Neste artigo apresenta-se uma investigação relativa aos recursos semióticos ativados em atividades de modelagem matemática e seu papel no desenvolvimento dessas atividades quando esse se dá em um contexto online. O quadro teórico a partir do qual a análise foi realizada inclui a Modelagem Matemática na Educação Matemática e Semiótica como ciência dos signos. Uma pesquisa empírica em que alunos de uma disciplina de um programa de pós-graduação na área de Educação Matemática desenvolveram atividades de modelagem subsidia as análises com características de uma pesquisa qualitativa e alinhadas com um estudo de caso. Os resultados indicam que, no caso da atividade desenvolvida totalmente em contexto não presencial, emerge um sistema semiótico ainda pouco explorado na sua integralidade: o sistema tecnológico. Os recursos ativados neste sistema são combinados e inter-relacionados e têm o potencial semiótico de permitir que os alunos visualizem, testem e examinem suas abordagens acerca da situação-problema explorada pela atividade de modelagem matemática.
Práticas de Modelagem Matemática nas salas de aula do Ensino Fundamental vêm sendo debatidas nos mais variados espaços científicos da área de Educação Matemática. Esse crescente interesse por debates acerca de tais práticas sugere que estudos mais pontuais sejam realizados, tanto focalizando os alunos, quanto com atenção voltada ao professor. É nessa segunda perspectiva que esse trabalho se insere. Temos então por objetivo investigar o que se revela das intervenções do professor quando ele orienta seus alunos no desenvolvimento de atividades de modelagem matemática. Para isso, trazemos alguns recortes de duas atividades de modelagem desenvolvida por alunos de um 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do estado do Paraná. Para a análise dos dados utilizamos gravações em áudio e vídeo e registros escritos dos alunos, coletados durante quinze aulas. Como os alunos sentem necessidade de explicitar seus modos de pensar, de argumentar sobre os resultados que obtiveram, seja para o professor, seja para o próprio grupo, inferimos que o desenvolvimento de atividades de modelagem depende, também, da mediação do professor. Assim, os diálogos promovidos entre o grupo de alunos que desenvolve a atividade e também deles com a professora, além de promover certa mobilização e construção de conhecimentos, leva-os a analisar, a todo o momento, o processo de busca por uma solução para o problema em estudo. Os resultados apontam que as intervenções realizadas pela professora ora indicam caminhos, ora validam os modos de pensar dos alunos, ora sinalizam que eles estão realizando ações adequadas, ora confirmam as conclusões deles. Por fim, identificamos três categorias de intervenções da professora, a saber: questionar, sugerir e esclarecer. Tais intervenções, no entanto, ora favorecem, ora limitam a manifestação de ações dos alunos, muito embora não determinem por si sós o desenvolvimento das atividades de modelagem matemática.
Pesquisas sobre Modelagem Matemática na Educação Matemática têm apresentado contribuições relevantes para o ensino da matemática e também provocado reflexões acerca da utilização da Modelagem para compreender situações do cotidiano ou do interesse dos alunos. No presente estudo temos como objetivo discutir como diferentes atividades de modelagem matemática podem surgir de um mesmo tema de interesse. Assim, apresentamos os encaminhamentos adotados por dois grupos de alunos, do 8o ano do Ensino Fundamental, destacando a dinâmica proporcionada por atividades de modelagem matemática no contexto das aulas de matemática. Este trabalho segue orientações da abordagem qualitativa uma vez que considera observações em sala de aula, transcrições das gravações em áudio, registros escritos e demais produções dos alunos. Os resultados apontam que, em um ambiente de Modelagem Matemática, uma mesma temática, estudada por grupos distintos, embora possa apresentar alguns aspectos tratados de maneira semelhantes, se diferencia em vários outros aspectos, como, por exemplo, os conceitos matemáticos utilizados no desenvolvimento de cada atividade, trazendo à tona diferentes conhecimentos matemáticos e não matemáticos dos alunos.
Background: Mathematical modelling has been pointed out as a means for teaching and learning mathematics in the classroom. Objective: To investigate consequences for the development of mathematical modelling activities arising from students’ metacognitive strategies. Design: The research follows the guidelines of the qualitative approach. Environment and participants: The modelling activities were developed by students in the fourth year of a Mathematics degree course. Data collection and analysis: In classes of the discipline Perspectives on Mathematical Modelling, data were collected through recordings of classes held on Google Meet. The written records produced by the students and the reports delivered by them also make up the material for analysis. Results: The unfolding evidenced for the activities can be allocated into four groups: identification of the interaction between mathematics and reality; use of mathematical concepts and construction of models; validation of models and results; back-and-forth movements in mathematical modelling activities. Conclusions: Although the main agent of metacognition is the individual, in modelling activities, metacognitive strategies are not limited to the individual nature, there is also evidence of collaborative metacognition in the group. Some developments result from more of one metacognitive strategy than another. This signals that it is not an isolated strategy, but a set of them that enables actions in mathematical modelling activities.
O artigo tem como objetivo investigar potencialidades da modelagem matemática para promover estratégias metacognitivas. A investigação, de cunho qualitativo, se fundamenta em um quadro teórico e considera dados obtidos com estudantes de um curso de Licenciatura em Matemática, em uma universidade brasileira, durante os anos de 2020 e 2021. Os resultados indicam que essas estratégias se desencadeiam mediante as demandas das diferentes fases de uma atividade de modelagem caracterizadas como: inteiração, matematização, resolução, interpretação e validação; elaboração de um relatório e comunicação de resultados. Ainda, embora a metacognição seja um atributo pessoal, ela se manifestou tanto por meio de estratégias individuais quanto colaborativas. As atividades foram realizadas em dois momentos distintos de familiarização de um grupo de estudiantes com a modelagem e, embora não tenham havido diferenças na quantidade, há indicações de que na atividade do terceiro momento emergiram estratégias que podem ter contribuído mais para a performance do grupo relativamente à competência de fazer modelagem bem como para a sua performance matemática. A identificação de estratégias metacognitivas promovidas pelas demandas das atividades leva à conclusão de que nas circunstâncias em que foram desenvolvidas, constituem um exemplo de ambiente metacognitivamente rico.
Neste trabalho, trazemos para discussão os procedimentos manifestos por alunos de um 8o ano do Ensino Fundamental ao desenvolverem atividades de modelagem matemática. Para discutir acerca desses procedimentos, apresentamos alguns episódios que retratam a dinâmica do envolvimento deles com atividades de modelagem e nos apoiamos na Análise de Conteúdo, proposta por Laurence Bardin. Da análise identificamos cinco categorias de procedimentos: focalizam a temática em estudo, indicam a organização do trabalho a ser realizado, depõem a escolha de estratégias, revelam o uso ou a compreensão de conceitos matemáticos e denotam processos avaliativos. Concluímos que em atividades de modelagem matemática os procedimentos manifestos pelos alunos não podem ser analisados isoladamente; é o conjunto de procedimentos, que possibilitam o desenvolvimento da atividade de modelagem e que carregam, implícita ou explicitamente; intenções e conhecimentos dos alunos, negociações deles ou entre eles e o professor.
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