Resumo: O objetivo do presente texto é apresentar a sociologia pragmática francesa a partir do livro De la justification de Luc Boltanski e Laurent Thévenot. Primeiro, fazemos uma introdução geral dos principais pontos de convergência do campo sociológico francês desde a década de 80. Em seguida, apresentamos a obra De la justification, considerada como um marco na guinada pragmática da sociologia francesa. Então, apresentamos dois de seus principais conceitos: o de prova e o de cité. Por fim, através de um apanhado das forças e das fraquezas do modelo, problematizamos alguns de seus limites e desafios, como o de integrar na intuição pragmatista questões como o engajamento crítico do sociólogo e a análise dos processos, das disposições e dos problemas de longa duração.
Resumo O presente artigo busca, por meio da descrição dos contornos de três gestos próprios à sociologia pragmática, trazer novas questões para a teoria social, que escapem daquelas estabelecidas pelo “novo movimento teórico”, tal como definido por Jeffrey Alexander. Por meio da descrição do gesto metafísico de inversão da sociologia clássica durkheimiana, pretendo responder como é possível fazer uma sociologia contemporânea que respeite a introdução progressiva de novas entidades na composição do social (sejam elas, animais, objetos, e entidades não humanas, de modo geral). Por meio da descrição do gesto epistemológico de delegação, ambiciono dar conta do desafio de tornar a sociologia capaz de abrir-se maximamente àqueles cuja experiência nos colocamos como tarefa conhecer. Por fim, por meio do gesto de enquadramento metodológico das situações indeterminadas, problemáticas e dos momentos críticos (para os atores pesquisados), tento responder à questão de como é possível observar o que é fundamental e pertinente para aqueles a quem delegamos a capacidade de produzir conhecimento sobre o mundo, a realidade, a justiça, etc. Espero, com esse exercício de exposição teórica e metodológica da sociologia pragmática, contribuir para a introdução, na teoria social, de ângulos não contemplados pelo novo movimento teórico.
Inspired by the reflections on the concept of critique proposed by Luc Boltanski and Eve Chiapello, this article presents some elements for a sociology of critique of the Pacification Police Unit (Unidade de Polícia Pacificadora - UPPs) program. It offers a brief history of the project, typified in phases. We conduct a mapping and a temporal analysis of critiques made about the UPPs throughout the entire period of their existence from 2008 until today. This analysis is based on ethnographic research and interviews conducted by the authors between 2009 and 2015 in the first two "pacified" favelas in the city of Rio de Janeiro (Santa Marta and the Cidade de Deus), and on the analysis of news reports from the major and alternative media and of social networks.
Hartmut Rosa is a Professor of Sociology at the University of Jena, and one of the most original and prolific critical social theorists of our time. The connections between the theoretical and substantive concerns of Rosa’s work, on the one hand, and the analytical purposes of this issue of Civitas dedicated to “existential sociology”, on the other, are manifold. Rosa’s arguments on how acceleration as a social-structural trend of late modernity throws light upon intimate dilemmas of individual self-identity, for instance, could certainly be interpreted as (existential) sociological imagination at its best. The same goes for Rosa’s subtlety and ingenuity in capturing human modes of relating to the world in his theory of resonance, which apprehends the intermingling of bodily, affective, evaluative and cognitive dimensions in a manner that could be deemed “existential” - in a broad and original sense of the word - as broad and original is also the conception of the “critical” element in his “critical theory” of late modernity. For these reasons, we are very pleased to include the following interview in this issue of Civitas.
