Resumo: O Brasil vem instituindo políticas de prevenção e controle da obesidade por meio do Sistema Único de Saúde, e o estudo analisou as características dos “modelos assistenciais” propostos e referidos por profissionais da atenção básica no Estado do Rio de Janeiro. Os métodos incluíram entrevistas e grupos focais com profissionais e gestores da atenção básica e das Áreas Técnicas de Alimentação e Nutrição (ATAN) dos 92 municípios do Rio de Janeiro, e análise documental de normativas federais e estaduais. A análise foi norteada pelas dimensões organizativa e técnico assistencial, e considerou os princípios da atenção integral em saúde. Os principais desafios referidos pelos profissionais estão relacionados com: a adesão aos processos terapêuticos e consequente sentimento de frustração e impotência; a atuação em equipe multiprofissional; e a constatação de despreparo para lidar com a complexidade do processo saúde/doença relacionado com a obesidade. Alguns princípios e diretrizes pautados nos documentos de políticas governamentais são estratégicos para enfrentar esses desafios, especialmente: a corresponsabilização entre profissional e usuário, pois pode contribuir para evitar os extremos da culpabilização e/ou vitimização; a valorização de outros ganhos para além da perda de peso, que pode ressignificar a concepção de adesão ao tratamento; a atuação multiprofissional para que se desenvolva uma compreensão contextualizada do processo saúde/doença e seus múltiplos condicionantes, e para que os profissionais consigam lidar com os seus próprios sentimentos e estigmas em relação à pessoa com obesidade.
Introdução: O contexto da obesidade infantil no Brasil e no mundo é desafiador. A magnitude dessa situação é preocupante: uma em cada três crianças de 5 a 9 anos possui excesso de peso, 17,1% dos adolescentes estão com sobrepeso, e 8,4% possuem obesidade. Aproximadamente 150 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar estavam com obesidade em 2019 no mundo, e a previsão é de que esta população alcance 250 milhões em 2030. Objetivo: Mapear e descrever as estratégias/intervenções locais de prevenção e controle da obesidade infantil já realizadas no território brasileiro, com foco no ambiente escolar, publicadas nos últimos cinco anos. Material e métodos: Foi adotada uma adaptação da revisão de escopo nas principais bases de dados. Devido à natureza do documento, a revisão cobriu os cinco últimos anos de publicação científica. Para a identificação dos estudos relevantes, foram consultados os bancos de dados de periódicos da PubMed, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Web of Science. Essas bases de dados foram selecionadas por serem abrangentes, tendo ampla cobertura das publicações na área da saúde. Resultados: Na fase de identificação, foram levantadas 2.966 publicações. Em seguida, na triagem, 260 publicações foram eliminadas por aparecer em duplicidade, restando, assim, 2.706 artigos para leitura dos títulos e resumos. Seguindo os critérios de exclusão preestabelecidos, foram eliminados 2.666 artigos. Foram, com isso, lidos na íntegra 40 artigos, dos quais 34 foram eliminados, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, permanecendo seis para a síntese final da revisão. A maioria das intervenções analisadas se concentraram em ações educativas e modificações no ambiente (estímulo a atividade física). As ações educativas tiveram interface na promoção da alimentação saudável, se concentravam mais na redução do consumo de bebidas açucaradas e biscoitos e no aumento do consumo de frutas, verduras, legumes e feijão, com ênfase em conteúdos ofertados em formato de aula. Conclusão: Os resultados encontrados destacam a necessidade de inserir os responsáveis, professores(as), a direção das escolas e profissionais de saúde nas intervenções no ambiente escolar, com foco na promoção da alimentação saudável e na prática de atividade física.
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