Biological invasion is a major threat to global biodiversity and ecosystem services. We examined the functional traits similarity between a set of native and nonnative invasive tree species from the Southern Brazilian subtropical mixed forest, part of an important global hotspot for biodiversity conservation. We hypothesized that invasive species occupy marginal niche spaces. We ordered the species using the Principal Component Analysis based on their wood density, leaf area, and specifi c leaf area. These are all important traits that summarize essential ecological strategies associated with resource acquisition and conservation. Functional overlaps between non-native and native species were analyzed through kernel density estimation of continuous traits data. While native and non-native invasive species were distributed along the same functional gradients, the position of non-native species in the functional space is species and traits specifi c. We concluded that within Brazilian subtropical mixed forests, the functional dissimilarity as a key factor in invasion success could not be generalized for all species and traits.
Este estudo objetivou caracterizar a arborização do campus do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/Udesc), em Lages (SC). Realizou-se inventário quali-quantitativo das árvores e arbustos, em que se avaliaram estágio de desenvolvimento, fenologia, fitossanidade e poda e se calcularam os parâmetros de frequência absoluta e relativa para cada espécie. Foram encontrados 578 indivíduos, de 91 espécies e 37 famílias botânicas. A família Fabaceae foi a mais representativa. Em relação à origem, 63,7% das espécies são nativas do Brasil (73% dos indivíduos). Entre as espécies exóticas, destaca-se Ligustrum lucidum, com elevada frequência relativa. Quanto ao estágio de desenvolvimento, a maioria dos indivíduos está em estágio regular (60%) e jovem (38%), com poucos indivíduos cortados e mortos. A maioria dos indivíduos possui boa quantidade de folhas (81%), ausência de flores (93%) e ausência de frutos (83%). Observouse baixa incidência de cupins, fungos e epífitas, contudo salienta-se a presença expressiva de erva-de-passarinho em algumas espécies. A maioria dos indivíduos avaliados não sofreu podas (60%), estando a maior parte deles em condição boa ou satisfatória. Concluiu-se que a arborização do campus apresentou considerável riqueza de espécies, com poucos problemas graves, podendo ser caracterizada como heterogênea, em virtude da distribuição uniforme dos indivíduos entre as espécies.
RESUMO: Frente a crescente demanda por projetos de restauração florestal no Brasil, a definição de um conjunto de espécies adequados para a restauração florestal torna-se fundamental para o planejamento da restauração florestal em âmbito local e regional. Desse modo, o objetivo deste estudo foi definir espécies prioritárias para uso em projetos de restauração florestal na Floresta Ombrófila Mista Montana (FOMM) e Altomontana (FOMA), baseando-se nos valores de conservação e na classificação em grupos funcionais de diversidade e recobrimento. Para selecionar as espécies prioritárias foi utilizado o método de classificação por ranqueamento das espécies de ocorrência na região fitogeográfica de interesse. Três parâmetros foram utilizados: síndrome de dispersão; status de conservação; e endemismo. Após o ranqueamento as espécies foram classificadas em dois grupos: espécies de recobrimento e espécies de diversidade. Para a FOMM observou-se 35 espécies de recobrimento e 145 de diversidade, enquanto na FOMA verificou-se 23 espécies de recobrimento e 123 de diversidade. Para o grupo de diversidade, em ambas as formações avaliadas, estão entre as espécies de maior valor de conservação: Araucaria angustifolia e Dicksonia sellowiana. A espécie de maior valor de conservação pertencente ao grupo de recobrimento em ambas as formações foi Inga lentiscifolia. A presente lista pode servir como subsídio para o planejamento de projetos de restauração florestal e produção de mudas nativas na região da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas e em outras regiões inseridas nestas formações florestais.
