RESUMO: Conhecendo a abrangência da televisão para a disseminação de informações, entretenimento e ideologias, este trabalho investiga a caracterização das falas de personagens de duas obras da teledramaturgia brasileira, O Sétimo Guardião ( 2018) e Verdades Secretas ( 2015), buscando (re)conhecer se a representação pode encaminhar os telespectadores a uma avaliação negativa desses personagens devido à sua forma de se expressar pela fala, ou se a representação legitima os falares como marcas de identidade. Os estudos da sociolinguística fundamentam as análises, sobretudo teóricos como Labov ( 2008), Pagotto ( 2004), Bortoni-Ricardo ( 2009, 2011) e Bagno ( 2015). Por meio de uma pesquisa qualitativa que utilizou como método a proposta de Bortoni-Ricardo ( 2009), em que se alocam os falantes analisados em pontos de linhas imaginárias de acordo com sua expressão linguística, em especial na alocação dos falantes no “contínuo de urbanização”, foi possível concluir que uma das narrativas televisivas se mostra repleta de traços caricaturais, oportunizando avaliações negativas enquanto a outra traz representatividade por apresentar as identidades representadas com fidedignidade.
Tendo como fundamento a Sociolinguística Educacional, ou o propósito de enfrentar assertivamente os problemas educacionais e apresentar propostas pedagógicas concretas, apresento neste trabalho uma reflexão sobre a atuação dos materiais didáticos na promoção de uma consciência sobre a variabilidade da língua. A questão a ser respondida versa sobre o papel do livro didático na promoção de uma visão menos estereotipada da variação e na aceitação de nossa identidade linguística, problematizando sobre a premência de uma pedagogia voltada para a variação linguística, partindo de análises efetuadas em coleções de livros didáticos utilizados em escolas do norte do Paraná e do agreste Alagoano. O trabalho centra-se na análise de atividades com a temática da variação linguística inseridas em livros didáticos em três enfoques: i) materiais ainda em processo de elaboração; livros de coleções utilizadas em 2011; e, iii) livros de coleções a disposição das escolas em 2017. Para isso, alicerço-me em pesquisadores que se voltam para esse tema, como Bortoni-Ricardo (2014), Zilles e Faraco (2015), Almeida-Baronas e Cobucci (2016), entre outros, e têm desenvolvido importante discussão sobre a necessidade de uma abordagem menos estereotipada da variação, e que favoreça o entendimento da língua como um construto social, atualizada nas interações e, com isso, variada, heterogênea e rica.
O português brasileiro é uma língua muito rica em variantes. Isso acontece em função da variação linguística que pode afetar qualquer aspecto linguístico, como os lexicais, sintáticos, fonético-fonológicos. Quando afeta esse último, pode originar uma alofonia. Nesse contexto, o objetivo geral deste trabalho é analisar o papel das consoantes nasais na ocorrência de alofonia, por meio do processo de posteriorização, no dialeto alagoano do português do Brasil. Para tanto, foram analisados outros contextos fonológicos, além da nasalização, a fim de saber se esses também propiciariam a substituição de [v], [z] e [ʒ] por [ɦ]; a ocorrência da posteriorização em outros pontos de articulação; e sua relação com os tipos de vogais, a composição da sílaba, a tonicidade da sílaba. Tendo isso em vista, a principal hipótese foi a de que, devido ao abaixamento do véu palatino durante a realização de segmentos nasais, as fricativas citadas sofrem glotalização por meio de um processo de coarticulação antecipatória (BARBOSA e MADUREIRA, 2015) ou de enfraquecimento (MARQUES, 2001). Assim, a composição do corpus se deu através da gravação de entrevistas com seis informantes, três do sexo masculino e três do sexo feminino, alagoanos e filhos de alagoanos, em diferentes faixas etárias. Posteriormente, foram feitas a segmentação e a transcrição das gravações e a análise dos dados com base em Barbosa e Madureira (2015), Silva (2003), Aragão et al (2013), Marques (2001) e Roncaratti e Uchoa (2014). Através dos resultados, constatou-se a maior ocorrência do fenômeno quando acompanhado de segmentos nasais tanto internos aos vocábulos quanto em ambientes sintático-fonológicos. Notou-se, ainda, que os tipos de sílabas, a distância acentual, os segmentos vocálicos e consonantais não nasais não exercem essa mesma influência. Por fim, este estudo alcança seu propósito de promover uma abertura para novos estudos nesse campo tão pouco estudado, comprovando a sua principal hipótese.
Apresenta-se, neste artigo, um relato de experiência docente realizada em dois cursos de ensino de Português para Estrangeiros, no âmbito do Idioma sem Fronteiras (ISF) da Faculdade de Letras–UFAL, em que língua e cultura, ou língua-cultura, nas palavras de Mendes (2015), são trabalhadas associadamente, tanto no ensino de gêneros acadêmicos, quanto nas abordagens apresentadas em filmes com temáticas Nordestinas. Objetivamos, com o trabalho, refletir sobre a relevância do olhar altruísta sobre a língua-cultura do outro, e levar o outro a nos enxergar sob a mesma lente. A fundamentação se dá nas teorias da Linguística Aplicada, em sua visão sobre o ensino-aprendizagem de línguas, em especial à relacionada ao Português como Língua Estrangeira (PLE) e a partir de uma pesquisa qualitativa, que analisa o ambiente natural da sala de aula, utilizando a observação como técnica. Com as discussões, conclui-se que a prática pedagógica utilizada, nomeadamente a abordagem intercultural em aulas dialogadas e reflexivas, foi relevante para a concreta aprendizagem dos alunos de outras línguas.
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