Resumo Comportamentos externalizantes freqüentemente se desenvolvem em contextos de adversidade ambiental. O objetivo do estudo foi documentar essa associação em crianças com desempenho escolar pobre. Participaram meninos e meninas, com idade entre sete e 11 anos, referidos para atendimento por dificuldades escolares. De um universo de 141 crianças, formaram-se dois grupos com base na pontuação da Escala Comportamental Infantil: G1 (crianças sem problema de comportamento, n= 30) e G2 (crianças com problema de comportamento, n= 37). As mães foram entrevistadas, obtendo-se informações sobre recursos e adversidades do ambiente familiar. Os resultados indicaram que o ambiente familiar de G2 apresenta menos recursos e maior adversidade, incluindo problemas nas relações interpessoais, falhas parentais quanto a supervisão, monitoramento e suporte, indícios de menor investimento dos pais no desenvolvimento da criança, práticas punitivas e modelos adultos agressivos. As dificuldades escolares aumentam a vulnerabilidade da criança para inadaptação psicossocial. Enfatiza-se a importância de incluir a família em intervenções preventivas voltadas para essa clientela. Palavras-chave: Ambiente familiar; comportamentos externalizantes; desempenho escolar; criança.
Resumo O objetivo deste artigo é descrever o desenvolvimento do RAF-Inventário de Recursos do Ambiente Familiar. Baseado na concepção ecológica do desenvolvimento, o RAF avalia recursos do ambiente familiar que podem contribuir para o aprendizado acadêmico nos anos do ensino fundamental, em três domínios: recursos que promovem processos proximais; atividades que sinalizam estabilidade na vida familiar; práticas parentais que promovem a ligação família-escola. Uma revisão de pesquisas que utilizaram o RAF indica índices aceitáveis de consistência interna, bem como associação entre escores no RAF e indicadores de desempenho escolar e ajustamento. Passeios, brinquedos e livros, bem como oportunidades de interação com os pais em casa, foram recursos relacionados a indicadores de bom desempenho escolar e ajustamento. Embora ainda sejam necessários estudos de validação e fidedignidade, o inventário tem sido uma ferramenta útil para pesquisadores e pode ser usado por profissionais que trabalham em contexto clínico ou educacional. Palavras-chave: Avaliação do ambiente familiar; desempenho escolar; instrumento de avaliação.
OBJETIVO: Analisar a associação entre variáveis do contexto familiar e o risco de problemas emocionais/comportamentais em crianças cadastradas em Programa Saúde da Família. MÉTODOS: Realizou-se estudo de delineamento transversal com 100 crianças entre 6 e 12 anos de idade e seus familiares, principalmente mães biológicas (82%), cadastradas em um núcleo do Programa Saúde da Família, no município de Ribeirão Preto, SP, em 2001. Problemas emocionais/comportamentais da criança, em níveis considerados de risco para o desenvolvimento de transtornos, foram identificados por meio do Questionário de Capacidades e Dificuldades. Avaliaram-se as variáveis do contexto familiar: nível socioeconômico, eventos adversos, estresse materno, depressão materna e organização e estruturação do ambiente familiar. Para análise estatística foram utilizados os modelos de regressão logística univariada e multvariada. RESULTADOS: O estresse materno mostrou-se associado a problemas de saúde mental em geral na criança (OR=2,2). Rotina diária com horários definidos e o maior acesso a atividades para preencher o tempo livre foram associados à ausência desses problemas (1/OR 1,3 e 1,9, respectivamente). O estresse materno foi também um fator de risco para sintomas de ansiedade/depressão (OR=1,6). Para hiperatividade, a instabilidade financeira foi variável de risco (OR=2,1) e todos os indicadores de estabilidade ambiental foram variáveis protetoras (1/OR entre 1,2 e 1,6). CONCLUSÕES: Indicadores do contexto familiar associados aos problemas de saúde mental em escolares podem subsidiar a atuação das equipes do Programa Saúde da Família frente à criança e sua família. Recomenda-se a utilização do Questionário de Capacidades e Dificuldades pelas equipes, a fim de identificar precocemente os problemas de saúde mental infantil.
Recursos do ambiente familiar, que favorecem o desempenho escolar, incluem materiais educacionais e envolvimento parental. Realizou-se um estudo com o objetivo de investigar esses recursos em uma amostra clínica de 100 crianças, encaminhadas por dificuldades na aprendizagem escolar. Os dados foram coletados durante entrevista com a mãe, por meio de um roteiro para sondagem de recursos e circunstâncias adversas. À criança era solicitado um texto a partir de um desenho. A análise estatística incluiu análise de regressão, correlação e comparação entre médias de subgrupos constituídos segundo idade, atraso escolar e desempenho na escrita. Os resultados indicaram que o nível de elaboração da escrita está positivamente associado à disponibilidade de livros e brinquedos, enquanto o atraso escolar está negativamente associado à organização das rotinas e à diversidade de atividades compartilhadas com os pais. Circunstâncias adversas têm associação positiva com atraso. Os resultados são discutidos quanto à sua aplicabilidade em programas de orientação psicopedagógica às famílias.
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