Sob a inspiração de Bataille, Foucault propõe, em 1963, uma ontologia crítica fundada na ideia de transgressão. Esta não é nem uma atitude, nem um comportamento, e não pertence por conseguinte nem ao domínio da ética, nem ao da moral. Pelo contrário: a transgressão é um acontecimento do ser que ocorre nos limites do ser, acontecimento no qual esses limites são simultaneamente violados, revelados e abolidos. Vinte anos mais tarde, depois de seu regresso à antiguidade clássica, Foucault propõe uma outra ontologia crítica, que se apoia desta vez sobre a ética. Em ambos os casos, trata-se de pensar o ser e os limites. Porém, a transgressão despedaça o sujeito, ao passo que a ética o molda e o protege.
Si la liberté est longtemps restée pour Foucault un sujet mineur, c'est qu'il ne l'avait jamais vraiment découverte. En 1966, Les Mots et les choses font état de « notre liberté si soumise 1 ». Dix ans plus tard, La volonté de savoir nous apprend que le dispositif de sexualité « nous fait croire qu'il y va de notre "libération" », alors qu'il y va de notre asservissement (VS, « Tel », p. 211). Cependant, un texte de 1982 fait apparaître la liberté non seulement comme une condition de possibilité de l'existence du pouvoir, mais encore comme un élément essentiel à l'exercice de ce dernier : pas de pouvoir sans liberté, écrit Foucault deux ans avant sa mort 2. D'où vient ce changement ? Où Foucault at -il trouvé la liberté, pour qu'elle devienne tellement décisive que sans elle on ne comprendra plus ses dernières réflexions sur le pouvoir ? Les deux cours au Collège de France renferment la réponse à ces questions. La biopolitique (d')après Michel Foucault
Ao longo de sua história, a filosofia se mostrou sobejamente avessa à insolência e à selvajaria. No entanto, quem determina as fronteiras desses espaços, as linhas para lá das quais uma conduta se torna intolerável? Na sua antropologia, típica do século das luzes, Kant critica o que considera ser o caráter selvagem da populaça. Para ilustrar o que pretende dizer, ele recorre à expressão francesa canaille du peuple. Bem mais próximo de nós, Foucault se interessa pela figura antiga do filósofo cínico, que ele apresenta como um insolente à vista dos códigos da cidade, a qual acaba por excluí-lo. Ora, a raiz etimológica de canaille e de cínico é a mesma: o cão. A partir daqui, várias perguntas se insinuam: que relação existe entre a canalha, isto é, os cães do povo; e os cínicos, cães da filosofia? Se o cínico é filósofo, significa que a animalidade é interior à filosofia? As respostas a essas interrogações se tornam mais difíceis quando se compreende que as tensões entre seus elementos são mais complexas do que se julgava
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