Por solicitação da divisão de saúde bucal da Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel-PR, o curso de odontologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) executou o primeiro levantamento epidemiológico na área de Saúde Bucal. A pesquisa foi realizada em crianças nas idades de 5 e 12 anos e foi utilizado os índices epidemiológicos ceo e CPO-D das escolas estaduais e municipais escolhidas através de sorteio contemplando todas as regiões do município. Os resultados obtidos através do levantamento produziram informações sobre as condições de saúde bucal da população de Cascavel. O ceo teve média de 2,42 e o CPO-D foi de 1,91, sendo maior na região Central. Embora os resultados apresentem valores menores que os do SB BRASIL 2000, o trabalho foi de grande valia para a criação e manutenção de uma base de dados contribuindo na perspectiva da estruturação de um sistema de vigilância epidemiológica em saúde bucal.
Resumo Trata-se de estudo transversal, com o objetivo de analisar a satisfação de usuários em relação ao atendimento em unidades de Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal e fatores associados. Foram incluídos 4.476 usuários das 62 equipes da ESF existentes na Região de Saúde Leste; utilizou-se questionário testado previamente com perguntas abertas e fechadas. Quanto ao nível geral de satisfação, encontrou-se 54,9% dos usuários Satisfeitos e 23,0% Muito Satisfeitos. Para este desfecho Nível Geral de Satisfação houve menor satisfação nos casos que o usuário não conseguiu ser atendido (OR 12,1 p=0,01); não recebeu visita domiciliar (OR 1,7 p=0,01); é do sexo feminino (OR 1,2 p=0,01) e declarou cor/etnia não branco (OR 0,77 p=0,021). Já a “Chance do Usuário Recomendar a UBS” foi: Alta (43,4%) e Muito Alta (17,7%). De modo similar, a menor chance de recomendar foi associada a casos de não atendimento (OR 5,1 p=0,01) e ausência de visita domiciliar (OR 1,5 p=0,01); não houve associação com variáveis sociodemográficas. Evidencia-se a percepção que os serviços são satisfatórios para a maioria dos usuários. O estudo também trouxe evidências para a importância de contar com a equipe ESF completa e de expandir a visita domiciliar.
A formação profissional na área de saúde é de extrema importância para a construção, manutenção e consolidação de modelos de saúde. Busca-se atualmente a formação de um profissional com o perfil que atenda as necessidades em saúde das pessoas, e que ofereça o cuidado do paciente de forma integral (Pagliosa e Da Ros, 2008). A ênfase no modelo biomédico ou flexneriano, centrado na doença e no hospital, conduziu os programas educacionais a uma visão reducionista. É necessário alcançar um modelo educacional pautado em uma formação mais contextualizada, que associe dimensões sociais, econômicas e culturais da vida da população (Campos et al, 2001). As propostas de reordenação dos modelos de saúde, que buscam a conversão do modelo assistencial na Atenção Primária para a lógica da Estratégia Saúde da Família preveem mudanças no serviço e na formação profissional, para que essas modificações se traduzam em ações e práticas profissionais. Assim, há necessidade de investimentos para a reestruturação dos currículos e das metodologias dos cursos de graduação e pós- graduação em saúde, assim como no desenvolvimento dos profissionais que já estãoatuando nos serviços. Entretanto, é necessário reconhecer que as transformações que se espera nos cursos da área da saúde exigem uma reorientação da lógica do sistema formador. As políticas indutoras de reorientação da formação incluem em suas diretrizes a educação interprofissional (EI), pautada na colaboração e na cooperação. A complexidade desta temática envolve, dentre outros desafios, a necessidade de mudanças culturais. Existem discussões em torno dessas questões há décadas em alguns países. Apesar da integração entre diferentes áreas da saúde ocorrer durante a formação da graduação, e apesar do fato de diferentes profissionais de saúde dividirem o mesmo espaço de trabalho, ainda não houve êxito em se modificar a cultura do cuidado em saúde baseado no isolamento profissional para um sistema de cooperação que possa contribuir para uma visão comum em saúde (Herbert, 2005). Nesse sentido, dentre diversas políticas indutoras de reorientação na formação, uma importante iniciativa foi a implantação do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) com editais em 2005, 2007 e 2012, e sua continuidade pelo GraduaSUS em 2015. O