O objetivo deste estudo foi avaliar a regeneração natural em Áreas de Preservação Permanente em processo de restauração florestal pós-colheita de Pinus spp. por meio do levantamento de parâmetros fitossociológicos. O estudo foi realizado nas APPs associadas a nascentes e rios de duas áreas com diferentes idades pós-colheita de Pinus spp., sendo inseridas em Floresta Ombrófila Mista (FOM - 7 anos) e Floresta Ombrófila Densa em transição (FOD/FOM - 12 anos) ambas no estado de Santa Catarina. Foram alocadas 19 parcelas retangulares com dimensões de 25 m x 4 m (100 m²) de forma aleatória em cada uma das áreas, para a avaliação florístico-estrutural do componente regenerativo arbóreo-arbustivo. Na FOD em transição foram amostrados 913 indivíduos regenerantes de espécies arbóreas e arbustivas, pertencentes a 90 espécies, 60 gêneros e 30 famílias botânicas. As espécies com maior IVI foram Cupania vernalis (8,71%), seguido de Bernardia pulchella (5,93%), Aureliana wettsteiniana (5,25%). Na FOM, área em processo restauração em menor tempo, foram amostrados 782 indivíduos regenerantes de espécies arbóreas, arbustivas, pertencentes a 62 espécies, 21 famílias botânicas e 30 gêneros. As espécies com maior IVI foram Myrsine coriacea (10,06%), Solanum variabile (9,79%), Myrsine lorentziana (7,08%). Os índices de diversidade de Shannon foram H’ = 3,76 para FOD em transição e H’ = 3,24 para FOM, e denotaram alta diversidade de espécies, já o índice de equabilidade de Pielou obteve J = 0,81 para FOD em transição e J = 0,77 para FOM, demonstrando alta uniformidade na distribuição dos indivíduos nas espécies para as duas áreas. A distribuição diamétrica dos indivíduos apresentou padrão “J invertido” para ambas as fitofisionomias, comportamento esperado em florestas nativas. A NMDS apresentou um valor de stress de 9,81% indicando adequabilidade da ordenação e permitindo a realização de inferências com confiabilidade. Por meio da ordenação NMDS, observou-se a formação de dois grupos florístico-estruturais distintos, associados as fitofisionomias de FOM e transição FOM/FOD. Todas as parcelas inseridas em áreas de FOM encontram-se agrupadas à direita na ordenação, enquanto que a maioria das parcelas inseridas na área de transição FOM/FOD estão agrupadas à esquerda da ordenação. O componente regenerativo arbóreo-arbustivo avaliado em áreas pós-colheita de Pinus sp. em ambas as fitofisionomias possui grande diversidade de espécies com grande valor de importância à formação florestal, sendo um ambiente favorável para a conservação de espécies e fundamental para garantir a sucessão da floresta e a resiliência da restauração.
A avaliação dos padrões espaciais de espécies nativas em áreas sob restauração é importante para compreensão da ecologia populacional e da influência da degradação sobre a distribuição das espécies. O objetivo do estudo foi analisar os padrões de distribuição espacial da regeneração natural de Mimosa scabrella e Ocotea puberula em áreas sob restauração passiva pós-colheita de Pinus taeda em diferentes idades. A regeneração natural foi contabilizada em 16 parcelas, nas idades de quatro e 10 anos de restauração. Foram calculadas a abundância, densidade e frequência absoluta. Os padrões de distribuição espacial das espécies foram obtidos a partir dos índices de Payandeh, Hazen e Morisita. Os resultados obtidos para cada índice foram comparados qualitativamente para verificar distinções em função dos índices testados e da idade de restauração. A densidade de regenerantes foi submetida ao teste de Kruskal-Wallis (p<0,05). Para densidade, não se obteve diferenças entre as idades de restauração, para ambas as espécies. M. scabrella apresentou distribuição espacial agregada aos quatro anos e aleatória aos 10 anos de restauração. O. puberula apresentou o padrão agregado em ambas as idades. Os índices apresentaram a mesma tendência de distribuição para as espécies, variando apenas na nomenclatura utilizada. A variação de densidade foi o principal aspecto que contribuiu para os diferentes padrões observados para as espécies. Ambas as espécies apresentam boa capacidade de regeneração em áreas pós-colheita de P. taeda, apresentando respostas distintas quanto ao status de distribuição espacial em função da idade de restauração.
A vegetação é responsável por oferecer melhoria na qualidade de vida da população, oferecendo sombra, conforto térmico, frutas e ornamentação aos lugares onde estão inseridas. O objetivo do presente estudo foi avaliar as condições fitossanitárias das árvores que sofreram queda pela ação do vento após a passagem do ciclone bomba na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Lages (SC). O estudo ocorreu no campus do Centro de Ciências Agroveterinárias, da Udesc, localizado no município de Lages. Foi realizado um censo das árvores derrubadas pela ação do vento, e identificaram-se as espécies e as condições fitossanitárias em que se encontravam. As condições do ambiente onde as árvores estavam inseridas também foram avaliadas. Doze indivíduos sofreram queda pela ação dos ventos: seis da espécie Eucalyptus cf. dunnii Maiden, cinco de Mimosa scabrella Benth. e um de Schinus molle L. Do total, 58,3% apresentou algum problema fitossanitário ocasionado por fungos e/ou xilófagos, e 25% dos indivíduos exibiam algum tipo de podridão por fungos no fuste e 41,7% nas raízes. Os ventos fortes, somados às condições ambientais e às condições fitossanitárias, foram os agentes que contribuíram para a queda dos indivíduos arbóreos amostrados no presente estudo.
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