Resumo O objetivo deste artigo é apresentar uma sociologia, de inspiração pragmatista, dos problemas íntimos ou das autoinvestigações. Na primeira parte, exponho o conceito de investigação (inquiry), tal como foi tratado pela filosofia pragmatista americana. Em seguida, discuto como Luc Boltanski e Laurent Thévenot lhe conferem uma tonalidade sociológica. Em vez de fazer uma delimitação das formas elementares da investigação humana, como Dewey, eles propõem uma sociologia das investigações axiológicas dos atores. Na terceira parte, exponho como Francis Chateauraynaud, com Didier Torny, desloca a discussão em torno do acordo justo para as condições de felicidade da produção de um alerta eficaz, introduzindo na reflexão sobre a investigação a dimensão temporal. Por fim, proponho redirecionar a discussão para uma sociologia em escala individualizada, como em Bernard Lahire e Margaret Archer. Assim, pretendo propor uma sociologia dos problemas íntimos enquanto uma sociologia das autoinvestigações dos atores.
Com base nos artigos que compõem o dossiê, os organizadores refletem sobre diferentes modos de conceber e levar a efeito uma sociologia existencial.
A convite de Axel Honneth, Luc Boltanski proferiu três conferências no Instituto de pesquisa social de Frankfurt, em Novembro de 2008, fazendo uma contribuição ao ciclo de Conferências Adorno. Posteriormente reelaboradas e ampliadas, cada uma foi dividida em duas partes, formando os seis segmentos do seu recém publicado livro De la critique: précis de sociologie de l'émancipation. Desses, pode-se extrair três partes. Uma primeira, dedicada à análise do vínculo existente entre sociologia e crítica; uma segunda que, a partir de uma reflexão acerca das instituições, procura pensar a condição de possibilidade da atividade crítica através do que o autor chama de contradição hermenêutica. Uma terceira, enfim, dedicada a problemas políticos atuais que vão de diferentes modos de dominação (simples ou complexa/gerencial) a um esboço de uma via para a emancipação.Pode-se dizer, de um modo geral, que, a despeito das possíveis críticas em razão de seu estado de esboço, essa obra de Luc Boltanski possui, ao menos, dois méritos indubitáveis. Consagra, em primeiro lugar, a temática da crítica, talvez a única obsessão que tenha verdadeiramente acompanhado toda a sua obra, desde os tempos ao lado de Pierre Bourdieu (1964, 1976 até os seus textos mais recentes escritos na companhia de Laurent Thévenot (1991) e de Eve Chiapello (1999). Em segundo lugar, nessa obra o autor faz, de modo explícito e deliberado, uma espécie de síntese geral de sua própria trajetória, visando à integração de dois momentos de sua démarche intelectual, que são a do sociólogo crítico e a do sociólogo pragmático da crítica.É partindo de uma discussão acerca da relação entre saber sociológico e crítica social que Boltanski inicia o primeiro segmento de seu livro. Ao invés de ficar restrito, como antes fizera, a um apontamento crítico da sociologia de Pierre Bourdieu, ao contrastá-la com as virtudes da sociologia da crítica, o autor faz um balanço honesto em que visa aos vícios e virtudes de ambos os "estilos" de se fazer sociologia. Entre os dois, há uma incompatibilidade na superfície, mas, e essa é a tese de Boltanski, há uma solidariedade de fundo: se de um lado há vício, no outro há virtude. Se a sociologia pragmática da crítica soube bem arrolar instrumentos capazes de dar conta de situações reversíveis e de momen-
A hipótese com a qual este dossiê trabalha é que desigualdades e violência são prismas produtivos para análises e temas fundamentais do debate urbano, conectando-nos diretamente às cidades e aos territórios. Nesse sentido, os artigos exploram a violência a partir de diferentes perspectivas que giram em torno dos conflitos urbanos decorrentes das práticas de roubo. Nosso objetivo é duplo: de um lado, procuramos refletir sobre práticas criminais contra o patrimônio a partir de suas especificidades, apreendidas em pesquisas qualitativas de caráter etnográfico centradas em interações e situações empíricas, mas sem perder de vista suas implicações sociológicas mais amplas. De outro, mais do que uma abordagem criminológica, interessam-nos as relações entre o fenômeno dos roubos e a questão urbana.
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