Pró-Saúde/GraduaSUS busca induzir a integração ensino-serviço, com o foco na reorientação da formação profissional em saúde, assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Primária. Considerando que a Universidade de Brasília tem sido contemplada desde o Edital do Pró- Saúde de 2007 (Brasil, 2007), torna-se relevante verificar se os objetivos propostos em ações desses programas estão sendo ou foram alcançados, assim como permitir que ajustes sejam realizados, casos se façam necessários. Objetivos: O presente estudo objetiva fazer uma análise da implementação do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde)/GraduaSUS, em cursos de graduação em saúde, do Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília, sob a ótica de diferentes sujeitos envolvidos no processo. Métodos: A metodologia proposta para este estudo foi baseada naquela utilizada para o desenvolvimento de projeto de pesquisa anteriormente desenvolvido (Furlanetto, 2015), em que os cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia, do Campus Darcy Ribeiro, foram analisados com os mesmos propósitos do presente estudo. Na presente proposta, os cursos de graduação de Farmácia, Nutrição e Saúde Coletiva foram incluídos. Trata-se de uma pesquisa de natureza quantitativo, do tipo descritiva. A população do estudo foi constituída por estudantes e professores dos cursos incluídos na pesquisa. Essa população vivencia um cenário contemplado em dois dos três Editais do Programa Pró-Saúde, desenvolvidos no âmbito dos três cursos e atualmente contemplados pelo Edital do GraduaSUS, de 2015. Foi aplicado o mesmo instrumento anteriormente validado e aplicado para os cursos de Medicina, Enfermagem e Odontologia (Furlanetto, 2015). Trata-se de uma escala de atitudes do tipo Likert, composto por assertivas com atitudes positivas e negativas relacionadas ao objeto de estudo. O instrumento é dividido em duas seções. A Seção 1 ficou composta por itens relacionados a dados sociodemográficos e profissionais nos instrumentos dirigidos aos professores, e dados sociodemográficos e acadêmicos nos instrumentos dirigidos aos estudantes. A Seção 2 foi organizada por quatro blocos de itens, separados por incluírem diferentes dimensões (teórica, cenários de práticas, reorientação da formação e dimensão pedagógica). Sua elaboração teve como base teórica os eixos propostos no Pró-Saúde (Brasil, 2007). Os dados coletados foram tabulados no programa Excel 7.0 e para a análise estatística foi empregado o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Foi realizada análise descritiva dos dados obtidos na seção 1 (para estudantes e professores) e na seção 2 do instrumento (para estudantes e professores), com ênfase aos itens relacionados à educação interprofissional. Após isso, será realizada comparação entre os resultados obtidos por acadêmicos e professores. Da aplicação deste instrumento obteve-se uma caracterização inicial dos cursos, em relação às tendências atitudinais de professores e estudantes. Este estudo é uma das etapas de um estudo em andamento que envolverá em etapas seguintes a realização de entrevistas e grupos focais, para análise qualitativa e posterior triangulação dos dados. Resultados: Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram o potencial que possuem as políticas indutoras de reorientação da formação, como os Programas Pró-Saúde e GraduaSUS aqui analisados, em fortalecer a reorientação curricular que buscam induzir mudanças nas práticas de saúde. Percebeu-se que apesar das potencialidades dos referidos Programas em oportunizar integração entre cursos e dentro dos próprios cursos; interação entre os cursos de saúde, a motivação para o desenvolvimento de atividades interdisciplinares e fortalecimento do trabalho em equipe, estratégias adicionais devem ser desenvolvidas para lidar com questões que envolvem mudanças culturais e, portanto, complexas em suas abordagens. Conclusões: Apesar das ações em andamento, os resultados sugerem que há muito a ser feito para se alcançar uma formação na graduação em saúde que caminhe na direção da educação interprofissional e do trabalho colaborativo, e com isso atingir as reais necessidades do sistema de saúde brasileiro. Existe a necessidade de estratégias de fortalecimento para que mudanças mais profundas na formação e perfil profissional ocorram. Considerando a complexidade que envolve questões que requerem mudanças históricas e culturais, políticas indutoras com ênfase na educação interprofissional deveriam ser colocadas na agenda
