Resultados: a cobertura de pré-natal observada foi de 95,4%, sendo a média de consultas observada de 6,2. O principal motivo referido para a não-realização de pré-natal foi a falta de informação acerca da sua importância (65,6%). Em 51,5% dos casos, o acompanhamento pré-natal iniciou no 2º trimestre de gravidez, sendo que 44,3% das pacientes submeteram-se a todos os exames complementares preconizados. A atenção pré-natal foi considerada inadequada em 64,8% e adequada em 35,2% dos casos. A escolaridade materna e a paridade mostraram associação significativa com a qualidade da atenção pré-natal. Quanto maior a escolaridade, melhor a qualidade da atenção pré-natal (p=0,0148). Em relação à paridade, quanto maior o número de filhos, mais tardiamente a gestante iniciou o acompanhamento pré-natal e menor o número de consultas observado (p=0,0008). Conclusões: a assistência pré-natal disponível por meio da rede municipal de saúde de Caxias do Sul, apesar de sua boa cobertura, deve ser revista do ponto de vista qualitativo. Especial atenção deve ser dada à educação em saúde durante a assistência pré-natal.
Objetivo: identificar fatores indicadores da sintomatologia climatérica. Pacientes e Métodos: estudo transversal de 254 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em Ambulatório de Climatério entre junho e outubro de 2002. Foram excluídas mulheres histerectomizadas ou sob terapia hormonal. As atitudes sobre a menopausa foram avaliadas por meio de instrumento construído a partir da adaptação de um questionário, constituindo-se de 11 questões referentes a atitudes positivas (vantagens) e 11 referentes a atitudes negativas (desvantagens) sobre a menopausa. Para a coleta de dados sociodemográficos e relacionados a variáveis reprodutivas e às condições de saúde da população estudada, utilizouse questionário estruturado e previamente testado. A sintomatologia climatérica foi avaliada pelo índice de Kupperman e as atitudes sobre a menopausa por meio de instrumento específico. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, análise de variância (ANOVA) e regressão linear múltipla. Resultados: de modo geral, a sintomatologia climatérica foi leve em 28%, moderada em 42,3% e intensa em 30,7% dos casos. Os sintomas mais prevalentes foram a irritabilidade (87,1%), as artralgias/ mialgias (77,5%) e a melancolia/tristeza (73,2%), ao passo que os mais intensos foram as ondas de calor, a irritabilidade e a insônia. Sintomas vasomotores foram referidos por 60,2% das entrevistadas. Mostraram-se indicadores da sintomatologia climatérica a cor, a atividade física regular e as atitudes com respeito a menopausa. A cor branca (p=0,02), a atividade física regular (p=0,04) e uma percepção positiva sobre a menopausa (p=0,01) associaram-se a sintomas climatéricos menos intensos. Em contrapartida, a percepção da menopausa como evento desvantajoso (atitude negativa) associou-se a pior sintomatologia climatérica (p<0,01). Conclusões: no presente estudo, a sintomatologia climatérica foi influenciada por fatores psicossociais e pela atividade física, além do estado de hipoestrogenismo característico desse período.
RESUMOOBJETIVO. Avaliar a qualidade de vida de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS. Estudo transversal de 323 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em um serviço universitário de atenção ao climatério entre junho e outubro de 2002. A qualidade de vida foi avaliada através do Women's Health Questionnaire. Na análise estatística, utilizou-se o teste t de Student e a análise de variância, seguidos de regressão linear múltipla. RESULTADOS. A qualidade de vida se mostrou comprometida entre a população estudada, em especial nos domínios relacionados a sintomas somáticos, humor deprimido e ansiedade. Por meio de análise multivariada, constatou-se que quanto menor a escolaridade (p<0,01) e a freqüência da atividade sexual (p<0,01), assim como a confirmação de comorbidades clínicas prévias (p=0,03), piores os índices de qualidade de vida. Em contrapartida, a atividade física regular se associou aàmelhor qualidade vida (p=0,01). A terapia hormonal, em particular, não se associou à qualidade de vida (p=0,48). CONCLUSÃO. A qualidade de vida mostrou-se comprometida neste estudo, sendo influenciada tanto por fatores biológicos, quanto por fatores culturais e psicossociais. Possivelmente, as mulheres atribuem à menopausa eventuais sintomas decorrentes de comorbidades clínicas ou dificuldades emocionais prévias, distorcendo a sua