RESUMO Este estudo teve como objetivo analisar a mudança nas práticas de trabalho no artesanato do Alto do Moura, em Caruaru-PE, diante dos desafios enfrentados para manutenção econômica e modos de fazer no século XXI. Recorremos à noção bourdieusiana de habitus como construto a partir da qual elaboramos a noção de tensão emergente como um instrumento teórico-empírico para orientar as observações e análises das permanências e mudanças nas disposições, relativas ao modo de atuar no ofício e à manutenção econômica, dos pesquisados. A pesquisa teve natureza qualitativa e adotou a análise de conteúdo temática das 36 entrevistas realizadas com artesãos-proprietários, proprietários de outros negócios e formadores de opinião e demais materiais empíricos. As tensões disposicionais emergentes na dimensão econômica foram identificadas na concorrência predatória entre membros da comunidade, na ambivalência do papel do atravessador e nas diferentes formas de gestão do negócio do barro. Na dimensão laboral, foram evidenciadas tensões entre os tipos de produção (por cópia, em série e autoral), na invasão das bonecas e no sentimento em relação ao tipo de produção.
Este trabalho teve como objetivo caracterizar as tensões disposicionais emergentes entre membros-proprietários(as) de negócios na comunidade artesã do Alto do Moura, Pernambuco, neste século 21. Nesse sentido, são recuperadas discussões acerca dos conceitos de território, urbanização e espaço social na literatura nacional e internacional, que permitiram situar as tensões emergentes na comunidade enquanto um espaço social local em transformação. Apoiando-se na noção de tensão disposicional (Bourdieu) como instrumento teórico e metodológico, a pesquisa foi norteada por uma abordagem epistêmica construtivista e utilizou como intrumentos para o trabalho de campo entrevistas semiestruturadas, notas de campo e grupos focais. As principais tensões disposicionais analisadas foram referentes às novas paisagens, vizinhanças e à insegurança comunitária, associadas aos conjuntos habitacionais mais recentes e a seus novos moradores, e à concorrência exacerbada e ao fator classe na aceitação social, relativos às mudanças no padrão de relacionamento comunitário. Palavras-chave: Comunidade artesã. Alto do Moura. Espaço social local. Tensões disposicionais emergentes.
Este trabalho teve como objetivo analisar os principais desafios à formação de uma agenda pública para valorização e desenvolvimento coletivo do artesanato no Alto do Moura, centro de artes figurativas em barro situado no município de Caruaru, Pernambuco. Por meio de pesquisa qualitativa, foram efetuadas entrevistas com artesãos e formadores de opinião, com grupos focais e elaboração de notas de campo. A técnica utilizada foi a análise temática de conteúdo do material empírico. Os principais desafios elencados corresponderam à complexidade e à multidimensionalidade das demandas relatadas; à necessidade de sensibilidade no olhar para as questões simbólicas referentes a traços culturais da atividade artesã; à dissonância entre a visão do negócio pelos artesãos e visão adotada pelo poder público e órgãos de fomento e, por fim, à gestão da transversalidade de questões que demandam políticas intersetoriais.
O presente estudo, realizado em um dos centros de compra situados no Agreste do estado de Pernambuco (Nordeste brasileiro), tem como objetivo compreender e demonstrar as principais diferenças disposicionais que dificultam a relação entre o público lojista e a administração do referido centro. A partir da noção bourdieusiana de habitus foram analisadas informações elaboradas a partir de questionários aplicados junto a 159 proprietários de negócios e gerentes/responsáveis, além de observações de campo de inspiração etnográfica. Também foram feitas entrevistas semiestruturadas e um grupo focal com o corpo gerencial do centro de compras. Os resultados apontam que os gestores do empreendimento apresentam disposições voltadas para o mercado convencional, visam à expansão e prezam pela formalidade; enquanto que os lojistas mantêm disposições associadas ao comércio de feira de rua, atuando com objetivo da sobrevivência e imbuídos da informalidade. Essas diferenças geram conflitos nas relações, que foram elaboradas e explicitadas a partir da origem e trajetória profissional, relação com o espaço, comunicação e visão do negócio.
As mulheres artesãs do Alto do Moura, centro de artes figurativas em Caruaru-PE, vêm ocupando espaços distintos na comunidade. Por um lado, projetam-se para o protagonismo no ofício, nos negócios e na política comunitária, por outro, são condicionadas a ocupar e permanecer em lugares menos valorizados socialmente, como é o caso das atividades domésticas e da pintura das peças. O objetivo deste trabalho é analisar os diferentes lugares que as mulheres artesãs vêm ocupando no Alto do Moura do século 21. A pesquisa teve natureza qualitativa. Foram realizadas 33 entrevistas com artesãos(ãs) e formadores(as) de opinião, além de 02 grupos focais, fotografias e observação de campo. Os resultados apontam que as artesãs, mesmo ocupando outros lugares nos últimos tempos, são oprimidas por vários mecanismos sociais, econômicos e culturais que, em geral, as mantêm em uma situação de poder desvantajosa na comunidade.
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