RESUMO A pandemia de Covid-19 reforçou a necessidade de esforços globais para garantir cobertura e acesso universal à saúde, impondo desafios na gestão da Atenção Primária à Saúde (APS). Este estudo objetivou desen- volver e aplicar um instrumento de avaliação da responsividade das Unidades Básicas de Saúde (UBS) diante da Covid-19, baseado na coprodução entre pesquisadores universitários e equipes técnicas da APS. O instrumento, dividido em dois módulos, incluiu identificação; horário de funcionamento; processo de trabalho; estrutura física, equipamentos, mobiliário, suprimentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI); atendimento, exames e acompanhamento de Usuários Sintomáticos Respiratórios (USR); vigilância, integração, comunicação e gestão. Todas as 165 UBS foram convidadas a completar o instrumento. Principais resultados: houve readequação da estrutura física (salas de espera, espaços internos/externos); fornecimento de EPI e de testes Covid-19, busca ativa de USR/suspeitos Covid-19 por telefone/visitas domiciliares, monitoramento de fluxos de transferência de pacientes e telessaúde. Concluindo, as UBS reorganizaram seus serviços para atender necessidades da pandemia. Fornecer informações sobre estrutura e capacidade de resposta das UBS pode subsidiar sistemas de saúde para planejamento e tomada de decisões, em diferentes níveis de gestão, crucial para determinar estratégias para reforçar a responsividade da APS em situações de pandemias e outras calamidades.
À minha orientadora, Dra. Diana Lúcia Moura Pinho, por ter me acolhido e conduzido essa caminhada com muita sabedoria e otimismo. Uma capacidade admirável de desatar nós. À professora Dra. Clélia Maria de Sousa Ferreira Parreira por todo apoio oferecido, especialmente nos momentos de dificuldade. E também pela grande presteza na condução do projeto junto ao CNPq. Ao prof. Dr. Adriano de Almeida de Lima pelo apoio nas análises estatísticas desse trabalho. Ao grupo gestor do Pró-Ensino na Saúde pela colaboração ao longo desses anos. Aos bolsistas de apoio técnico, Mábia Milhomem Bastos e Jetro Williams Silva Júnior, meu carinho especial, pelo profissionalismo, presteza e companheirismo durante o desenvolvimento dessa pesquisa. Aos professores da banca examinadora, Dra. Dais Gonçalves Rocha, Dra. Eliana Goldfarb Cyrino, Dra. Elizabeth Queiroz e Dr. Oviromar Flores, pela disponibilidade em trazer suas contribuições para a conclusão desse trabalho. Aos colegas do Pró-Ensino na Saúde, pelos momentos de crescimento que compartilhamos. Especial agradecimento à colega e amiga Marilac Meireles. Aos colegas de trabalho pelo incentivo, apoio e compreensão nos momentos de ausência, especialmente ao prof. Dr. Arlindo Abreu de Castro Filho. Pelo apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a aprovação desse projeto no Edital MCTI/CNPQ/MS-Decit 08/2013. E pela bolsa de doutorado concedida pela Capes, através do Projeto Pró-Ensino na Saúde. À minha família, irmãos, sobrinhos, enfim, todos aqueles que me apoiaram e apoiam sempre. Ao meu amado pai, pelo exemplo de vida que sempre foi e será para mim. vi RESUMO A formação profissional na área de saúde é de extrema importância para a construção, manutenção e consolidação de modelos de saúde. Busca-se atualmente obter um profissional com o perfil que atenda as necessidades em saúde das pessoas. Dentre diversas políticas indutoras de mudanças na formação, uma importante iniciativa foi a implantação do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) em 2005. O Programa Pró-Saúde busca induzir a integração ensinoserviço, com o foco na reorientação da formação profissional em saúde, assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Primária. Este estudo tem por objetivo avaliar a implementação das ações do Pró-Saúde em três cursos de graduação, Enfermagem, Medicina e Odontologia, que representam as áreas que compõem a equipe mínima da Estratégia Saúde da Família (ESF). Este trabalho foi dividido em etapas, sendo que inicialmente foi realizada revisão da literatura. Na segunda etapa foi construído e validado um instrumento, com escala de Likert, baseado nos eixos temáticos propostos no Programa Pró-Saúde. A terceira etapa consistiu na aplicação do instrumento aos acadêmicos e docentes dos cursos de graduação de Odontologia, Enfermagem e Medicina da IES incluída no estudo. Na quarta etapa, foi realizado um aprofundamento da análise das experiências com a implementação do Pró-Saúd...
