A metaplasia é um processo adaptativo reversível, que acontece em um tipo de célula que, mediante um estímulo, passa pela substituição de outro tipo celular de linhagem semelhante. Objetivo: identificar a prevalência de metaplasia e a sua relação com lesões histopatológicas encontradas em amostras de mucosa esofágica. Método: estudo transversal, retrospectivo com uma amostra de 1953 laudos histopatológicos de mucosa esofágica. Resultados: de 1953 laudos, 548 (28,1%) tinham metaplasia, sendo 94 (17,1%) do tipo intestinal e destes 35(6,4%) focal; 133(6,8%) tinham esôfago de Barrett, 414 (75,5%) com ectopia gástrica, 21 (1,1%) com displasia, sendo 12 (57,1%) de baixo grau e 9 (42,9%) alto grau e 1427 (73,1%) laudos apresentaram esofagite. A faixa etária mediana dos portadores de metaplasia foi de 45 anos (IIQ 34-55), sendo 289 (51,7%) do sexo feminino e 438 (81,4%) procedentes da capital. Dos laudos com metaplasia, 46 (8,2%) tinham Helicobacter pylori, 30 (5,3%) esôfago de Barrett e 14 (2,6%) com atrofia gástrica associada a bactéria, entretanto não houve associação significativa com a H.pylori. Foi estatisticamente significativo (p<0,001) a associação de metaplasia com esofagite, esofagite eosinofílica e pólipo adenomatoso. Conjuntamente, observamos um menor risco de metaplasia na presença de esofagite (RR: 0,44; IC95%: 0,36-0,55) e maior na presença de Eosinófilos >=15 eos/ CGA (RR: 3,27; IC95%: 1,70-6,62). Conclusão: Não temos evidências de relação entre metaplasia no esófago e H.pylori. A ausência de esofagite e a presença de Eosinófilos >=15 eos/ CGA está associado a um maior risco de transformação metaplásica.
Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como “vape”, “pod”, e outros nomes, se instauraram no Brasil como uma opção atrativa entre adolescentes. Inicialmente, o principal objetivo era utilizá-lo como uma alternativa ao cigarro convencional, porém, transformou-se em mais uma via de entrada para o uso do cigarro e outras drogas. O objetivo é esclarecer os possíveis quadros clínicos advindos do uso de cigarro eletrônico em adolescentes, dos 12-19 anos, encaixando-se na doença E-VALI. Essa é uma revisão de literatura, realizada no período de abril-julho de 2022 pela busca das palavras-chave por meio das bases eletrônicas de dados: Scielo, MEDLINE (via PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Como critérios de inclusão, foram utilizados artigos entre o ano de 2019 a julho de 2022, contendo os descritores acima, sem restrição de território. No total, 31 artigos foram utilizados para esta revisão. Discussão: O quadro clínico descrito pelos autores pode variar desde sintomas respiratórios, como tosse, dispneia e falta de ar, a sintomas gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal e vômitos, além de convulsões provavelmente associadas ao uso desses dispositivos eletrônicos. Apesar de sua venda ser proibida no Brasil desde 2009, o cigarro eletrônico se instaurou facilmente entre adolescentes e jovens adultos. Mais estudos brasileiros são necessários para identificar precocemente outros possíveis efeitos adversos deste tipo de cigarro. Também é essencial que a população alvo tenha acesso à informação sobre as consequências resultantes do uso de “vape”.
Introdução: O epitélio colunar em esôfago distal e biópsias com metaplasia intestinal definem esôfago de Barrett (EB). Objetivou-se identificar associação de EB e lesões de mucosa esofágica em laudos histopatológicos. Métodos: estudo retrospectivo e transversal com 1953 laudos de mucosa esofágica. Resultados: foram analisadas 1953 biopsias de lesões de mucosa esofágica. Identificou-se 133 (6,8%) esôfago de Barrett, 151(7,7%) com H.pylori e desses, 17(11,3%) (p =0,041) associados a esôfago de Barrett. A faixa etária média foi 52 anos (IIQ 42,5-62,5), prevalência do sexo masculino (63,2%). Lesões associadas com EB: metaplasia 23 (17,3%) (p=0,004); displasia 8 (6%) (p<0,001), sendo que 8 (100%) possuíam displasia de baixo grau (p<0,001) e esofagite com 34 (25,6%) laudos, sendo 33 (97%) do tipo crônico. Não foi identificado associação com malignidade. Quanto aos riscos relativos brutos e ajustados, foram significativos: idade (RR: 1,03 (IC95%: 1,02-1,04)) e RRa (IC95%) 1,03 (1,02-1,03), sexo masculino, RR (IC95%) 1,76 (1,25-2,48) e RRa (IC95%) 1,03 (1,02-1,03) e displasia. Esofagite, metaplasia e esofagite eosinoflica não apresentaram probabilidade de risco. Observou-se alta probabilidade de exposição carcinogênica quanto a displasia (p=0,002) RR 5,83 (3,29-10,32), RRa 2,63 (1,45-4,78). Esofagite foi diagnosticado em 1.416 laudos do total da amostra. Ao correlacionar com metaplasia foi estatisticamente significativo (RR: 1,27; IC95%: 1,14-1,42). Conclusão: pacientes acima de 50 anos, sexo masculino, com displasia e ausência de esofagite apresentaram maior risco de esôfago de Barrett. Aqueles que apresentaram metaplasia e eosinófilos >=15 eos/ CGA sem lesões acantose glicogênica e pólipos demonstraram risco de esofagite. A presença de metaplasia isoladamente não representou fator de risco para EB, embora esofagite pareça representar maior risco para o desenvolvimento de metaplasia. Displasia de baixo grau associou-se alta probabilidade carcinogênica.
