A emergência da pandemia causada pela COVID-19 reclama enfaticamente pensar o estreitamento da relação homem-poder-violência e a ressignificação do lugar dos homens na sustentação da vida reprodutiva, dos laços emocionais e do cuidado. Nesse contexto de isolamento social, como importante estratégia contra a disseminação da doença, buscando compreender o aumento de violência doméstica contra a mulher, o objetivo deste ensaio é refletir sobre as relações homem-poder-violência a partir das concepções de Hannah Arendt, problematizando o conceito normalizado de masculinidade hegemônica. Ao longo deste ensaio, buscamos desconstruir a ideia de que existe um único modelo de masculinidade hegemônica e que propõe uma dominação global dos homens sobre as mulheres, uma vez que mulheres também apresentam aspectos de masculinidade, sendo uma construção histórico-social, que se transforma continuamente. Assim, diante das reformas históricas de gênero acrescidas da instabilidade provocada pela pandemia da COVID-19, observa-se o aumento da violência domiciliar como efeito da diminuição do poder patriarcal, na tentativa de estabilizar o modelo de masculinidade definido por esse poder patriarcal, ou tenta-se reconstituí-lo em novas configurações. Frente a essa realidade, faz-se necessário, no âmbito da Saúde Coletiva, refletir sobre a reformulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Resumo Objetivo verificar a prevalência de sintomas de depressão pós-parto em puérperas atendidas em uma maternidade pública e sua associação com características socioeconômicas e de apoio social. Método estudo epidemiológico, analítico, do tipo transversal, em uma maternidade pública conduzido de agosto a outubro de 2017. A amostra de 330 puérperas foi entrevistada por meio da aplicação de um formulário, para mensuração da presença de sintomas de depressão pós-parto. Foi utilizada a escala de depressão pós-natal de Edimburgo. Já para mensuração do apoio social, foi utilizado o instrumento Medical Outcomes Study. A medida de associação adotada foi a razão de prevalência (RP) com intervalos de confiança de 95% (IC95%), e aplicada a regressão de Poisson ajustada. Resultados a prevalência de sintomas de DPP foi de 29,7%. A idade entre 14 e 24 anos (PR:1,60; 95%CI: 1,10–2,34), ter até 8 anos de escolaridade (RP:1,39; IC95%:1,01–2,14) e o baixo nível de suporte social afetivo (RP:1,52; IC95%:1,07–2,14) e emocional (RP:2,12; IC95%:1,41-3,19) estiveram associados à maior prevalência de sintomas de DPP. Conclusão e implicações para a prática nesse contexto, os profissionais de saúde podem possuir um papel essencial no qual podem desenvolver, em conjunto, um plano de cuidados de acordo com as necessidades da mulher em período gravídico-puerperal.
How to quote this article:Santos DF; Castro DS; Lima EFA; et al.The women's perception on the violence experienced. Rev Fund Care Online. 2017 jan/mar; 9(1): [193][194][195][196][197][198][199]. DOI: http://dx.doi.org/10. 9789/2175-5361.2017.v9i1.193-199 ABSTRACT Objective: To analyse the women's perception on the violence experienced. Method: Qualitative study. Data was obtained through a semi-structured interview, and was analysed through the Content Analysis modality. Results: Four thematic categories were identified from the analysis of the accounts of the 14 participating women: 34.8% of the accounts fit in the category Perception and Feelings about violence; 26.1% presented accounts on the category Perception of the Motives for the Experience of Violence; and also in the category Freedom Cessation; and 13.0% in the category Reflex of Violence on Health. Conclusion: There is a need for policies and actions that support and contribute to women's freedom from violence, as well as the strengthening of intersectoral support networks, as violence poses a number of problems not only of socio-economic nature, but also damages the health of their victims.Descriptors: Women's health, Violence against women, Perception. RESUMENObjetivo: Analizar la percepción de mujeres acerca de la violencia vivida.Método: Estudio cualitativo. Los datos fueron obtenidos por medio de una entrevista cuasi-estructurada y analizados a través del Análisis del Contenido. Resultado: A partir del análisis y de relatos de las 14 mujeres participantes fueron identificadas 04 categorías temáticas. Siendo que 34,8% se encuadraran en la categoría Percepción y sentimientos sobre la violencia; 26,1% estaban en la categoría Percepción de los motivos de la vivencia de la violencia y en la categoría Cesación de la libertad; 13,0% en la categoría Reflejo de la violencia sobre la salud. Conclusión: Surge la necesidad de políticas que apoyen y que contribuyan para que las mujeres se libren de la violencia, así como el fortalecimiento de redes de apoyo intersectoriales, ya que la violencia acarrea inúmeros problemas, no apenas de carácter socio-económico, sino que también genera daños a la salud de las víctimas. Descriptores: Salud de la mujer, Violencia contra la mujer, Percepción.
