Revoluções de direita na Europa do entre-guerras: o fascismo e o nazismo Right-wing ResumoO artigo pretende discutir a pertinência ou não do uso do conceito de revolução para movimentos e regimes de direita e mesmo de extrema-direita a partir da Itália fascista e da Alemanha nacional socialista. Examina as principais correntes sobre o tema, cotejando historiadores importantes na citada polêmica, assim como certos discursos das lideranças fascista e nazista.Palavras-chave: revolução; contrarrevolução; fascismo; nazismo. AbstractThe article intends to discuss the pertinence or not of the use of the concept of revolution for right wing and even extreme right wing movements and regimes from the fascist Italy and the national socialist Germany. It examines the main currents on the subject, comparing important historians in the aforementioned polemic, as well as certain discourses of the fascist and nazi leaderships.
The story of the Brazilian exile experience (1964—1979) from the perspective of the exiles themselves highlights the loss of roots and references and the discovery of new possibilities. The quotidian side of exile involved doubt, certainty, distress, emptiness, fear, insanity, death, difficulty with documents, work, study, reconstruction of pathways—in short, a redefinition of identity imposed by day-to-day life. At the same time that the exile experience meant the removal and elimination of the “generations” of 1964 and 1968, it also meant their survival: it was the locus of free thought, critical inquiry, learning, and enrichment, the locus of resistance and transformation, the negation of negation.
Em 2004, por ocasiao do quadragesimo aniversdrio do golpe de estado de 1964, que instaurou uma ditadura militar de 21 anos, os brasileiros langaram um olhar retrospectivo sobre o impacto do regime sobre o pais e seus individuos. A autora examina especificamente o impacto psiquico e politico da experiencia do exilio sobre os que se viram forgados a deixar o pais. A rearticulagao de relacionamentos no exterior, a reconstrugao de vidas apos um brutal corte dos lagos familiares, profissionais e do contexto politico sao trajetorias que ela percorre para evidenciar o processo de metamorfose, nos termos de Ovidio, dos exilados no exterior. O processo de mudanga-napermanencia culmina com o retorno de duas geragoes de exilados para um igualmente mudado Brasil.O exilio dos anos 1960 e 1970 foi um tempo e um lugar de redefinigoes das esquerdas brasileiras. Compreende-lo e refletir sobre os sentimentos de estranhamento, desenraizamento e luto.^ Mas tambem sobre as descobertas, o aprendizado e o enriquecimento que a experiencia representou; sobre as diividas, os constrangimentos, os caminhos percorridos, sobre as chegadas ao exterior, segundo as conjunturas e as iniciativas pessoais. E pensar as diferentes fases, o cotidiano, as dificuldades, a perda da lingua matema, os limites, as adapta^oes, o trabalho, o estudo e a militancia. E rever os acolhimentos nos paises estrangeiros e a questao da documentagao. E rever a imprensa publicada pelos exilados, as atividades e propostas de grupos poiiticos e culturais, as campanhas de denuncia da ditadura e pela anistia e o apoio dos estrangeiros a luta. E analisar os sentimentos e as emogoes quando a possibilidade de voltar se concretizou com a anistia, o impacto da chegada no Brasil, as reagoes ao retorno. E compreender de que maneira o projeto politico e pessoal das geragoes que viveram o exilio foi redefinido, suas rupturas e continuidades, suas transforma(;6es.^ Em suma, e escrever uma historia do exilio a partir das historias de vida, na qual a subjetividade nao e um problema, mas um elemento essencial na sua compreensao.Estranhamento, no sentido utilizado aqui, remete a Psicanalise, que tern nele seu objeto de estudo e de reflexao. Para Luis Eduardo Prado de Oliveira (1991), a Psicanalise e uma teoria fundada no estrangeiro, no exilado, no refugiado e no migrante. Como o universo do estrangeiro esta na sua base, a Psicanalise nao se interessa especialmente por eles.Alguns desses temas foram desenvolvidos em Rollemberg (1999).
