Resumo. Este artigo problematiza as representações sociais do crime, da espiritualidade e do consumo construídas pela juventude periférica urbana. Para isso, toma como corpus empírico narrativas de rap que repercutem as tensões e, também, as conexões de sentido existentes no discurso político e no discurso espiritual da cultura hip hop, num contexto em que o dinheiro é uma força que redefi ne as compreensões do crime, da religião e do consumo. As letras de rap selecionadas são de grupos e artistas indicados ao Prê-mio Hutúz 2009, que premiou os melhores rappers brasileiros da década passada. As letras de rap são abordadas à luz da análise de discurso com o objetivo de conhecer os sentidos, os valores e as crenças construídos e compartilhados coletivamente pela juventude pobre urbana como representações sociais estruturantes das suas vidas sociais e, por isso, orientadoras das condutas. Como resultado, esta análise traz um fenômeno recente: o jogo de aproximações e de tensões entre o mundo do rap e o mundo funk no interior do próprio público periférico, fruto da expansão e da presença deste último gênero (o funk "ostentação", isto é, de exaltação do consumo) nas periferias onde antes predominava a militância hip hop. Palavras
O artigo analisa os repertórios simbólicos mobilizados pela campanha midiática Paz sem voz é medo, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), posteriormente renomeada como Paz tem voz, observando a centralidade ocupada pelas Unidades Paraná Seguro (UPS) nesse esforço político de comunicação sintonizado com a agenda oficial da Segurança Pública no Paraná. Dentro desse quadro, a UPS, enquanto resposta política do governo estadual ao problema da violência, é enredada nesses discursos informativos e propagandísticos que promovem no espaço público a ideia de paz contraposta a de medo, e isso faz com que os termos do conflito social e da cidadania sejam deslocados para as margens do debate público. Assim, este artigo aborda a UPS inseridas no escopo da campanha, analisando-a nos termos de uma linguagem da dominação e da segregação urbana, articulada em torno da ideia de paz sem conflito.
O artigo faz uma análise da campanha Paz sem voz é medo, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), talcomo ela elabora a questão da segurança enquanto um problema público, ao mesmo tempo e medida em que efetuaa construção simbólica do acontecimento “violência urbana” como uma visão social do mundo. A adesão midiática àagenda oficial opera no espaço público uma pedagogia política da segurança pública, ação orientada pelo medo e pelapolicialização dos conflitos sociais.
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