Betty Friedan, ícone do feminismo, depara-se com a velhice e propõe a união da sabedoria com a aventura. A grande ativista, falecida em 4 de fevereiro de 2006, com 85 anos, termina seu alentado livro The Fountain of Age (New York, Simon&Schuster, 1993), mil e duzentas páginas em texto de letras grandes -para facilitar a leitura aos que já não enxergam bem? -com a frase "Eu nunca me senti tão livre".São 19 capítulos distribuídos por seis partes, em que a autora de A Mística Feminina, obra fundante para o movimento feminista, analisa o processo de envelhecimento, sua representação e sua negação na sociedade, apontando para novas dimensões no amor e no trabalho e para novas escolhas. Betty comprova, de capítulo em capítulo, que é possível crescer intelectualmente, emocionalmente e até fisicamente na velhice. Para isso, utiliza por vezes uma metodologia quase jornalística, alinhavando dados de entrevistas, de pesquisas científicas de outros e dela própria, num texto fluente e agradável e mesmo assim pleno de conteúdo.The Fountain of Age resultou de pesquisas acadêmicas que Betty Friedan realizou no Centro de Ciências Sociais na Columbia University, no Centro de Pesquisas Populacionais da Harvard University e no Andrus Gerontology Center na University of Southern Califórnia, com apoio da Ford Fundantion e do National Endowment for the Humanities. Já no final dos anos 70, voltada para estudar os desdobramentos da luta das mulheres, Betty preocupava-se com as "não tão jovens".Ao lançar, em 1963, A Mística Feminina, ela deu voz a milhões de mulheres silenciosas. Baseada em entrevistas, traçou um painel das mulheres definidas apenas em termos de sua relação com o homem e de seu papel de mãe. Desse modo, denunciava a perda do potencial criativo, intelectual, científico das mulheres que eram obrigadas a encontrar satisfação de forma indireta, através dos êxitos do marido e dos filhos.
Este trabalho focaliza imagens de crianças publicadas na imprensa brasileira, tendo em vista seu caráter jornalístico. Após discussão sobre o conceito de infância, será traçado um pequeno histórico. Foi feita uma pesquisa iconográfica, abrangendo algumas imagens do século XIX, para se concentrar em jornais e revistas a partir de 1960. Seguindo uma linha predominantemente qualitativa, apontaremos algumas imagens de jornais diários; porém, o corpus principal pertence à revista Veja. A primeira grande divisão é entre fotos jornalísticas e fotos-ilustração; de acordo com a distinção de Pepe Baeza. Enquanto orientação temática, tragédia, violência e pobreza são eixos poderosos. A criança como “ator” jornalístico raramente aparece. Nos últimos vinte anos, seções tipo “Guia” trazem imagens meramente ilustrativas, de estética quase publicitária.
Editorial da Revista do IEB 83 - História, direito, política, música e arte: onde o povo brasileiro?
Editorial da Revista do IEB n.84 (2023)
Com o objetivo de descrever e analisar formatos inovadores de filmes documentários que contribuíram e contribuem para trazer elementos de educação visual e até de transformações cognitivas, este artigo discutiu relações entre a estética documental e o real e trabalhou com conceitos como fotografia-documento e fotografia-expressão (André Rouillé), imagem-câmera (Fernão Ramos) e imagem complexa (Josep M. Català). Sob uma mirada fenomenológica, a análise das obras cinematográficas selecionadas – Um homem com uma câmera (Dziga Vertov, 1929), Valsa com Bashir (Ari Folman, 2008) e Sementes do nosso quintal (Fernanda Figueiredo, 2012) – apontou transgressões e novas formas de registrar e editar imagens. Os três filmes têm uma dimensão experimental; produziram imagens-expressão e imagens complexas, o que significa que incluíram subjetividade e arte em produções visuais que estimulam processos educadores e reflexivos e propiciam elementos para criação de novas formas documentais. Propõem exercícios de pensamento e formas de produção; além de pensar as imagens, pensar com imagens.
Dulcilia Buitoni fez parte da primeira turma de Jornalismo (1967-1970) da Escola de Comunicações e Artes da USP. Na mesma época, formou-se em Direito também na USP. Concluiu a pós-graduação (mestrado e doutorado) em Teoria Literária e Literatura Comparada pela FFLCH-USP. Em sua trajetória, Dulcilia foi desenvolvendo conceitos de relações de gênero aplicados ao jornalismo, e se destacou em pesquisas sobre publicações femininas. Seu livro Mulher de papel (1981), fruto da tese de doutorado, analisa a representação da mulher na imprensa feminina brasileira e teve uma segunda edição ampliada em 2009. Desde seu início como docente na pós-graduação da ECA, além de comunicação e relações de gênero, vem pesquisando teorias da imagem, especialmente fotojornalismo e documentários. Aposentou-se como professora titular de jornalismo da ECA/ USP e esteve, até 2015, no Mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Em 2017, torna-se professora permanente do Mestrado Profissional em Jornalismo da ESPM. No final de 2016, recebeu — como reconhecimento pela sua trajetória acadêmica e por sua contribuição para o jornalismo — o prêmio Adelmo Genro Filho (categoria sênior), concedido pela SBPJor.
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