O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel do historiador e o do juiz no processo de conhecimento de casos particulares. A historiografia é abordada em várias épocas, desde a Antiguidade Clássica até a atualidade, analisando-se Heródoto, Tucídides, Santo Agostinho, Antônio Vieira e outros. Nesta visão panorâmica, o foco recai sobre o dilema entre o juízo de valor e o juízo crítico, o que nos conduz à análise do Historicismo e do movimento dos Annales, com ênfase nas reflexões de Lucien Febvre e de Marc Bloch. Valoriza-se o procedimento judicial do historiador no domínio dos eventos, em contraste com os historiadores, linguistas ou filósofos que reduzem as evidências históricas ao domínio das representações ou versões de um mesmo fato, duvidando da veracidade de fatos reais. Aprofundamos tal discussão na abordagem de três grandes julgamentos: o caso Dreyfus, nos anos 1890, o caso Eichmann, em 1960, e o caso Sofri, nos anos 1990. Nesse sentido, analisamos críticas de grande importância, como a dos dreyfusards, e aqueles de Hanna Arendt e de Carlo Ginzburg em face dos processos judiciais mencionados.
Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada pelos alemães e, no pós-1945, construíram suas carreiras, especialmente na chamada Nova História francesa. A pesquisa está baseada em ensaios de ego-história, autobiografias e entrevistas que os autores selecionados produziram a partir de finais dos anos 1980, ou seja, quase 40 anos após o fim da guerra. O estudo tem como objetivo demonstrar, em primeiro lugar, que tais lembranças se inserem, de uma forma ou de outra, na memória construída na França do pós-guerra, influenciadas pelo mito da Resistência que o revisionismo historiográfico francês tem desconstruído desde a década de 1970. Finalmente, o artigo argumenta que a maioria dos autores selecionados, quando jovem, viveu no que Pierre Laborie chamou de zona cinzenta, inspirado na obra de Primo Levi.
A partir dos conceitos de “lugares de memória” (Nora) e “espaços de recordação” (Assmann), o artigo propõe uma reflexão crítica sobre as intenções e as contradições presentes na narrativa do Memorial dos Heróis Silenciosos - Resistência contra a perseguição dos judeus, 1933-1945, criado em 2008, em Berlim, na Rua Rosenthaler, no bairro com grande concentração de judeus na época da Alemanha nazista. O Memorial narra histórias daqueles que, individualmente ou articulados a grupos, associações, organizações, arriscaram suas vidas para salvar judeus da deportação, independentemente do êxito ou não de tais iniciativas.
Resumo: O artigo visa a contribuir para o debate em torno da tensão presente em museus históricos de temáticas ligadas à Segunda Guerra Mundial entre narrativas celebratórias de certos fatos e personagens (memória) e narrativas críticas próprias à natureza da pesquisa histórica. Tal tensão aparece tanto em museus europeus, como norte-americanos. Como desdobramento dessa discussão, aborda também os conflitos em torno da criação de museus históricos dedicados a assuntos tais como fascismo, nazismo, colaboração, na Europa.
Embora revisionismo e negacionismo sejam termos e conceitos que aludam a coisas distintas, não raramente são confundidos em estudos sobre diferentes temáticas e conjunturas. Este artigo procura diferenciá-los e analisar as razões e os processos a partir dos quais em muitos momentos os dois termos se confundiram. A questão ganhou visibilidade particular nas polêmicas em torno dos crimes nazistas na Segunda Guerra Mundial, mas envolve controvérsias anteriores e posteriores ao conflito. Tal realidade pode ser observada em três dimensões que, sendo autônomas, com frequência, se embaralharam: (a) política e ideológica; (b) historiográfica; (c) judicial. Envolvendo disputas do passado, a interpenetração dessas dimensões ocorre, sobretudo, quando estão em causa temas da história do Tempo Presente.
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