Resumo O objetivo do estudo foi analisar a distribuição espaço-temporal da prevalência de IAN nas Unidades de Federação (UF) do Brasil e sua correlação com indicadores de vulnerabilidade. Estudo ecológico, com dados da Pesquisa Nacional Amostra de Domicílios (2004, 2009 e 2013) e do Altas Brasil (2010). Realizou-se análise temporal da distribuição espacial das prevalências de IAN. Na análise espacial bivariada foi utilizado o Índice de Moran. As prevalências de IAN diminuíram nos anos analisados e apresentaram correlação espacial negativa e moderada com o IDH; positiva e moderada com porcentagem de extremamente pobres, mortalidade infantil, índice de vulnerabilidade social, índice de vulnerabilidade social capital humano; positiva e forte com índice de vulnerabilidade social renda e trabalho. Conclui-se que houve diminuição da prevalência de IAN nos anos analisados e que o território brasileiro apresentou dois padrões distintos: territórios com maiores prevalências de IAN e piores condições de renda, trabalho e saúde infantil nas regiões Norte e Nordeste; e territórios com menores prevalências de IAN e menor vulnerabilidade nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Resumo Objetivou-se identificar padrões alimentares de idosos brasileiros e seus fatores associados. Estudo transversal realizado a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2013) de 11.177 idosos, cujos padrões alimentares foram identificados a partir de análise de “cluster”. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para a análise de fatores associados. A análise de “cluster” produziu 2 padrões alimentares, um saudável (55,4%), com maior consumo de verduras e legumes crus e cozidos, frango, frutas, sucos de frutas naturais e leite. E outro não saudável (44,6%), com maior consumo de carne vermelha e refrigerante ou suco artificial. As prevalências do padrão alimentar saudável foram maiores em idosos do sexo feminino (RP = 1,32; IC95% 1,25-1,40), cor/raça branca (RP = 1,09; IC95% 1,02-1,15), idosos com graduação ou pós-graduação (RP = 1,56; IC95% 1,41-1,72), residentes nas regiões Sudeste (RP = 1,54; IC95% 1,33-1,79) e Sul (RP = 1,51; IC95% 1,30-1,76), que não fumavam (RP = 1,19; IC95% 1,07-1,31) e que praticavam atividade física (RP = 1,24; IC95% 1,17-1,32). Esses resultados indicaram associação entre melhores condições sociais e hábitos de vida benéficos com o consumo de alimentos saudáveis, reforçando a hipótese da determinação social e da coexistência dos comportamentos de saúde.
Resumo O objetivo foi analisar a distribuição espacial da prevalência de excesso de peso e sua correlação com insegurança alimentar, aquisição de alimentos por tipo de processamento e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no Brasil. Estudo ecológico, com dados de três inquéritos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizou-se técnicas de estatística espacial para análise univariada e bivariada. A prevalência de excesso de peso encontrada para o Brasil foi de 34,2% (IC95% 33,8-34,6%). O excesso de peso apresentou autocorrelação espacial moderada (0,581; p = 0,01) e maiores prevalências nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As prevalências de excesso de peso apresentaram correlação espacial positiva e moderada com o IDH (0,605; p< 0,05), proporção de aquisição domiciliar de produtos alimentícios ultraprocessados (0,559; p< 0,05); e correlação negativa e moderada com a prevalência de domicílios em insegurança alimentar (-0,561; p< 0,05). Conclui-se que a ocorrência de excesso de peso encontrava-se desigualmente distribuída no território brasileiro. As prevalências mais elevadas foram encontradas nos estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, associadas a maiores valores de IDH e proporções de aquisição de produtos alimentícios ultraprocessados.
(1) Background: The purpose of this study was to identify the prevalence of obesity and stunting among Brazilian adolescents and its associations with social determinants of health (individual, family, and school), grounded on the necessity of investigating the determinants of nutritional problems within this population. (2) Methods: A population-based survey was administered to 16,556 adolescents assessed by the 2015 National School Health Survey. Multivariate models of obesity and stunting were estimated from Multilevel Poisson Regressions. (3) Results: The prevalence of obesity among Brazilian adolescents (10.0%; 95% CI: 9.4–10.6) was associated directly with indifference or dissatisfaction with body image, with eating breakfast four or fewer days a week, living with up to four people in the household, studying in private schools, and being from the South region, and was inversely associated with being female, 15 years old or older, with having the highest nutritional risk eating pattern, dining at fast-food restaurants, and eating while watching television or studying. The prevalence of stunting (2.3%; 95% CI: 2.0–2.8) was directly associated with the age of 15 years or older, and inversely associated with the lower number of residents living in the household, maternal education—decreasing gradient from literate to college level education, studying in urban schools, and being from the South and Central-West regions. (4) Conclusions: Obesity in adolescence presented behavioral determinants. Stunting and obesity have structural social determinants related, respectively, to worse and better socioeconomic position among Brazilian adolescents.
