ResumoO estudo teve como objetivo investigar os efeitos das características empreendedoras e do ambiente universitário na intenção empreendedora do estudante universitário. Foi desenvolvido e validado um modelo que considera o ambiente universitário, a autoeficácia e assumir riscos como influenciadores diretos da intenção empreendedora, e as características empreendedoras como influenciadoras da autoeficácia. A metodologia empregada foi quantitativa e os dados foram analisados por meio de Modelos de Equações Estruturais com a técnica de Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM). A amostra utilizada foi composta por 287 estudantes universitários do último ano dos cursos de graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os resultados indicam que a intenção empreendedora dos estudantes é influenciada pelo ambiente universitário, pela atitude em relação a assumir riscos e pela autoeficácia. A autoeficácia, por sua vez, é influenciada pelas características de planejador, liderança e inovador dos estudantes. A pesquisa colabora com reflexões complementares aos estudos sobre empreendedorismo, apresentando um modelo para avaliação das características empreendedoras dos estudantes e do contexto empreendedor das instituições de ensino, e comprovando que existe uma relação positiva entre o contexto e a educação empreendedora com a intenção empreendedora dos estudantes.Palavras-chave: intenção empreendedora; ambiente universitário; perfil empreendedor. AbstractThis study aimed to investigate the effects of entrepreneurial and university environment characteristics on the entrepreneurial intention of the undergraduate student. We developed a model that considers the university environment, self-efficacy, and risk-taking as direct influencers of entrepreneurial intention, and entrepreneurial characteristics as influencers of self-efficacy. We employed quantitative methodology and data were analyzed by Structural Equation Models using the Partial Least Squares (PLS-SEM) technique. The sample consisted of 287 students in the final year of undergraduate programs at the State University of Campinas (Unicamp). The results indicate that the entrepreneurial intention of students is influenced by the university environment and the attitude toward risk-taking and self-efficacy. Self-efficacy, in turn, is influenced by student characteristics regarding planning, leadership, and innovation. The research corroborates with complementary reflections on entrepreneurship studies, showing a model for evaluation of entrepreneurial characteristics of students and of the entrepreneurial context in educational institutions, and proving that there is a positive relationship between the context, entrepreneurial education and entrepreneurial intention of the students.

Social businesses seek financial, social and even environmental results. Academic knowledge on how such organizations operate, however, has emerged more recently. This article sought to investigate qualitatively the main tensions and dilemmas occurring throughout the history of Rede Asta, a pioneer social business in direct catalog sales of artisanal products in Brazil. Results indicate the Rede Asta managers have experienced tensions and dilemmas in three of the four categories identified by Smith, Gonin, and Besharov (2013): social and financial performance, organizational aspects and learning. One of the dilemmas involves organizational aspects and learning, since Asta achieves feasibility with two organizations: a nonprofit association and a for-profit corporation. On perceptions of belonging, stakeholders declared they felt they were a part of the organization's social and environmental goals; some even as activists. KEYWORDS

GUSTAVO HERMÍNIO SALATI MARCONDES DE MORAES fundação escola de comércio álvares penteado RESUMO A importância do empreendedorismo no Brasil aumentou significativamente nos últimos anos e os estudos atuais abordam o tema sob diversas perspectivas. O papel do jovem na criação de novos negócios já é uma realidade e a perspectiva é que se amplie nos próximos anos. Os incentivos ao empreendedorismo universitário podem ser observados de diversasensino e a aprendizagem, intra-empreendedorismo, influências do crescimento econômico, empreendedorismo social e ambiental, análise de discurso, foco nas questões relacionadas ao gênero e até mesmo as influências da religião no campo do empreendedorismo. Em particular, o tema do ensino e aprendizagem é, dentre todos os enfoques, o que apresentou ao longo dos anos um interesse contínuo dos pesquisadores, ou seja, é uma das perspectivas mais tradicionais de investigação sobre empreendedorismo no Brasil.Neste contexto, aspectos relacionados ao ensino e ao aprendizado foram destacados, tais como no trabalho de Santos, Minuzzi e Cruz (2007), no qual os autores enfatizaram a necessidade das instituições de ensino adotarem um currículo adequado para explorar e desenvolver o potencial dos alunos para o mundo dos negócios; Ferreira e Mattos (2004), por sua vez, buscaram diferenciar os tipos de educação, separando-as em dois tipos: a gerencial, na qual enfatizase a aquisição de know-how, e a empreendedora, que privilegia a aquisição do auto-conhecimento dos alunos; esses mesmos autores argumentaram acerca do papel das escolas de Administração em despertar, influenciar e induzir o aluno a adotar uma postura empreendedora, e mostrar-lhe a possibilidade de desenvolver uma carreira como empreendedor (ferreira; mattos, 2004).Por outro lado, Paiva Júnior, Almeida e Oliveira (2007, p. 1) destacaram que: "o ensino de empreendedorismo tem sido perpassado por pressupostos reificados, metodologias prescritivas e tecnicista pautadas por uma racionalidade instrumental, materializado, sobretudo, por ensino, praticamente exclusivo, da elaboração do Plano de Negócio". E diante desse desafio, os autores apontaram possíveis caminhos, tais como: "estimular a postura crítica, a contextualização do ensino com a cultura local e o desenvolvimento de redes sociais baseadas na confiança por meio de uma relação dialógica de ensino-aprendizagem".

