Resumo:A inclusão dos alunos com deficiência auditiva e dos alunos com surdez nas escolas brasileiras exorta por pesquisas que abordem, por exemplo, a diversidade linguística em ambientes educacionais bilíngues. Apresentamos um estudo em que buscamos verificar o compartilhamento de significados entre a Língua Portuguesa e a Libras para enunciados explicativos sobre dois conceitos fundamentais no ensino de Física: velocidade e aceleração. Tais enunciados foram apresentados por um interlocutor de Libras atuante em aulas de Física. Considerando algumas ideias presentes nas teorias de Bakhtin, verificamos as significações assumidas pelos principais sinais apresentados pelo interlocutor. Verificamos que os sinais apresentados pelo interlocutor podem assumir significados diversos, o que, em alguns casos, divergem do significado físico-científico. Percebemos que cabe ao interlocutor reconhecer os sinais mais adequados, mas tal reconhecimento passa por um entendimento correto do conteúdo de física que será interpretado, o que remete a uma necessária preparação conjunta com o professor.Palavras-chave: Inclusão escolar. Deficiência auditiva. Surdez. LIBRAS. Ensino de Física.
Abstract:The inclusion of students with hearing impairment and students with deafness in Brazilian schools calls for research, for example, involving linguistic diversity in bilingual educational environments. We present a study in which we seek to verify the sharing of meanings between the Portuguese Language and the Brazilian Sign Language for explanation of two fundamental concepts in physics teaching: velocity and acceleration. The explanations were presented by an interlocutor of Libras who worked in physics classes. Using some ideas of Bakhtin, we check the significance assumed by the main signs presented by the interlocutor. We verified that the signals presented by interlocutor may assume various meanings, in some cases, different from the scientific meaning. We note that the interlocutor needs to recognize the most appropriate signs, but such recognition needs a correct understanding of the content of physics, which requires joint preparation with the teacher.
ResumoAs práticas docentes são regidas por diversos elementos, internos e externos aos indivíduos, que conduzem suas ações em sala de aula. As crenças de autoeficácia, propostas por Bandura (1986)
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2016v33n1p223Este trabalho visa analisar, através de uma pesquisa de natureza qualitativa, como as crenças de autoeficácia de alguns professores a respeito de seu trabalho com a Física Moderna e Contemporânea (FMC) influenciam o seu cotidiano escolar. As várias etapas de coleta de dados nos possibilitaram verificar que: i) os professores que demonstraram maiores índices de crenças de autoeficácia são mais propensos ao trato com a FMC em suas aulas, de modo a buscarem alternativas para lidar com as dificuldades presentes em seu cotidiano; ii) diferentes níveis de crenças de autoeficácia podem levar os indivíduos a interpretações distintas de situações semelhantes; iii) a precária formação ligada a FMC é um fator que atua sobre as crenças de autoeficácia pessoal dos professores. Além disso, este estudo possibilitou também enfatizar a problemática inerente aos instrumentos declarativos para aferição de crenças de autoeficácia dos sujeitos.
A ideia de Contrato Didático, proposta por Brousseau (1986), estabelece que a relação entre professor e aluno seja mediada por um saber. Sendo assim, a partir de um estudo de caso, buscamos analisar as diferentes regras que estruturam um Contrato Didático a respeito de saberes pertencentes à Física. Por meio de observações em sala de aula e de entrevistas semiestruturadas, analisamos os comportamentos de dois alunos diante do Contrato Didático instituído em classe. O estudo revelou algumas das regras estabelecidas pelos sujeitos da relação didática, além de evidenciar momentos em que as regras implícitas ao Contrato Didático tornavam-se explícitas ou, ainda, momentos de ruptura do contrato. A pesquisa demonstrou ainda que o Contrato Didático deva estar em constante mudança para que as estratégias de aprendizagem dos alunos estejam de acordo com a perspectiva de aproximação com o saber e não somente de manutenção do Contrato Didático.
As crenças de autoeficácia se consolidaram, nas últimas décadas, como importante preditor do desempenho acadêmico dos estudantes nos mais diferentes níveis de ensino. Neste estudo, buscamos analisar a relação entre os níveis de autoeficácia de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio e seus diferentes comportamentos a respeito de seu desempenho escolar em Física a partir da instituição de um Contrato Didático. Realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa, por meio de um estudo de caso, com dois estudantes de uma escola pública do Estado de São Paulo. Durante o período de quatro meses, a participação dos alunos nas aulas de Física foi gravada. Após o término das gravações, os alunos, com os melhores desempenhos escolares, participaram de uma entrevista semiestruturada. Observamos comportamentos distintos dos dois participantes do estudo. Enquanto um deles demonstrava grande empenho durante as atividades propostas, o outro apresentava um comportamento muito disperso. Contudo, os dois sujeitos sempre recebiam as maiores notas de desempenho na disciplina de Física. Percebemos que, para o primeiro, o reconhecimento de suas capacidades pela professora e de seus familiares, além da perspectiva de participar ativamente do processo de ensino e aprendizagem, alimentava seu nível de autoeficácia em Física. O segundo, estabelecia um padrão de comparação com os demais colegas de turma demonstrando que o contexto das aulas de Física estava aquém de suas reais capacidades, o que acabará por justificar suas ações pouco efetivas durante as aulas. Assim, pudemos observar diferentes estratégias de aprendizagem para a manutenção do Contrato Didático que nem sempre permitiam uma maior aproximação com o saber físico, contudo, promoviam suporte para suas crenças autoeficácia em Física.
<p>A etapa de ingresso dos estudantes nos cursos de licenciatura é uma fase de relevante análise a respeito dos processos que gerenciam as estratégias de aprendizagem dos futuros professores. A fim de compreendermos os fatores que se relacionam com as estratégias de aprendizagem dos alunos e com seu desempenho acadêmico, é que escolhemos as crenças de autoeficácia, propostas por Albert Bandura (1986), como constructo teórico para estudarmos tais relações, logo na etapa de ingresso dos estudantes no curso de licenciatura em Física. Assim, por meio de uma pesquisa qualitativa, em um estudo de caso, realizamos entrevistas, em momentos distintos do ingresso, de três alunos do curso de licenciatura em Física do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande (CFP/UFCG). O estudo revelou um incremento no nível de autoeficácia desses estudantes na passagem do primeiro para o segundo período do curso. Esse aumento em seus níveis de autoeficácia resultou em diferentes estratégias de aprendizagem que, por sua vez, possibilitaram um melhor desempenho acadêmico nessa fase do curso de graduação. </p><p><strong>Palavras chave</strong>: Autoeficácia, Licenciatura em Física, desempenho acadêmico, estratégias de aprendizagem.</p>
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