Faz-se, aqui, uma investigação das razões da presença de práticas políticas do tipo clientelista entre setores das classes populares, no Brasil contemporâneo, enfatizando os anos 1990. Propõe-se valorizar as razões inscritas na própria conjuntura sócio-política que circunda o fenômeno, de modo que se vá além das explicações que se fiam nos aspectos histórico-culturais ou de viés economicista, exclusivamente. Para esse propósito, recorremos a fontes bibliográficas e a periódicos, dos quais se tirou uma interpretação própria sobre o período. Verificou-se que as práticas clientelistas receberam estímulos para manifestarem-se na organização política nacional, principalmente na esfera federal, mas com reflexos efetivos nos estados e municípios, em razão de a coalizão de forças políticas formada para a implantação do projeto neoliberal no Brasil ter juntado a "moderna" Social Democracia Brasileira e as "velhas" oligarquias regionais - situadas dentro do PFL, PP, PTB e setores do PMDB, principalmente -, cujos representantes são reconhecidos pelo apego às práticas de recorte patrimonialista e paternalista. A inclusão dessas últimas no "pacto conservador" pró-reformas neoliberais significou, por extensão, a revalorização dessas práticas. Encontra-se aí, parte da explicação para o vigor com que práticas como o fisiologismo, o apadrinhamento, o aparelhamento da máquina estatal, a compra e venda de votos e o clientelismo apresentam-se no cenário nacional dos anos 1990.
RESUMOPredomina, no jornalismo e na academia, a sugestão de que o Estado no Brasil seria regido pelo "patrimonialismo", decorrendo daí, principalmente, os percalços que comprometem o republicanismo e a justiça social no país. Dessa forma, o debate gira em torno dos termos que tal sugestão propõe: privilégios de um suposto "estamento estatal", apropriação privada da coisa pública, corrupção, gigantismo do Estado, interferência do Estado nos negócios privados, domínio das oligarquias políticas etc. Poderíamos denominar tal interpretação de "hipótese patrimonialista". Como resultado parcial de pesquisa em andamento, propomos neste artigo que tal interpretação estaria desatualizada diante das mudanças que atingiram a sociedade e o Estado brasileiros nas últimas três décadas, ao menos. Entre essas alterações, teríamos: a) uma mudança no modelo econômico que teria provocado deslocamentos de grupos no bloco no poder, principalmente por meio das privatizações de empresas e bancos estatais e de superintendências regionais; e b) o aumento da competição eleitoral no país, com maior número de eleitores e de candidatos. Tais mudanças teriam reduzido a relevância das oligarquias políticas regionais na ocupação de espaços no aparelho de Estado, impactando no enfraquecimento da "hipótese patrimonialista", já que essas oligarquias são portadoras de fortes componentes patrimonialistas no seu comportamento político.Palavras-chave: Estado brasileiro; Patrimonialismo no Brasil; Oligarquias regionais. INTRODUÇÃO
ApresentaçãoE ste artigo resultou da preparação de um mini-curso desenvolvido Junto ao laboratório de Ensino de Sociologia da Universidade Estadual de Londrina, voltado aos professores do ensino médio que ministram disciplinas de sociologia. O mini-curso baseava-se na exemplificação de alguns roteiros de apresentação da teoria positivista por mim utilizados nos cursos que ministro na graduação, com o objetivo de compartilhá-los com os professores presentes.Nesta ocasião, propus uma maneira particular de se falar do positivismo durkheimiano, a partir do tema gerador "violência". Selecionei alguns artigos de jornais e de revistas (ver anexos) conhecidas que revelavam forte influência dos pressupostos teóricos desenvolvidos e defendidos pelo positivismo durkheimiano. Propus, por exemplo, que tais pequenos textos que tratam de um tema pertinente ao dia a dia dos nossos jovens, poderiam ser utilizados como veículo de motivação para iniciar a apresentação da teoria positivista, bem como ilustrar a presença influente de seus princípios, pressupostos e conceitos nas reflexões e debates contemporâneos.No entanto, para que o professor secundarista fizesse uso desse roteiro de discussão sobre o positivismo seria imprescindível que se sentisse seguro quanto a própria familiaridade e conhecimento que tem sobre esta teoria. Pensando em contribuir para a instalação dessa pré condição elaborei um texto para o professor que contém aquelas informações núnimas sobre a contribuição de Durkheim ao entendimento,
Professor do Departamento de Ciências Sociais da UEL Resumoo texto que segue é a exposição de uma proposta de aula introdutória à Sociologia de Max Weber , voltada ao aluno do ensino médio. Por meio do exemplo, indica-se uma possibilidade de exercício a ser desenvolvido pelo professor responsável pela disciplina neste nível de ensino. É uma tentativa de auxiliá-lo na tarefa de levar aos alunos a riqueza das contribuições weberianas, neste caso, algumas premissas e conceitos cujos conteúdos têm sido, muitas vezes, nega dos aos jovens pelo fato de o professor considerar sua explicação muito trabalhosa. São utilizados vários exemplos (através de charge, artigos de jornal e revista) da vida cotidiana que ilustram algumas daquelas premissas e conceitos. Palavras-Chave: ensino médio; sociologia; Max Weber.A metodologia weberiana e suas aplicações são um grande estí mulo ao desenvolvimento no aluno daquilo que Wright Mills chamou de a "imaginação sociológica", quer dizer, a capacidade de compreender como sua vida cotidiana está ligada a outros níveis mais I Comunicação apresentada em 2002 ao grupo de professores do ensino médio que ministram aulas de Sociologia e que participam das atividades de capacitação promovidas pelo
ResumoEste artigo apresenta algumas das contribuições de Pierre Bourdieu à constituição de uma possível 'pedagogia racional', expostas no documento Proposições para o ensino do futuro. As Proposições, relatório elaborado sob solicitação do governo francês em 1985, embora seja um documento fundamental de intervenção que contou com a participação de Bourdieu, é pouco explorado no Brasil. Coerente com suas críticas ao papel da escola de contribuição à reprodução da desigualdade social por meio da reprodução das desigualdades culturais, Bourdieu elencará, nas Proposições, uma série de sugestões de procedimentos pedagógicos mirando atenuar os efeitos dos processos de seleção e discriminação presentes na organização escolar e geradores de fracasso escolar dos alunos oriundos das classes populares. As indicações de ação pedagógica apontadas nas Proposições podem contribuir para uma postura mais atenta e democrática junto às práticas pedagógicas em voga no Brasil. Palavras-chave: Pierre Bourdieu, pedagogia racional, efeitos de consagração, efeitos de destino.Abstract. Propositions for the education of the future: Pierre Bourdieu's contribution to a rational pedagogy. This article presents some of the contributions of Pierre Bourdieu to the constitution of a possible 'rational pedagogy', exposed in the document 'Propositions for the teaching of the future'. The text 'Propositions', a report elaborated under the French government solicitation in 1985 is little explored in Brazil although it is a fundamental document of intervention that counted on the participation of Bourdieu. In accordance with his critics to the role of the school in contributing to the reproduction of social inequality by the reproduction of cultural inequalities, Bourdieu will cast, in the 'Propositions', a series of suggestions of pedagogical procedures aimed at 'attenuating' the effects of selection processes and the present discrimination in the school organization and generators of 'school failure' of students from the popular classes. The indications of pedagogical action pointed out in the 'Propositions' may contribute to a more attentive and democratic posture towards the pedagogical practices prevalent in Brazil.
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