se calcularam os parâmetros de frequência absoluta e relativa para cada espécie. Foram encontrados 578 indivíduos, de 91 espécies e 37 famílias botânicas. A família Fabaceae foi a mais representativa. Em relação à origem, 63,7% das espécies são nativas do Brasil (73% dos indivíduos). Entre as espécies exóticas, destaca-se Ligustrum lucidum, com elevada frequência relativa. Quanto ao estágio de desenvolvimento, a maioria dos indivíduos está em estágio regular (60%) e jovem (38%), com poucos indivíduos cortados e mortos. A maioria dos indivíduos possui boa quantidade de folhas (81%), ausência de flores (93%) e ausência de frutos (83%). Observouse baixa incidência de cupins, fungos e epífitas, contudo salienta-se a presença expressiva de erva-de-passarinho em algumas espécies. A maioria dos indivíduos avaliados não sofreu podas (60%), estando a maior parte deles em condição boa ou satisfatória. Concluiu-se que a arborização do campus apresentou considerável riqueza de espécies, com poucos problemas graves, podendo ser caracterizada como heterogênea, em virtude da distribuição uniforme dos indivíduos entre as espécies.
O objetivo deste estudo foi avaliar a regeneração natural em Áreas de Preservação Permanente em processo de restauração florestal pós-colheita de Pinus spp. por meio do levantamento de parâmetros fitossociológicos. O estudo foi realizado nas APPs associadas a nascentes e rios de duas áreas com diferentes idades pós-colheita de Pinus spp., sendo inseridas em Floresta Ombrófila Mista (FOM - 7 anos) e Floresta Ombrófila Densa em transição (FOD/FOM - 12 anos) ambas no estado de Santa Catarina. Foram alocadas 19 parcelas retangulares com dimensões de 25 m x 4 m (100 m²) de forma aleatória em cada uma das áreas, para a avaliação florístico-estrutural do componente regenerativo arbóreo-arbustivo. Na FOD em transição foram amostrados 913 indivíduos regenerantes de espécies arbóreas e arbustivas, pertencentes a 90 espécies, 60 gêneros e 30 famílias botânicas. As espécies com maior IVI foram Cupania vernalis (8,71%), seguido de Bernardia pulchella (5,93%), Aureliana wettsteiniana (5,25%). Na FOM, área em processo restauração em menor tempo, foram amostrados 782 indivíduos regenerantes de espécies arbóreas, arbustivas, pertencentes a 62 espécies, 21 famílias botânicas e 30 gêneros. As espécies com maior IVI foram Myrsine coriacea (10,06%), Solanum variabile (9,79%), Myrsine lorentziana (7,08%). Os índices de diversidade de Shannon foram H’ = 3,76 para FOD em transição e H’ = 3,24 para FOM, e denotaram alta diversidade de espécies, já o índice de equabilidade de Pielou obteve J = 0,81 para FOD em transição e J = 0,77 para FOM, demonstrando alta uniformidade na distribuição dos indivíduos nas espécies para as duas áreas. A distribuição diamétrica dos indivíduos apresentou padrão “J invertido” para ambas as fitofisionomias, comportamento esperado em florestas nativas. A NMDS apresentou um valor de stress de 9,81% indicando adequabilidade da ordenação e permitindo a realização de inferências com confiabilidade. Por meio da ordenação NMDS, observou-se a formação de dois grupos florístico-estruturais distintos, associados as fitofisionomias de FOM e transição FOM/FOD. Todas as parcelas inseridas em áreas de FOM encontram-se agrupadas à direita na ordenação, enquanto que a maioria das parcelas inseridas na área de transição FOM/FOD estão agrupadas à esquerda da ordenação. O componente regenerativo arbóreo-arbustivo avaliado em áreas pós-colheita de Pinus sp. em ambas as fitofisionomias possui grande diversidade de espécies com grande valor de importância à formação florestal, sendo um ambiente favorável para a conservação de espécies e fundamental para garantir a sucessão da floresta e a resiliência da restauração.
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