Libretos de Criação: experiência de brincar com sons em Rodas Poéticas na educação infantil ORFEU, v.2, n.2, dez. de 2017 P. 70 de 90 ResumoO projeto Libretos de Criação: experiência de brincar com sons em Rodas Poéticas na educação infantil" instalou-se no ateliê da universidade com o objetivo de perseguir modos de registrar a experiência lúdica de convivência linguageira. A metodologia das Rodas Poéticas sustentou-se no processo de interação propositiva intensa tomando o corpo como excelência do fazer poético com o movimento da música, da dança e da literatura, na intenção de ampliar repertórios tanto das crianças quanto dos adultos-pesquisadores. Ao afirmar a relevância pedagógica da música em estado de encontro, experimentada no complexo processo de aprender o poder inventivo de habitar a linguagem, o presente estudo tomou como foco reflexivo a experiência de brincar com sons. A investigação em andamento contribui para ampliar a abordagem temática da documentação pedagógica na educação musical, convidando-nos ao exercício diário de narrar e interrogar o currículo.
Ao tematizar as práticas criativas na formação de professores, o artigo destaca um aspecto emergente na investigação Educação musical na formação de professores dos cursos de Graduação em Pedagogia gaúchos: escuta e criação na experiência de barulhar (LINO, 2020a). As análises quantitativa e qualitativa da pesquisa de campo constatam o reduzido espaço do ensino de música como disciplina curricular nas instituições de ensino superior gaúchas e a diminuta presença de práticas criativas nos modos do fazer musical docente. O fortalecimento do cenário educativo compreende que o processo de formação de professores em educação musical não se limita apenas ao caráter mandatário de diretrizes curriculares, mas também exige conceber que a música é potência ordinária da vida cotidiana, oferecida e ampliada no exercício coletivo de compor conversações (CAGE, 2015). Ao viver os processos de escuta e criação musical, desde a ludicidade, a experiência de barulhar (LINO, 2008) habita a pedagogia como gesto poético de linguagem para sublinhar a composição da docência. As práticas criativas irrompem na formação de professores para inaugurar sentidos, dar-se a ver o lúdico, o sensível, o singular e a intransponível dimensionalidade humana da música como partição e partilha.
This paper brings studies around the poetic dimension of language to approach the relationship between teaching in preschool education and the experience of being open and listening as an aesthesic way of coexisting in the world. The approximation of philosophy, arts and preschool education from the reunion between music and education highlights that listening refers to the sound of meaning, and not to the meaning of the sound to be interpreted. The dialog with the thinking of Jean-Luc Nancy, stating that the sensible sense/meaning arouses the intelligible sense/meaning and in a constant movement that is not completed or finalized, producing signification or information, appears as a philosophical resistance to the privilege of the theoretical record founded upon the western prevalence of the optical model. To be open and listening implies the resonance as the sound of sense, as the body's first or last depth. The music as a play between sound and noise, as a poetic production of ordering sound senses provoked by resonance – as a gesture of listening to the listening, contributes to question the education of babies and small children based on a body that can play with the worlds' sounds to experience the poetics of making noise as the musical power of playing with sounds and noises. Children's sonic appetite calls them to make noise for the esthesia of listening to the world in the plurality of coexistence. The gesture of being open and listening in the teaching of babies and small children points out to educative actions that consider the experience constituted by resonances and reverberations of meanings implied in the sound, a feeling of feeling (aisthesis), as share and sharing of voices, signs, gestures, shapes, of the felt meaning and the sensible meaning that gather ones-with-others in human coexistence.key words: music; listenin; early childhood education; jean-luc nancy.estar à escuta: música e docência na educação infantilresumoO ensaio aproxima estudos em torno da dimensão poética da linguagem para abordar a relação entre docência na educação infantil e experiência de estar à escuta como modo estésico de coexistir no mundo. A aproximação entre filosofia, artes e educação infantil, desde o encontro entre e música e educação, sublinha que a escuta é o som do sentido e não o sentido do som a ser interpretado. A interlocução com o pensamento de