Resumo Objetivou-se avaliar a adesão à alimentação escolar por adolescentes brasileiros considerando determinantes individuais e do contexto escolar. Foram avaliados 10.262 adolescentes de escolas públicas da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Regressão multinível foi utilizada para estimar o efeito de variáveis do contexto individual e do ambiente escolar na ocorrência da baixa adesão à alimentação escolar por adolescentes. A prevalência dessa baixa adesão (consumo da alimentação escolar ≤2dias/semana) foi 64,2% nesse grupo. O modelo explicativo evidenciou menor adesão a essa prática entre adolescentes do sexo feminino (RP=1,09; IC: 1,03-1,14), entre aqueles com 15 anos ou mais de idade (RP=1,08; IC: 1,02-1,14), que tinham consumo regular de refrigerantes (RP=1,09; IC: 1,03-1,15), que não realizavam regularmente almoço e jantar com pais e responsáveis (RP=1,08; IC: 1,02-1,14), e que moravam em domicílios com menos de 4 pessoas (RP=1,07; IC: 1,02-1,13). Em relação ao ambiente escolar, estudar em escolas com mais de 1.000 alunos (RP=1,22; IC: 1,12-1,33) e com presença de cantina (RP=1,15; IC: 1,08-1,22) determinaram a baixa adesão. Os resultados demonstram importante efeito do contexto escolar na determinação do consumo da alimentação escolar por adolescentes.
O objetivo deste estudo foi estimar as pegadas hídricas da alimentação de adolescentes escolares do Brasil e as associações com contexto territorial e de rotina alimentar. Trata-se de um estudo ecológico a partir dos microdados da amostra 1 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015, com as quais foram estimadas as médias das pegadas hídricas medias (PH) da alimentação dos adolescentes por categoria de análise: unidade da federação brasileira, macrorregião geográfica e por número de dias na semana frequentado restaurantes fast food. Estatísticas descritivas e espaciais foram empregadas para compreensão da distribuição dessas médias nas unidades de análise territoriais e na frequência em fast food. No Brasil, a PH média da alimentação dos adolescentes foi 2925,9 litros/kg. A distribuição das PH apresentou forte correlação espacial (Índice de Moran Local=0,773), com destaque para formação do cluster do tipo alto-alto (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul). Além disso, as PH médias da alimentação desse grupo aumentaram proporcionalmente ao aumento do número de dias que o adolescente costumava comer em fast food. Percebe-se uma relação direta entre o maior impacto ambiental da alimentação de adolescentes, territórios de moradia mais urbanizados e a maior frequência em restaurantes fast food. Avaliar essas associações é importante para compressão das questões de saúde pública e nutrição na perspectiva da sustentabilidade. Assim, podem ser desenvolvidas estratégias para redução do impacto ambiental e melhoria da alimentação desse grupo etário.
Introdução: A desnutrição é um importante distúrbio nutricional em idosos institucionalizados por estar associada ao aumento da mortalidade e da susceptibilidade às infecções e redução da qualidade de vida. A avaliação periódica do estado nutricional é fundamental para a promoção ou reabilitação da saúde em idosos. Para tanto, os métodos mais utilizados são os antropométricos, bioquímicos, de consumo alimentar e a Mini Avaliação Nutricional. Esse trabalho visa identificar a prevalência de desnutrição em idosos institucionalizados e os métodos diagnósticos utilizados para determinar essa deficiência nutricional. Metodologia: A revisão foi realizada a partir das bases eletrônicas Lilacs, IBECS, Scielo, Medline, PubMed e SCOPUS. A seleção dos estudos foi feita considerando artigos originais completos disponíveis online, em inglês, espanhol e português e publicados entre 1992 e 2013. Resultados: Todos os estudos foram desenvolvidos em mais de uma instituição asilar. Destes, 71,4% (n=15) consideraram como idosos sujeitos com idade mínima de 65 anos. As prevalências de desnutrição variaram de 6,3% a 81,7% dependendo do método, indicadores e critérios utilizados para o diagnóstico. Todos os estudos utilizaram o Índice de Massa Corporal para diagnóstico do estado nutricional, seja como método isolado, ou associado a outro método, utilizando distintos valores de referência. Conclusões: Existe uma elevada prevalência de desnutrição em idosos institucionalizados, sendo a Mini Avaliação Nutricional o método mais utilizado para o diagnóstico. Mais estudos são necessários para subsidiar o desenvolvimento de instrumentos que permita uma avaliação nutricional mais robusta e que possa ser utilizado tanto para acompanhamento clínico quanto para a investigação epidemiológica.
A intensificação da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) dos adolescentes é fundamental ao aprimoramento da gestão e produção do cuidado desse grupo etário no Brasil. Com isso, o objetivo deste trabalho foi descrever processos de tratamento de variáveis do banco de microdados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e apresentar métodos multivariados que podem ser empregados na produção de informações para VAN de adolescentes do Brasil a partir desse inquérito populacional. Trata-se de um estudo metodológico com base na amostra 2 da PeNSE 2015. As principais contribuições são a descrição de aspectos das PeNSE; considerações sobre a ética da pesquisa com dados secundários; orientações sobre os bancos de microdados e a preparação para análise; o tratamento de variáveis de interesse para VAN - estado nutricional, consumo alimentar (estimativa de padrões e indicadores de sustentabilidade); variáveis compostas relacionadas ao comportamento alimentar de adolescentes; e as técnicas de análises múltiplas com dados categóricos que podem ser empregadas em estudos de associação. Ressalta-se que as ações de vigilância alimentar e nutricional de adolescentes no Brasil podem ser qualificadas a partir da intensificação de adequados estudos epidemiológicos com dados das PeNSE.
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