percepção acerca desta etapa de suas vidas. Neste sentido, a escolaridade contribuiu para uma maior compreensão das mudanças corporais dessa fase, reduzindo os níveis de ansiedade e estimulando o autocuidado. A sexualidade mostrou-se igualmente um aspecto importante da qualidade de vida no climatério. UNITERMOS: Qualidade de vida. Climatério. Menopausa. Terapia hormonal. F F F F FA A A A AT T T T TORES ORES ORES ORES ORES ASSOCIADOS ASSOCIADOS ASSOCIADOS ASSOCIADOS ASSOCIADOS INTRODUÇÃOO climatério, nas últimas décadas, tem sido reconhecido como mais do que apenas o encerramento da vida reprodutiva feminina. No entanto, ainda que referências a seu respeito encontrem-se descritas em textos escritos por Aristóteles (384-322 a.C.), até recentemente, a condição de mulher "menopausada" era raramente expressa em público, sendo considerada inclusive motivo de constrangimento 1 . Em parte, a pouca atenção prestada ao climatério até o início do século passado deveu-se à menor expectativa de vida feminina até então, que não permitia à maioria das mulheres viver o suficiente para atingir o climatério 2 . No entanto, o aumento progressivo da expectativa de vida feminina a partir da segunda metade do século XX, em virtude dos progressivos avanços tecnológicos no campo da saúde, mudou essa situação, desencadeou um interesse crescente pelas questões relacionadas ao envelhecimento feminino 3 . No Brasil, em 1999, as mulheres com mais de 40 anos correspondiam a 32% da população feminina do país, com projeção de um aumento ao redor de 11% até 2010 5 . Enquanto, segundo dados censitários, a expectativa de vida feminina no ano 2000 chegava aos 75,6 anos, a masculina não ultrapassava os 64,8 anos...
Population aging is a demographic reality for Brazil. Consequently, in the next years it is expected a progressive increase in seeking health care services in the country by women with complaints related to climacterium. Parallel to it, assistance at this part of woman's life has been going through a paradigm shift which has imposed to health professionals a change of attitude in relation to this stage of woman's life. Today it is acknowledged that the climacterium is influenced by biological, psychosocial and cultural factors, whose knowledge is fundamental for planning a more qualified and humanized care. This article proposes a reflection on the paradigm shifts in assistance at climacterium, highlighting important aspects as multidisciplinarity and interdisciplinarity, so as to serve better this portion of population, and provide it with more integrated and individualized care, bringing together knowledge and sensitivity, and always aiming at a better quality of life.
The authors carried out a literature review of the subject "stillbirth", with special emphasis on its conceptual and epidemiological features, aimed at highlighting its importance as a perinatal health indicator.
OBJETIVO: Avaliar a influência de atividade física na qualidade de vida e sintomas referidos por um grupo de mulheres pós-menopáusicas. METODOLOGIA: estudo caso-controle envolvendo de 197 mulheres na pós- menopausa com idade entre 50-65 anos: 132 sedentárias e 65 praticantes de exercícios físicos aeróbicos de intensidade leve a moderada. A qualidade de vida e a sintomatologia climatérica foram avaliadas pela Menopause Rating Scale (MRS). Na análise estatística, procedeu-se à análise multivariada por regressão linear múltipla. RESULTADOS: O grupo fisicamente apresentou índices de qualidade de vida significativamente melhores em todos os domínios do instrumento MRS: sintomas sômato-vegetativos (p<0,01), sintomas psicológicos (p<0,01) e geniturinários e sexuais (p<0,01); 63,6% do grupo sedentário e 33,4% do fisicamente ativo referiram sintomas de intensidade moderada a severa. A capacidade cardiorrespiratória se mostrou também significativamente maior entre as mulheres fisicamente ativas (26,5±7,0 ml/Kg/min and 20,2±7,8 ml/kg/min, respectivamente). Através da análise multivariada, mostraram-se fatores preditores da qualidade de vida no presente estudo, a confirmação de atividade física regular (p<0,01) e a renda familiar per capita (p<0,01), de modo que as mulheres fisicamente ativas ou com melhor renda tenderam a referir menor sintomatologia climatérica e melhor qualidade de vida. CONCLUSÕES: No presente estudo, a atividade física regular de intensidade leve a moderada e a renda familiar per capita influenciaram positivamente a qualidade de vida e a intensidade da sintomatologia climatérica.
