Os idosos apresentam um aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e incapacidades que exigem políticas adequadas para uma vida saudável e de qualidade. O objetivo deste estudo foi elaborar uma proposta de intervenção na atenção à saúde dos idosos em um município do RS. O método quali-quantitativo do tipo estudo de caso analisou o programa em 12 semanas, com 269 usuários da área da Unidade Básica de Saúde (UBS). Constata-se a necessidade de atenção à saúde do idoso, inexistente na unidade. Os dados epidemiológicos foram coletados nas fichas cadastrais do Sistema de Informação em Atenção Básica das famílias. As ações consideraram quatro eixos: organização e gestão do serviço, monitoramento e avaliação, prática clínica e engajamento público. Este estudo resultou em novos cadastros, atenção aos idosos com o controle das doenças crônicas, atividades de intervenção e ações educativas em saúde no atendimento integral com envolvimento da população em ações intersetoriais. Nota-se que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e Hipercolesterolemia constituíram causas mais frequentes de consulta. Muitos idosos, sem caderneta de saúde, foram atendidos como demanda espontânea. A avaliação multidimensional rápida e exames foram apropriados para 100% dos idosos acamados ou com problemas de locomoção. Ressalta-se que as intervenções melhoraram a execução das ações de saúde no cuidado a idosos em todos os cenários. O Ministério da Saúde preconiza ações específicas para a população idosa, porém com pouca promoção da saúde e prevenção de agravos. Um desafio permanente e contra hegemônico é assegurar acesso universal, constituinte e equânime ao Sistema Único de Saúde.
Este estudo de focus group investiga as respostas emergentes da análise dos resultados do método quantitativo obtidos na pesquisa Net Promoter Score (NPS). O instrumento é aplicado e monitorado por uma indústria de máquinas agrícolas para medir o grau de lealdade do cliente. A partir do levantamento de dados secundários, apurou-se que a menor média de entusiasmo refere-se ao item específico da pesquisa: “Me acompanha”, o que contribui negativamente para o resultado geral de satisfação. Cada cliente vivencia uma experiência de compra e uma experiência de uso do produto. Essas duas experiências constituem o ciclo de vida do cliente. Assim, o focus group é exposto neste estudo como um instrumento de investigação, com o propósito de refinar, explorar e examinar o fenômeno na perspectiva dos participantes. Nessa interpretação, o parâmetro qualitativo foi utilizado em conjunto com outros métodos para esclarecer os resultados de outros testes. Os resultados da pesquisa mostraram uma lacuna na interpretação da pesquisa Net Promoter Score durante a fase quantitativa. Os resultados incluídos neste estudo também comprovaram que a estratégia de grupo focal também pode ser utilizada para validar os dados coletados ou complementar os dados quantitativos. Palavras chave: Grupos de foco. Pesquisa qualitativa. Cultura centrada no cliente (CCC).
O discurso e a prática da incorporação da diversidade nas organizações nem sempre conciliam o respeito à diferença com igualdade de oportunidades. Diante disso, este artigo tem como objetivo principal analisar práticas e discursos quanto à gestão da diversidade das maiores organizações de Ijuí/RS, “a Terra das Culturas Diversificadas”. Trata-se de um estudo de caso, operacionalizado com base em métodos quantitativos e qualitativos. Primeiramente aplicou-se às 20 maiores empresas de Ijuí o questionário do “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil”, elaborado pelo Instituto Ethos. Tal instrumento, já validado em pesquisas anteriores, busca avaliar como as organizações estão no que se refere à gestão da diversidade no âmbito de suas políticas internas. Em seguida, realizou-se 37 entrevistas com gestores e representantes dos demais colaboradores. Estes últimos foram divididos em: minorias, representando os grupos que constituem a diversidade aqui em estudo (Pcds, negros, mulheres e pessoas com mais de 45 anos) e não minorias, representando os demais funcionários. A pesquisa revelou que as organizações não investem em políticas de diversidade. Alguns gestores entrevistados reconhecem que as organizações têm procurado a inserção de pessoas com diferentes perfis, no entanto, reconhecem que a validade dessa ação é ameaçada quando os indivíduos não depositam crédito na diversidade e quando há falta de oportunidades de ascensão e de reconhecimento. Na percepção das minorias as organizações não possuem uma cultura inclusiva que possibilite práticas de pertencimento. A transformação nessa agenda requer o rompimento de atitudes preconceituosas e discriminatórias no ambiente corporativo.
O estudo busca compreender as percepções dos gestores públicos municipais acerca da pobreza e de suas implicações no desenvolvimento socioeconômico de seu entorno. Uma localidade, região, ou nação somente pode ser considerada desenvolvida, ou em desenvolvimento, se preza pelos aspectos social, econômico e ambiental. A pesquisa teve como lócus empírico, a região do Médio Alto Uruguai, RS, região essa, marcada por índices de pobreza relativamente altos. A coleta de dados se deu mediante pesquisa de campo, a partir de entrevistas semiestruturadas, apoiada em sete dimensões de análises. Já a interpretação apoiou-se no método da hermenêutica de profundidade. Observou-se determinados perfis de gestores representados por tipologias de pensamentos que podem interferir diretamente no enfrentamento à pobreza e, portanto, na promoção do desenvolvimento socioeconômico local. Sobressaem-se compreensões conservadoras, quando não reacionárias, e de senso comum, compatíveis com interpretações liberais, enfatizando a responsabilidade individual, a mudança de atitude e a falta de iniciativa dos pobres como principal causa da pobreza na região.
O presente artigo tem como escopo a reflexão em torno da importância do controle social e da participação dos Conselhos Municipais nas políticas de combate à pobreza. Destaca-se o processo histórico e as principais conquistas e desafios na consolidação destes arranjos institucionais, ativos após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e responsáveis por formular, acompanhar e fiscalizar as políticas públicas brasileiras. Para responder ao desafio proposto, o caminho metodológico conta com a abordagem qualitativa, com realização de pesquisa bibliográfica e documental, classificando o estudo como pesquisa exploratória. O recorte utilizado foi a Constituição Federal do ano de 1988 até o atual contexto de 2019. Os resultados da pesquisa indicam que mesmo estando consolidados mediante Legislação Federal, Estadual e Municipal, muitos são os desafios no sentido de efetivar a participação dos Conselhos Municipais na gestão das políticas de combate à pobreza. A legalização do controle social existe na teoria, porém, muito precisa ser construído para superar limitações e promover o exercício democrático mediante a inserção da participação popular na gestão das políticas públicas.
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