Resumo No contexto de emergência da pandemia causada pela covid-19, o objetivo deste ensaio é refletir sobre as relações homem-poder-violência a partir das concepções de Hannah Arendt, problematizando o conceito normalizado de masculinidade hegemônica e buscando compreender o aumento de violência doméstica contra a mulher. Buscamos desconstruir a ideia de que existe um único modelo de masculinidade hegemônica que propõe uma dominação global dos homens sobre as mulheres, uma vez que mulheres também apresentam aspectos de masculinidade, sendo uma construção histórico-social que se transforma continuamente. Assim, diante das reformas históricas de gênero acrescidas da instabilidade provocada pela pandemia da covid-19, observa-se o aumento da violência domiciliar como efeito da diminuição do poder patriarcal, na tentativa de estabilizar o modelo de masculinidade definido por esse poder patriarcal, ou tenta-se reconstituí-lo (ressignificá-lo) em novas configurações.
Resumo Objetivo Analisar a prevalência de sintomas depressivos pós-parto entre puérperas e sua associação com a violência. Métodos Estudo transversal com puérperas atendidas em uma maternidade pública de Cariacica, ES, Brasil, em 2017. Utilizou-se questionário elaborado pelos autores e instrumentos validados. Na análise, realizou-se teste qui-quadrado de Pearson e a associação foi apresentada por razão de prevalências (RP) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados A prevalência de sintomas depressivos pós-parto foi 36,7% (IC95% 31,6;42,0). Renda familiar total associou-se inversamente com essa prevalência (p<0,05). Puérperas solteiras (RP=1,75 - IC95% 1,17;2,64), que desejaram abortar (RP=1,96 - IC95% 1,50;2,56), que consumiram bebida alcoólica na gestação (RP=1,37 - IC95% 1,00;1,86), que vivenciaram violência por parceiro íntimo na vida (RP=1,94 - IC95% 1,38;2,73) e na gravidez (RP=1,41 - IC95% 1,07;1,85) tiveram maiores prevalências de sintomas depressivos. Conclusão Sintomas depressivos pós-parto associam-se a situação conjugal, desejo de realizar aborto, consumo de álcool na gestação e violência por parceiro íntimo.
Objetivo: identificar a frequência da negligência contra meninas e mulheres no Espírito Santo, Brasil, e sua associação com as características da vítima, agressor e agressão. Métodos: estudo transversal com 802 notificações de negligência contra as mulheres entre os anos de 2011 e 2018. Os dados foram coletados a partir do Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN) do Espírito Santo e submetidos à análise comparativa por meio de regressão de Poisson e análise multivariada. Resultados: a negligência contra o sexo feminino representou uma frequência de 3% (IC95% 2,8-3,2) das notificações no período de 2011 a 2018. Esse agravo foi mais prevalente entre vítimas na faixa etária de 0 a 9 anos (RP = 108,67; IC95% 79,8 – 147,9); que referiram alguma deficiência/transtorno (RP= 2,55; IC95% 2,14 – 3,04); e ter como zona de residência a área urbana/periurbana (RP= 1,66; IC95% 1,23 – 2,24). Ao passo que as características do agressor associadas a uma maior ocorrência do fenômeno foram: ser do sexo feminino (RP= 7,12; IC95% 5,64 – 8,99); e possuir com a vítima o vínculo de Pai/Mãe/Padrasto/Madrasta/Ambos os pais (RP= 3,83; IC95% 3,00 – 4,89). Já em relação a característica da ocorrência foi ter dois ou mais em números de envolvidos com a negligência (RP= 1,87; IC95% 1,41 – 2,47). Conclusões: a negligência contra meninas e mulheres constitui um agravo de saúde presente que apresenta maiores prevalências em grupos mais vulneráveis. Nesse sentido, é fundamental, que os profissionais de saúde, estejam atentos a notificação desse agravo, com inserção da vítima na rede de proteção, contribuindo para a ruptura do ciclo da violência.