Purpose The purpose of this paper is to assess the main factors that contribute to teaching and learning sustainability in management education (SiME), which is defined as a body of knowledge that meets the needs of both current and future generations of students. Design/methodology/approach The authors adopt the Biggs’ Presage–Process–Product (3P) learning model to guide and categorize the findings from the literature review on SiME. This study provides an overview of journal articles published between 2002 and 2017. Findings In the context of SiME, Biggs’ 3P model shows how teaching context and students’ background (presage factors) influence students’ approaches to learning, which can range from surface to deep learning (process) and result in various learning outcomes (products). Research limitations/implications The literature review may have excluded important and relevant work from the sample. Practical implications This review highlights that personal and institutional commitments are necessary to promote effective learning of sustainability. Social implications Effective learning outcomes (deep learning) in sustainability should encourage students to reflect on their personal values and behaviors and to acquire analytical skills aimed at promoting conservation and remediation of social, environmental and economic problems. Originality/value This paper provides an application of Biggs’ 3P learning model in the context of sustainability, which highlights the conditions for deep learning as critical given the complexity and urgency of addressing sustainability crises.

Purpose The purpose of this paper is to analyze what is the influence of the junior enterprise environment on the entrepreneurial profile and intention of university students and what is the difference in the entrepreneurial behavior between students who participated and students who did not participate in junior enterprises. Design/methodology/approach A quantitative approach based on multivariate data analysis using confirmatory factor analysis and structural equation modeling was applied to a sample of 549 respondents. Findings Participation in junior enterprises influences the development of the students’ entrepreneurial profile more than their entrepreneurial intention. This study presents which behavioral characteristics are mostly developed with participation in a junior enterprise. Research limitations/implications The questionnaire with perception conditions and self-assessment indicators; data collection by a single cross-sectional research design; the scope of the research, which did not use a probabilistic sampling. Practical implications Practical implications are to assist higher education institutions in having a more accurate understanding of the role of junior enterprises in stimulating university entrepreneurship. To implement an effective entrepreneurial education, stimulating junior companies can be a fundamental action for the HEIs, and this is valid for courses in all areas. Entrepreneurial education in a practical context, as in the case of a junior company, can increase entrepreneurial intention. Originality/value This research fills a research gap on the uncertainty of the effectiveness of entrepreneurial education in developing the entrepreneurial behavior and entrepreneurial intention of students, at least when considering the junior company as part of entrepreneurial education in the university context, presenting a robust quantitative methodology and a large sample in a developing country.

Este artigo tem por objetivo discutir o desenvolvimento territorial sustentável a partir da atuação de diferentes atores sob a ótica da gestão social e o processo de cidadania deliberativa. Analisa-se a construção do "Programa de Manejo Agroambiental da Bacia do Rio Almada" na região pertencente ao território de cidadania Litoral Sul da Bahia. Organizaram-se os dados, as informações e as entrevistas por meio de estudo de caso. Para construção do caso, foi utilizada a triangulação de técnicas da histó-ria oral e do sensemaking. O caso em tela contribui para a reflexão sobre os desafios e oportunidades referentes à gestão social, indicando que o processo de cidadania deliberativa pode se constituir em estratégia necessária para o desenvolvimento territorial sustentável. Assim, fica claro que o diálogo, a participação dos atores na elaboração e implantação de políticas públicas é algo complexo, porém imprescindível, quando se almejam transformações das realidades sociais.Palavras-chave: gestão social; cidadania deliberativa; desenvolvimento territorial sustentável; territórios da cidadania.

No abstract

Este artigo tem por objetivo discutir a atuação de diferentes atores na gestão social, tendo como foco o processo de cidadania deliberativa. Especificamente, pretende-se analisar a construção do Programa de extração de samambaia silvestre que ocorreu no município de Ilha Comprida. O caso em destaque ocorreu no Vale do Ribeira, território de cidadania localizado no Estado de São Paulo. Para o alcance dos objetivos propostos, utilizou-se como metodologia de pesquisa a história oral. Foram realizadas onze entrevistas pessoais com gestores públicos, técnicos municipais, estadual e federal e, principalmente, membros da comunidade local. Os dados, informações e as entrevistas foram sistematizados por meio de estudo de caso. Os resultados da pesquisa evidenciaram a importância da combinação dos conhecimentos tácitos, técnicos e científicos na construção de uma experiência inovadora e relevante neste território da cidadania. Além disso, foi possível concluir que o fluxo de ações presentes no processo decisório é permeado por diversos fatos, diálogos e eventos inesperados e não lineares que são, na maior parte das vezes, ignorados por boa parte da literatura administrativa tradicional; mas que, por outro lado, estão presentes ao que alguns pesquisadores denominam de cidadania deliberativa (HABERMAS, 2003 e TENÓRIO, 2005). Sendo assim, o estudo contribui para a compreensão de limitações e possibilidades da gestão social tendo por referência os olhares dos distintos atores, indicando que o processo de cidadania deliberativa pode se constituir em uma estratégia eficaz para o desenvolvimento local contextualizado no território.