RESUMOOBJETIVO. Identificar os fatores relacionados à freqüência da atividade sexual entre mulheres pós-menopáusicas. MÉTODOS. Estudo transversal de 206 mulheres pós-menopáusicas entre 45 e 60 anos atendidas em um serviço universitário da região Sul do Brasil entre junho e outubro de 2002. A atividade sexual foi avaliada pelo número de relações sexuais no último mês e a sintomatologia climatérica pelo Índice de Kupperman. Na análise estatística, fez-se regressão linear múltipla. RESULTADOS. Das mulheres pesquisadas, 176 (85%) eram sexualmente ativas. Cerca de 60,6% relataram diminuição da atividade sexual após a menopausa, o que atribuíram principalmente à impotência sexual do parceiro (41,7%). Aproximadamente 25,7% negaram satisfação com o intercurso sexual. Na análise por regressão linear múltipla, associaram-se à atividade sexual a idade (p<0,01), o grau de satisfação sexual (p=0,01) e a sintomatologia climatérica (p=0,02). Quanto maior a idade, mais intensa a sintomatologia climatérica, menor a satisfação sexual e menos freqüente a atividade sexual. Os sintomas climatéricos que se correlacionaram com a atividade sexual foram os fogachos (p=0,05), a irritabilidade (p=0,04), a melancolia/tristeza (p=0,04), as artralgias/mialgias (p<0,01) e a fraqueza/cansaço (p<0,01). CONCLUSÃO. Os achados deste estudo foram similares aos descritos na literatura. Estes reforçam a hipótese da sexualidade da mulher climatérica não ser influenciada somente por fatores relacionados ao hipoestrogenismo, como também por fatores psicossociais e culturais associados ao próprio envelhecimento. Todavia, estudos longitudinais são necessários para se obter dados mais conclusivos. Especial atenção deve ser dada para as disfunções sexuais masculinas. UNITERMOS INTRODUÇÃOA sexualidade é reconhecida atualmente como um dos pilares da qualidade de vida, sendo a sua abordagem cada vez mais valorizada 1 . Caracteriza-se pelo caráter multidimensional, ou seja, não é influenciada somente por fatores anatômicos e fisiológicos, como também por fatores psicossociais e culturais, além de relacionamentos interpessoais e experiências de vida 2 . No climatério, as questões relacionadas à sexualidade têm se revestido de crescente valorização em virtude da crescente longevidade feminina nas últimas décadas e da maior prevalência de disfunções sexuais depois da menopausa 2,3 . Estudo envolvendo 4753 ginecologistas brasileiros revelou que a diminuição do desejo sexual estava entre os principais motivos de procura por consultas 4 . Enquanto cerca de 25% a 33% das mulheres com idade entre 35 e 59 anos manifestam disfunções sexuais, entre 60 e 65 anos estes percentuais variam de 51% a 75% 5 . O impacto do climatério na sexualidade feminina, contudo, não está totalmente esclarecido. Persistem controvérsias sobre a idade como fator mais importante do que o próprio estado menopausal na sexualidade feminina 6 . A queda dos níveis de estrogênio resulta na diminuição do suporte pélvico e da lubrificação dos tecidos urogenitais, causando dispareunia e dificultando a a...
Objetivo: avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade entre mulheres climatéricas. Métodos: estudo transversal de 611 mulheres entre 45 e 60 anos atendidas em serviço de atenção ao climatério entre janeiro e junho de 2003. O peso corporal foi avaliado com base no índice de massa corporal (IMC). Consideraram-se como sobrepeso ou obesidade valores de IMC iguais ou superiores a 25 kg/m 2. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas, reprodutivas e relacionadas ao estilo de vida. A análise estatística foi realizada por meio do teste do χ 2 seguido de regressão logística. Resultados: a maioria das mulheres pesquisadas era pós-menopáusica (52,9%), com média de idade de 51,4 (±4,4) anos. Cerca de 63,7% apresentavam IMC igual ou superior a 25 kg/m 2 , com prevalência de sobrepeso e obesidade de 33,6 e 30,1%, respectivamente. A prevalência de sobrepeso e obesidade foi maior entre as mulheres com maior idade (OR=1,2; IC 95%: 1,1-1,4) ou não usuárias de terapia hormonal (OR=1,8; IC 95%: 1,2-2,8). O oposto foi observado entre as mulheres sem companheiro fixo (OR=0,7; IC 95%: 0,4-0,9) ou sem ocupação remunerada (OR=0,6; IC 95%: 0,5-0,9). Conclusões: neste estudo, a prevalência de sobrepeso e obesidade foi influenciada pela idade e não pelo estado menopausal. A associação entre o estado marital e a ocupação com o IMC reforça a hipótese de a saúde da mulher climatérica não ser influenciada apenas por fatores biológicos, mas também por fatores psicossociais e estilo de vida. A menor ocorrência de sobrepeso e obesidade entre as usuárias de terapia hormonal é explicável por possíveis restrições a sua prescrição entre mulheres previamente com sobrepeso ou obesidade. Porém, mais estudos são necessários para se obterem dados mais conclusivos, idealmente longitudinais.
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