ResumoEsta pesquisa analisa a realização tu, você e cê na posição de sujeito no sertão alagoano. Para tanto, recorremos à Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008) e ao banco de dados do Projeto Lusa e utilizamos o programa GoldVarb X para a análise estatística dos dados. De acordo com os resultados obtidos, verificamos que o pronome tu apresenta apenas três realizações, o que pode ser um indício de que seu uso não seja a primeira opção da comunidade para a referência a segunda pessoa do singular na posição de sujeito. Em relação ao uso de você e cê, obtivemos um percentual de 94% de você versus 6% de cê, sendo essa variação condicionada pelas variáveis escolaridade e paralelismo formal. Esses resultados nos levam a argumentar que, no sertão alagoano, a representação da segunda pessoa do singular na posição de sujeito se encaixa no subsistema tu/você sem concordância (SCHERRE et al., 2015). Palavras-chave: Sociolinguística. Variação. Pronomes. Fala. Sertão alagoano 1 Graduada em Letras pela UFAL/Campus do Sertão e mestranda em Linguística pelo PPGLL da UFAL.
As construções existenciais com ter e haver: o que tem na fala e o que há na escrita ABSTRACT:In this study, we focus on the variation of the verbs ter and haver in existential constructions in data of cultured speech and academic writing, in order to observe how these variants behave in these modalities of language use. For description and analysis of data, we assume the proposal due to Tarallo and Kato (1989), associated with linguistics studies about existential constructions in Brazilian Portuguese (AVELAR; CALLOU, 2007; AVERLAR, 2006a, b). The results show that, in spoken language, ter is the canonical existential verb, but in written language, haver is the existential verb selected. We also found that the preference for ter tends to favor the use of existential constructions with ter pessoal both in the spoken language and in the written language.
Resumo: Tendo em vista que, no português brasileiro, ter é o verbo existencial selecionado na fala, mas, na escrita, haver é o existencial canônico e existir, devido ao seu caráter de verbo existencial substantivo, tende a apresentar um percentual de uso baixo e constante, descrevemos e analisamos as construções existenciais formadas com os verbos ter, haver e existir na escrita de alunos dos ensinos fundamental, médio e superior da cidade de Maceió-AL. Para tanto, seguimos os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006;LABOV 2008), associados a estudos linguísticos sobre as construções existenciais no português brasileiro (AVELAR, 2006a; MARINS, 2013;VITÓRIO, 2014) e utilizamos, para a análise estatística dos dados, o programa computacional GOLDVARB X. De acordo com os resultados obtidos, verificamos que há uma competição acirrada entre ter e haver e uma baixa frequência de uso de existir, sendo essa variação condicionada pelos grupos de fatores traço semântico do argumento interno, escolaridade e tema da produção textual, com o verbo ter sendo mais frequente quando o argumento interno apresenta o traço [+ concreto], na escrita de alunos menos escolarizados e quando o tema da produção textual está relacionado a experiências pessoais dos alunos.Palavras-chave: Construções existenciais. Língua escrita. Variação linguística.
Neste trabalho, apresentamos uma análise comparativa das realizações das construções existenciais em amostras de fala culta e escrita acadêmica. Para a descrição e análise dos dados, utilizamos a Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]), associada a estudos linguísticos recentes sobre as construções existenciais no português brasileiro (AVELAR, 2006a,b; AVELAR; CALLOU, 2007, 2011). Os resultados mostram que, na fala culta, ter é o verbo existencial canônico, passando haver a figurar com índices muito próximos dos verbos existenciais substantivos, como é o caso de existir e essa preferência por ter favorece a implementação de construções existenciais com ter pessoal tanto na fala quanto na escrita. Na escrita acadêmica, por sua vez, haver é o verbo existencial preferido, mostrando que há uma recuperação, de maneira expressiva, de uma variante praticamente ausente da fala e uma implementação, embora sutil, do verbo ter.
Tendo em vista que o estudo de uma comunidade de fala não deve se esgotar na descrição e caracterização de seus traços linguísticos, mas também deve buscar explicitar suas atitudes avaliativas, pois o prestígio ou o estigma que uma comunidade associa a determinada variante pode acelerar ou barrar uma mudança na língua, mensuramos as normas subjetivas dos falantes maceioenses em relação à variação ter e haver em construções existenciais e à concordância verbal associada a essas formas verbais. Para tanto, recorremos à Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972) e utilizamos um teste de reação subjetiva composto por 20 questões, que foi aplicado a 60 informantes maceioenses. Nossos dados apontam não só que ter é o verbo existencial preferido, mas, na situação formal e nos tempos imperfeito, perfeito e futuro do presente, há um aumento na escolha de haver, o que parece indicar que estamos diante de marcador linguístico, como também que haver e ter na terceira pessoa do plural – 3PP são as variantes preferidas, sendo mais frequentes na situação formal e nos tempos imperfeito e perfeito, sugerindo que não há estigma no uso dessas variantes.
