Este artigo apresenta uma reflexão sobre o livro Kafka e a Boneca Viajante, a partir de conceitos desenvolvidos por D. W. Winnicott, tais como objetos e fenômenos transicionais, jogo do rabisco, espaço potencial, importância do brincar, fazendo-se, ainda, uma analogia com a constituição do vínculo terapeuta e paciente. A reflexão proposta permitiu ressaltar o quanto processos analíticos podem levar à vivência de experiências emocionais transformadoras, convertendo objetos perdidos nas diversas formas de cultura.
Este artigo tece algumas considerações a respeito dos processos de luto e melancolia, dos desafios que surgem à elaboração de lutos e perdas. Foi inspirado na teoria psicanalítica e na leitura de alguns aspectos da vida de Oscar Wilde extraídos de sua biografia, escrita por Daniel Salvatore Schiffer, para iluminar a mesma problemática de inibição do luto, conduzindo à melancolia e ao empobrecimento da criatividade.
A partir da obra de Freud, trabalha-se a noção de Recusa (Verleugnung) como um mecanismo de defesa presente em todas as formas de subjetivação. A Recusa defende o narcisismo da ameaça de castração, que não se restringe à perda do genital, mas evoca diversas outras feridas narcísicas. Este artigo analisa as transmissões familiares inconscientes e sua relação com a simultânea admissão e não admissão da castração. A fantasia infantil da mãe fálica evidencia a ação da Recusa na manutenção das crenças irracionais e seus efeitos sobre o senso de realidade. Este trabalho aborda as manifestações da Recusa no cotidiano e nos adoecimentos psíquicos e comprova a importância do conceito na ampliação da teoria e da clínica psicanalítica.
Inspirando-se no livro The Bonds of Love: Psychoanalysis, Feminism, and the Problem of Domination, de Jessica Benjamin, o presente trabalho traz uma análise dos mecanismos de domínio e submissão nos relacionamentos sociais: como se formam e como operam desde os primeiros laços de amor, na relação mãe-filho. A autora discute a necessidade de reconhecimento narcísico, de um lado, e do outro lado, da necessidade de se auto-afirmar e de se libertar da dependência de ser constantemente aprovado pelo olhar alheio. Trata-se de polos opostos que precisam equilibrar-se para não dar origem a relações de domínio e submissão. Um dos instrumentos teóricos básicos da autora é a noção de intersubjetividade, para designar a capacidade e a disponibilidade de uma pessoa para as relações sociais.
O artigo propõe uma leitura winnicottiana do filme americano Ponte para Terabithia (2007), dirigido por Gabor Csupo e baseado no best seller infanto-juvenil homônimo de Katherine Paterson. São destacados aspectos como o brincar, os fenômenos transicionais e a diferença entre fantasiar e sonhar, de acordo com o psicanalista de referência. Usando objetos ofertados pela cultura, como desenho e escrita, os personagens-protagonistas retratados na narrativa, os adolescentes Jesse e Leslie, buscavam formas de emoldurar suas inquietações. Mas foi a aliança imaginativa que formaram que acabou por fortalecê-los, de modo a se sentirem mais potentes para lidar com reveses cotidianos, sustentar suas angústias e temores, afirmando-se em seus talentos. Ao final, porém, fica evidente que lidavam de formas diferentes com as frustrações inerentes ao viver, o que pode ter contribuído para a ocorrência de um acidente fatal. Ainda assim, a experiência que Jesse e Leslie compartilharam no universo criado de Terabithia foi transformadora e marcou definitivamente a vida de Jesse.
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