Conflitos de interesse: nada a declarar. ResumoObjetivo: Analisar os casos notificados de violência interpessoal contra as mulheres no estado do Espírito Santo.Métodos: Estudo analítico, do tipo transversal, em que foram analisados os casos notificados de violência contra a mulher no período de 2011 a 2018 no Espírito Santo. Os dados que foram analisados neste estudo são resultantes das
Objetivo: identificar a prevalência dos tipos de apoio social percebido por puérperas e verificar a sua associação com as características socioeconômicas, comportamentais e experiência de vida. Método: estudo transversal realizado em uma maternidade de risco habitual de um município do Espírito Santo com 330 puérperas no ano de 2017. Foi aplicada a escala de Apoio Social Medical Outcomes Study em português. A medida de associação adotada foi a razão de prevalência e aplicado a regressão de Poisson ajustada. Estudo aprovado pelo comitê de ética. Resultados: o apoio social nas dimensões afetiva, emocional e de interação social positiva, foram os que apresentaram maiores escores, enquanto a dimensão de apoio material, o menor. Fatores socioeconômicos, comportamentais e experiência de violência estiveram associados ao apoio social recebido (p<0,05). Conclusão: profissionais envolvidos na assistência prestada a puérpera devem estar atentos às necessidades do apoio social como também conhecer a rede de apoio social da mulher.ABSTRACTObjective: to identify the types of social support perceived by puerperal women and examine their associations with socioeconomic, behavioral and life-experience characteristics. Method: this cross-sectional study with 330 postpartum women in a low-risk maternity hospital in a municipality of Espírito Santo State was conducted in 2017 using the scale of the Medical Outcomes Study Social Support Survey in Portuguese. The measure of association was the prevalence ratio and adjusted Poisson regression was applied. The study was approved by the research ethics committee. Results: social support scored highest in the affective, emotional and positive social interaction dimensions; lowest in the material support dimension. Socioeconomic and behavioral factors, and having experienced violence were associated with the social received (p < 0.05). Conclusion: professionals involved in providing care to puerperal women should be attentive to social support needs and should learn these women's social support networks.RESUMENObjetivo: identificar la prevalencia de los tipos de apoyo social recibido por puérperas y verificar su asociación con las características socioeconómicas, conductuales y experiencia de vida. Método: estudio transversal realizado en un hospital maternidad de riesgo habitual en un municipio de Espírito Santo junto a 330 puérperas, en 2017. Se aplicó la escala Medical Outcomes Study Social Support Survey. La medida de asociación adoptada fue la razón de prevalencia y se aplicó la regresión de Poisson ajustada. Estudio aprobado por el Comité de Ética en Investigación. Resultados: el apoyo social en las dimensiones afectiva, emocional y de interacción social positiva presentó las puntuaciones más altas, mientras que la dimensión apoyo material las más bajas. Factores socioeconómicos, conductuales y experiencia de violencia estuvieron asociados al apoyo recibido (p<0,05). Conclusión: los profesionales involucrados en la atención a la puérpera deben estar atentos a las necesidades del apoyo social, así como deben conocer la red de apoyo social de la mujer.
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