Jean-Luc Nancy, ao permitir afirmar que o sentido sensível suscita o sentido sensato ou inteligível e o faz num movimento constante que não se completa ou finaliza produzindo uma significação ou uma informação, emerge como resistência filosófica ao privilégio do registro teórico fundado na primazia ocidental do modelo óptico. Estar à escuta implica a ressonância como o som do sentido, como profundidade primeira ou última do corpo. A música como jogo entre som e ruído, como produção poética de ordenação de sentidos sonoros provocados pela ressonância – como gesto de escutar a escuta, contribui para interrogar a educação de bebês e crianças pequenas a partir de um corpo que pode brincar com a sonoridade do mundo para viver a poética do barulhar como potência musical de jogar com sons e ruídos. O apetite sonoro das crianças as convocam a barulhar pela estesia de escutar o mundo na pluralidade da coexistência. O gesto de estar à escuta na docência com bebês e crianças pequenas aponta para ações educativas que consideram a experiência constituinte de ressonâncias e reverberações de sentidos imbricamos no som, um sentir se sentir (aisthesis), como partição e partilha das vozes, dos signos, dos gestos, das formas, do sentido sentido e do sentido sensato que nos situam sendo-uns-com-os-outros na coexistência mundana.palavras chave: música; escuta; educação infantil; jean-luc nancy.estar a la escucha: música y docencia en la educación infantilresumenEl ensayo aproxima estudios acerca de la dimensión poética del lenguaje para abordar la relación entre docencia en la educación infantil y experiencia de estar a la escucha como modo sensible de coexistir en el mundo. La aproximación entre filosofía, artes y educación infantil, desde el encuentro entre música y educación, destaca que la escucha es el sonido del sentido y no el sentido del sonido a ser interpretado. La interlocución con el pensamiento de Jean-Luc Nancy, al permitir afirmar que el sentido sensible suscita el sentido sensato o inteligible y lo hace en un movimiento constante que no se completa o finaliza produciendo una significación o una información, emerge como resistencia filosófica al privilegio del registro teórico fundado en la primacía occidental del modelo óptico. Estar a la escucha implica la resonancia como el sonido del sentido, como profundidad primera o última del cuerpo. La música como juego entre sonido y ruido, como producción poética de ordenación de los sentidos sonoros provocados por la resonancia -como gesto de escuchar la escucha, contribuye para interrogar la educación de bebés, niños y niñas pequeñas a partir de un cuerpo que puede jugar con la sonoridad del mundo para vivir la poética del hacer ruido como potencia musical del jugar con sonidos y ruidos. El apetito sonoro de los niños y niñas las llama hacer ruidos por la sensibilidad de escuchar el mundo en la pluralidad de la coexistencia. El gesto de estar a la escucha en la docencia con bebés, niños y niñas pequeñas apunta para acciones educativas que consideran la experiencia constituyente de resonancias y reverberaciones de sentidos solapados en el sonido, un sentir sentirse (aisthesis), como participación y intercambio de voces, de signos, de gestos de las formas, del sonido sentido y del sentido sensato que nos sitúan siendo-unos-con-los-otros en la coexistencia mundana.palabras clave: música; escucha; educación infantil; jean-luc nancy.
O artigo emerge de inquietações epistemológicas, éticas e políticas em torno da ampla tendência de desconsiderar na educação de bebês e crianças pequenas o fenômeno do corpo sensível como fonte primeira de sentidos e significados que nos instalam no mundo. Projeto educativo que objetiva fazer da palavra sonora força de utilidade produtiva em detrimento de sua potência de partitura, aquela que cotidianamente aprende a ser-com no ato de com-partilhar as experiências fundamentais da vida. Como resistência, o texto reivindica maior atenção educativa à dimensão poética de linguagem ao destacar a palavra sonora como gesto que habita o corpo para ressoar sentidos e produzir modos de co-existir no mundo. A aproximação fenomenológica entre música e artes, como indivisibilidade do gesto poético de tocar a educação, desde a filosofia, permite compreender a palavra sonora como narrativa lúdica de movimento que ocupa espaço e solicita tempo para reter a dimensão musical da linguagem feito partitura. Aqui, o gesto poético da palavra sonora toca a pele de crianças e adultos para materializar a linguagem: suas feituras. Potência humana de pensamento constitutiva de mundanos trajetos compartilhados por constituírem narrativas que acolhem o gesto lúdico de fazer soar e ressoar a palavra no fascínio e na fabulação dos encontros.