The COVID-19 pandemic reinforced the need for global efforts to grant universal health coverage and access, which imposes management challenges for Primary Health Care (PHC). This study aimed to develop and apply an instrument to assess the PHC Units’ responsiveness to COVID-19, based on co-production efforts between university researchers and PHC technical teams. The instrument composed of two modules, included identification, operating hours, workforce, work process, structure, equipment, furniture, supplies, Personal Protection Equipment (PPE), Symptomatic Respiratory Patient (SRP) examinations and follow-up, information, surveillance, integration, communication, and management. All the 165 PHC Units in Brasília were invited to complete the instrument. Main results: there was physical structure adaptation (adequate configuration of waiting rooms, internal and external spaces allowing safe distance); provision of PPE and COVID-19 tests; active search for SRP/COVID-19 suspects by phone, mobile or home visits; monitoring flows of patient transfer and telehealth implementation. In conclusion, the PHC Units reorganized their services to meet the demands of the pandemic context. Providing information about structure and responsiveness of PHC Units may subside health systems for planning and decision-making at different levels of management, which is crucial to determine strategies to empower and reinforce PHC responsivity in situations of pandemics and other calamities.
A interprofissionalidade está intrínseca na proposta de criação dos curso de graduação em saúde coletiva por trazer em sua base a proposta de superação da estrutura pedagógica tradicional e disciplinar, priorizando conhecimentos e práticas que contemplem a troca de saberes e responsabilidades mútuas para formar sanitaristas comprometidos com o Sistema Único de Saúde e com as complexas necessidades de saúde. O presente trabalho tem como proposta dialogar sobre os desafios da construção curricular do curso de saúde coletiva contemplando a interprofissionalidade. Norteadas pela novas diretrizes curriculares da saúde coletiva e pela revisão do projeto político pedagógico do curso de saúde coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde, as autoras analisaram os documentos produzidos pelos docentes nos encontros pedagógicos do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e avaliações dos discentes dos estágios curriculares. Foram construídas as seguintes categorias analíticas: a) identificação das necessidade da reforma do ensino em saúde coletiva na perspectiva da interprofissionalidade; b) o uso de novas metodologias pedagógicas na construção da integralização das disciplinas; c) perfil do egresso sanitarista para a atuação interprofissional. Conclui-se que apesar de os documentos analisados do NDE apresentarem objetivos e fluxos bem definidos e de complexidade crescente para construção de saberes e práticas que garantam os conhecimentos necessários para a transformação das práticas em saúde, a articulação das ações ainda não sao efetivadas no âmbito do ensino. A superação dos territórios de saberes na formação aparece como dificuldade na prática dos docentes e nos cenários de formação para a integralização da interprofissionalidade no curso. Espera-se que a enunciação das lacunas e desafios na reforma curricular da Saúde Coletiva da FS amplie os recursos pedagógicos que instrumentalizarão atores envolvidos na formação - docentes, preceptores e discentes para a construção da interprofissionalidade, considerando a equidade e a superação do modelo curricular fragmentado como elementos norteadores do processo.
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