Este artigo apresenta reflexões sobre a intervenção teatral realizada no ano de 2019, em uma escola pública da cidade de João Pessoa, Paraíba, dentro da proposta do Setembro Amarelo (campanha de prevenção ao suicídio). A intervenção da Cia. Artística Alotropicus, em parceria com o projeto extensionista Janelas da Interculturalidade da Universidade Federal da Paraíba, buscou promover a reflexão e o diálogo a partir de atividades cênicas que pensassem a valorização da vida. Para contextualizar o ambiente escolar de realização das ações extensionistas e, mais especificamente, da atividade teatral da Cia., fez-se necessário resgatar e problematizar questões da estrutura da nação brasileira, marcada por desigualdades econômicas, políticas, culturais e sociais. As análises propostas pretendem auxiliar na compreensão do preconceito estrutural no Brasil e pensar o teatro como dispositivo de reflexão, resistência e combate a desigualdades, para buscar o desenvolvimento da cidadania pelo empoderamento do indivíduo e consolidar a democracia. Com este objetivo, o aporte teórico do texto foi construído a partir das contribuições de Augusto Boal (1980, 2002, 2005), Grotowski (1971), Bourdieu (1996, 2003) e Paulo Freire (1987, 2000, 2006) para pensar o teatro e a educação. A apresentação do Projeto contextualiza o ambiente escolar e o grupo alvo das ações desenvolvidas na Escola Chico Xavier. A intervenção teatral se insere neste ambiente e apresenta o bullying em esquete conduzido a partir dos conceitos do Teatro do Oprimido, do Teatro-Fórum e do Teatro Pobre, apresentando a figura do curinga e chamando o alunado à proposição de desfechos para a cena apresentada. Ao final da ação, uma roda de conversa convida à reflexão sobre as escolhas individuais e o respeito ao outro e a sua diversidade. Como conclusão, é possível afirmar que as artes cênicas influenciam as práticas sociais e individuais, no sentido de proporcionar condições para o empoderamento de sujeitos cujos papéis sociais são constantemente questionados e confrontados. O teatro conforma-se como pedagogia e técnica no processo de construção de relacionamentos afetivos e/ou interpessoais, na busca por individuação e pertencimento a um espaço educacional e social.
Este trabalho tem como objetivo principal apresentar uma tradução comentada do conto The First Day, de Edward P. Jones, para o português brasileiro, introduzindo a narrativa no cenário Pessoense contemporâneo. Ao apresentar uma tradução juntamente com a discussão sobre o projeto tradutório e as escolhas de tradução feitas, este trabalho busca dar visibilidade à tradução, ao mesmo tempo em que reflete sobre a importância do cenário na construção da história e sobre as possibilidades em lidar com elementos da cultura afro-americana presentes no conto em uma situação de tradução. A proposta deste trabalho (em traduzir um conto e problematizar a tradução) se baseia nas propostas teóricas de Berman (1995) — sobre como projetos de tradução se articulam às crenças, posições e limitações do tradutor frente a um texto —, de Venuti (1995) — no embasamento sobre apropriação textual e visibilidade da tradução — e de Baker (2014) — ao refletir sobre o papel da tradução reduzir a marginalidade cultural de grupos sociais (no caso do conto aqui trabalhado, de grupos de cultura afro-americana). Sem a pretensão de encerrar o debate sobre as escolhas tradutórias, este artigo possibilita: aventar questionamentos visando uma maior conscientização sobre o papel social da tradução; refletir sobre o/a tradutor/a enquanto autor/a e agente social; e, suscitar a escrita de outros projetos tradutórios que abordem questões étnico-raciais.
O presente artigo analisa como as tecnologias digitais afetam as relações sociais de um grupo da terceira idade, dentro do espaço acadêmico e no cotidiano – a partir da relação corpo, mídia e envelhecimento. Tendo como objeto de estudo os alunos do curso de Francês do Núcleo de Estudo e Pesquisa da Terceira Idade (NIETI), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), busca-se entender, assim, as complexidades e demandas da pessoa idosa por uma ressignificação em torno do que é ser terceira idade no cenário atual. Como percurso metodológico, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e observação participante. Dentro do arcabouço teórico, há diálogos com autores da sociologia, antropologia, comunicação e educação, como Campelo (1996), Buckingham (2010), Stepansky (2012), Martín Barbero (2014) e Longhi (2018). Conclui-se que as tecnologias digitais modificam as práticas sociais da terceira idade, transformando-se em pedagogias no processo de relacionamentos afetivos, nos anseios por uma interação com outros grupos e na busca de pertencimento a um espaço educacional.
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a tradução de Clarice Lispector para o ensaio La Faim du Tigre do francês René Barjavel (1966), com base em teorias e conceitos dos Estudos da Tradução, quais sejam: os processos de domesticação e de estrangeirização de Venuti (1995), os conceitos de Tradução, Adaptação e Transformação de Guidère (2008) e os enunciados da Teoria Funcionalista da Tradução de Nord (1991). O debate que se intenciona prospectar perpassa a análise das escolhas feitas pela tradutora e escritora brasileira, buscando identificar a maneira lispectoriana de traduzir. Percebe-se que se a escritora tenta manter o texto alvo o mais próximo possível do léxico e da estrutura da língua do texto fonte, em contrapartida omite trechos que causariam empecilhos à tradução. Este trabalho firma-se como reconhecimento da importância do legado de Lispector, só muito tardiamente descoberta e valorizada por suas traduções nos diversos idiomas com os quais atuou.
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