Resumo: O artigo apresenta o movimento provocado pela prática criativa da improvisação na formação de professores. Como abordagem metodológica qualitativa da pesquisa de campo "Educação Musical na formação de professores dos cursos de Graduação em Pedagogia gaúchos", o Ateliê Poético é espaço propositivo de viver a improvisação para colher as práticas experimentadas na universidade em educação musical. Espaço de articulação da potência lúdica de tocar nossos sentidos de habitar a linguagem, colocando a música em estado de encontro. Os resultados destacam a relevância da improvisação no fluxo inato de sentir e dar sentido à experiência de brincar com sons. A improvisação ensina o corpo a aprender de ouvido e inventar modos de tocar no coletivo, porque prepara e ensaia o inesperado: ação fundante do saber docente. A poética da improvisação na educação musical pode aproximar e intensificar os processos lúdicos de escuta e criação para interrogar a docência de música com crianças. Palavras-chave: Improvisação musical. Educação musical. Práticas criativas em educação musical.
Organizar esta edição temática é motivo de grande satisfação e alegria, uma vez que divulgar a produção científica na área da Música e da Educação é abrir possibilidades e gerar diálogo. Em seu conjunto, este número da revista pretende constituir um processo de mediação entre ação e reflexão da práxis pedagógica, para enfrentar as ambiguidades do tema e compartilhar cumplicidade de aprendizados que permitam interrogar o encontro entre Música e Educação na contemporaneidade. Neste contexto, a publicação da edição Música e Educação: poéticas da escuta tem a intenção de contribuir com o debate em torno do advento da lei 11.769/08, que torna obrigatório o Ensino de Música na escola brasileira. Diante da magnitude de tal desafio, nos aliamos com outras universidades e ao conjunto da sociedade para disponibilizar e enfatizar o fato de pensar uma ação possível e, do mesmo modo, necessária. Será que ninguém aprende samba no colégio? O dito de Noel Rosa e Vadico, entoado no ano de 1932, pode indicar uma afirmação corrente? Lentamente, podemos observar as universidades de música no Brasil ampliarem o seu currículo acadêmico para que o batuque deixe de ser um privilégio. Mas, como articular tal mudança se grande parte do corpo docente universitário é formado por professores que dominam apenas a música européia? Nessa direção, também podemos observar que os cursos de Pedagogia gradualmente passam a oferecer um espaço dedicado à dimensão sonora na formação de professores. Embasado em quais pressupostos teóricos surgem essas iniciativas?Se considerarmos que uma das grandes funções da música na escola (entre tantas outras daí decorrentes) seria oferecer meios de expressão à capacidade criadora e à aprendizagem da escuta, como estamos movimentando a "colcha de recados" (WISNIK, 2004) que é a música brasileira? Ausente dos currículos escolares e da formação de professores, os quais poderiam ser os portadores vivos de nossa diversidade cultural, a música brasileira, acaba pobremente substituída por uma cópia desbotada do colonialismo musical que invade o "rádio corredor" de nossas escolas. Logo, comprometidos com a discussão dessas problemáticas nas áreas da Música e da Educação, compreendidas em sua historicidade e complexidade, nos arriscamos a escrever e pensar -sem receita -para intensificar esse encontro e acolher dissonâncias.
O presente artigo reflete sobre a pesquisa de música com crianças, destacando a processualidade inventiva do pesquisador como uma necessidade emergente. Apresenta dois pontos de escuta considerados no trabalho investigativo da autora, quando intencionalmente pretendeu constituir modos improvisados de fazer pesquisa, escutando a música das crianças na escola. Dentro do campo da Sociologia da Infância, destaca o barulhar como a música das crianças e a paisagem sonora enquanto cenário institucionalizado da ação infantil, revelando dois pontos de escuta para movimentar a reflexão acerca do processo investigativo de música com crianças e na infância. Palavras-chave: pesquisa de música com crianças; culturas infantis e música; paisagem sonora escolar.
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