ResumoEste estudo teve como objetivo a construção e validação de uma Escala de Avaliação da Vida Acadêmica (EAVA) para captar a autopercepção do estudante sobre sua vivência universitária. Participaram 1.118 universitários, sendo 54% do gênero masculino, com idades variando de 19 a 62 anos (M = 25 anos e DP = 6 anos). Como resultado da análise fatorial, obteve-se uma escala de cinco fatores: ambiente universitário, compromisso com o curso, habilidade do estudante, envolvimento em atividades não-obrigatórias e condições para o estudo; cujos autovalores foram superiores a 1,0, explicando 43% da variância total. Os 34 itens da escala apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,30 em todos os fatores. O coeficiente de Cronbach ( = 0,873) indicou uma boa consistência interna dos itens na avaliação do construto e na integração do estudante com a vida acadêmica. A consistência interna de cada sub-escala atingiu níveis aceitáveis, variando de 0,631 a 0,803.Palavras-chave: vida acadêmica; validação de escala; universitários; ensino superior Abstract Construction and validation of an academic life assessment scale. This study aimed to construct and to validate a scale of academic life assessment to obtain the student's self-perception about the academic life. The scale was administered to 1,118 academic students aged 19 to 62 years (M = 25 years, SD = 6 years), and 54 percent of the students were male. The factorial analysis indicated a scale with five factors -academic ambient, course commitment, student's ability, involvement with non obligatory activities, and condition to the study -whose eigenvalues were larger than one, explaining 43 percent of the total variance. The scale included 34 items with factor loadings larger than 0.30, with a good internal consistency indicated by Cronbach coefficient ( = 0.873) to evaluate the construct -the students integration with the academic life. Each sub-scale's internal consistency level reached acceptable levels, ranging from 0.631 to 0.803.Keywords: academic life; scale validation; undergraduate students; higher education T em sido cada vez mais evidente a preocupação de pesquisadores, agências formadoras e governamentais em relação à integração do estudante à vida universitária e, em especial, quanto ao seu desempenho acadê-mico e situação de permanência ou evasão. Tal preocupação tem como justificativa o próprio princípio norteador das ações de uma instituição de ensino superior, que não deve visar exclusivamente à formação profissional assegurando a aprendizagem de fundamentos e metodologias, mas também favorecer o processo geral de socialização. Dessa forma, estará possibilitando a conscientização de seus acadê-micos sobre a realidade da vida que os cerca e, fundamentalmente, assumindo o compromisso de sua formação integral com qualidade e ética.
Observa-se que a organização do ensino universitário brasileiro está distanciada das reais necessidades do país. Atualmente as Instituições de Ensino sujeitam-se a oferecer aquilo que já têm, no lugar daquilo que deveriam ofertar, não considerando o profissional que está sendo formado com responsabilidades frente ao crescimento e desenvolvimento do país. Ensina-se aquilo que foi aprendido, num outro contexto, já passado (ou melhor ultrapassado), e, neste sentido, a educação fica reduzida a ensino do tipo reprodutivo, copiado, domesticado, ingênuo, ou como tão bem coloca Paulo Freire (1983): não se constrói o saber, não se questiona o saber, não se aprende a aprender.Em termos da estruturação da Universidade e das últimas reformas instituídas, existe hoje uma fragmentação do saber, que se entende como articulada às questões ideológicas de saber e poder. Parece que a divisão da Universidade facilita também a divisão do poder, fomentando a formação de especialistas que perdem a noção de conjunto e, conseqüentemente, ficam sem a visão do todo -concreta e objetiva -necessária para que haja reais transformações sociais. Esta especificidade só reforça o academicismo teóri-co, que pouco contribui, sob esta abordagem, para um exercício compromissado com os problemas da nossa O próprio concurso Vestibular para o ingresso na Universidade, é um dos exemplos mais ilustrativos da irrealidade que o processo educativo vivencia. Os pelo menos onze anos de escolaridade que precedem a entrada no ensino superior, pouco ou nada preparam o indivíduo para a realidade que o cerca. O jovem, ao terminar o ensino médio praticamente nada adquiriu de útil em sua vida escolar, para o seu cotidiano. Obteve até então uma acumulação de conhecimentos que só serviram para deixá-lo melhor (ou pior) preparado para a concorrência a enfrentar no Vestibular. Em outros termos, como afirma Bohoslavsky (1983), há o divórcio entre o saber e o fazer, entre o conhecimento e a ação, entre a Universidade e a realidade.Esse distanciamento reflete-se também na estruturação dos currículos que, tal como está, não atende à flexibilidade exigida pelo mercado de trabalho; as profissões de nível superior, numericamente, aproximam-se de 100, enquanto que as ocupações no mercado de trabalho estão em torno dos milhares. Existe ainda um movimento intenso entre as ocupações; algumas desaparecem e outras surgem, numa velocidade tal que seria impossível acompanhar com um sistema educacional estanque, compartimentalizado em especialidades, como o atualmente praticado. Evasão e Escolha ProfissionalO processo educacional vigente provoca reações que têm merecido a atenção não só de pesquisadores da área, como dos representantes governamentais, pois entre outros problemas, surge como extremamente preocupante o fenômeno da evasão, que hoje, nas Universidades brasileiras atinge um índice próximo a 50%. Daí se salienta a importância da questão Escolha Profissional, ou mais especificamente contextualizada, a escolha do curso na Universidade e o problema da Evasão.Roberto Macedo (199...
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