No presente estudo, interessamo-nos em estudar a implementação de a gente nas funções de não sujeito na fala de sertanejos alagoanos. Assim, observamos a alternância entre nós e a gente pronomes, levando em consideração as funções de acusativo, dativo, (oblíquo) complemento e (oblíquo) adjunto. Ainda, procuramos saber qual a frequência de uso de cada forma, quais fatores sociais e/ou linguísticos condicionam o uso da variável e, por fim, questionar se estamos diante de uma variação estável ou uma mudança em curso. Baseado nisso, o presente trabalho leva em consideração o que é proposto pela Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008), associados aos estudos de Lopes (2002, 2004), Ramos, Bezerra & Rocha (2009), Vianna & Lopes (2012, 2013), Vitório (2017). Os dados analisados foram extraídos a partir do banco de dados do Projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (LUSA) e rodados no programa computacional GoldVarb X. Após a análise dos dados, concluímos que, embora haja a variação pronominal nas funções estudadas, o pronome conservador encontra-se com um maior índice de realização, havendo pouca realização do a gente e que essa variação é condicionada apenas por fatores internos, além de apresentar uma variação estável.
Este trabalho tem como objetivo investigar o processo fonético/fonológico de palatalização regressiva das oclusivas alveolares produzido no Português Brasileiro falado na cidade de Maceió-Alagoas, sob a ótica da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]), contrapondo os dados linguísticos coletados com variáveis internas (contexto anterior, posição da sílaba, consoante alvo, tamanho da palavra e natureza do gatilho) e externas (idade, sexo/gênero, bairro e escolaridade), com intuito de identificar possíveis condicionantes de uso da variante palatalizada e analisar se o processo de palatalização regressiva reflete uma variação estável ou mudança em progresso. No tratamento da variante fonético-fonológica, emprega-se como aporte teórico-metodológico a teoria de traços (CLEMENTS; HUME, 1995). Para a realização da pesquisa, utiliza-se o Banco de dados do Projeto português Alagoano – PORTAL e o programa computacional R, em sua plataforma de ambiente integrado RStudio para realizar as análises estatísticas. A pesquisa busca analisar os processos de palatalização regressiva em Maceió, considerando que, em diversas regiões do Brasil, esse contexto regressivo tem sido bastante comum nas comunidades de fala do Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil (DA HORA 1990; BISOL, 1991; DUTRA, 2007, HENRIQUE; HORA, 2012; SOUZA NETO, 2014; CRISTOFÁRO SILVA, 2012; SOUZA, 2016) em palavras do tipo “[dZ]ia” e “[tS]ia”. Neste estudo, foi possível observar que a palatalização regressiva na comunidade de fala de Alagoas está em aparente processo de expansão, sendo favorecida pelos jovens e mais escolarizados.
Focalizamos a variação pronominal de segunda pessoa do singular tue vocêna posição de sujeito na comunidade de fala Coité do Nóia/AL, com o intuito de analisar como essa variação ocorre e quais os fatores sociais e linguísticos que a favorecem. Para tanto, seguimos os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008) e, para discutir as relações existentes nas situações comunicativas, consideramos a Teoria do Poder e Solidariedade (BROWN; GILMAN, 1960). Nossa amostra está estratificada de acordo com as variáveis sexo/gênero e faixa etária, com um total de 36 informantes, que nos forneceram 18 diálogos. Para a análise estatística dos dados, utilizamos o programa computacional GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Nossos dados mostram percentuais de 11% de tue 89% de você, com essa variação sendo condicionada pelas variáveis relação entre faixas etárias, paralelismo pronominal, relação entre sexos e faixa etária, com as parcas realizações do pronometufavorecidas nos seguintes contextos: nas relações entre jovem/jovem e adulto/adulto; tuantecedido por tuna mesma sequência discursiva; nas relações entre falantes do mesmo sexo/gênero – homem/homem e mulher/mulher – e entre os falantes mais jovens (18 a 35 anos).
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