Introdução: patologias esofágicas com alterações histopatológicas podem provocar sintomas dispépticos, dor retroesternal e epigástrica. Objetivos: identificar a prevalência de achados histopatológicos de mucosa esofágica e correlacionar com a bactéria Helicobacter pylori (HP). Metodologia: estudo transversal, retrospectivo, com 1.953 laudos histopatológicos de mucosa esofágica. Dados analisados por frequência absoluta e relativa percentual, testes Qui-Quadrado de Pearson, Mann-Whitney e Teste Qui-Quadrado com simulações de Monte-Carlo. Resultados: Analisaram-se 1953 laudos de lesões esofágicas: sexo feminino 982 (50,3%) e idade mediana 44. Identificou-se 151 (7,7%) laudos positivos para HP e destes, 41 (2,3%) tinham atrofia gástrica. A esofagite 1427 (73,1%), a metaplasia 548 (28,1%) e o esôfago de Barrett 133 (6,8%) foram mais prevalentes. Malignidade, 5 (0,3%) laudos. Dos portadores de HP: esofagite 97 (64,2%), esôfago de Barrett 17 (11,3%) e metaplasia 45 (29,8%) - metaplasia pancreática estatisticamente significativa (p<0,001). Dois (1,3%) laudos apresentaram malignidade associados à HP. Correlacionando HP com lesões esofágicas, observou-se tendência a determinar maior risco da presença da bactéria: esôfago de Barret (RR: 1,68 (IC95%: 1,05-2,69), hiperplasia epitelial (RR: 2,18 (IC95%: 1,18-4,02), acantose glicogênica (RR: 3,69 (IC95%: 2,08-6,54), pólipos (RR: 2,17 (IC95%: 1,14-4,16), malignidade (RR: 4,91 (IC95%: 1,66-14,52) e atrofia gástrica (RR: 3,44 (IC95%: 2,02-5,84). Conclusão: Esôfago de Barrett, hiperplasia epitelial, acantose glicogênica, pólipos, malignidade e atrofia gástrica estão associados a um maior risco da presença da bactéria.
A doença de Parkinson (DP) foi primeiramente descrita por James Parkinson em 1817. Em seu ensaio inicial, foram descritos alguns dos sintomas da doença, destacando-se o tremor, a perda de força muscular e a instabilidade postural. Atualmente a doença de Parkinson acomete mais de 1 milhão de pessoas nos EUA, com a idade de início média aos 60 anos, e evolução progressiva durante 10 a 25 anos. Sendo o segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum após a doença de Alzheimer. Medicamentos agonistas dopaminérgicos, bloqueadores da degradação de dopamina, agentes anticolinérgicos e bloqueadores da recaptação de dopamina são opções válidas. Contudo, a L-dopa permanece sendo a droga de maior eficácia no controle dos sintomas. Por outro lado, surge um desafio médico, uma vez que há pacientes que permanecem com sintomas motores mesmo após a dose otimizada de L-dopa. Visando solucionar tal conflito, a cirurgia de estimulação cerebral profunda (ECP) surge como um método terapêutico válido, com o potencial de promover a redução dos sintomas e melhora da qualidade de vida dos pacientes. Sendo assim, este estudo possui como objetivo abordar a influência da estimulação cerebral profunda sobre aqueles pacientes com a doença de Parkinson. Para isto, conta com a revisão de 17 artigos, publicados entre 2017 e 2022, pertencentes a base de dados da PubMed e Medline. A técnica da ECP, é baseada na implantação de eletrodos em estruturas profundas (globo pálido interno e núcleo subtalâmico), em seguida, um campo elétrico é gerado, com o objetivo de corrigir as alterações consequentes da DP. Os resultados encontrados evidenciam a grande melhora dos sintomas após a aplicação da ECP, porém levam em consideração os possíveis efeitos colaterais e cuidados a serem tomados durante a aplicação da técnica. Fatores como: estrutura de escolha para implante, frequência utilizada e seleção criteriosa dos pacientes, possuem extrema relevância para garantir o sucesso do implante. Atualmente, diversas inovações estão sendo descobertas acerca da técnica de ECP, a qual possui um grande potencial a ser explorado.
Introdução. A sepse neonatal é uma patologia infecciosa de alto índice de morbidade e mortalidade, que ocorre até 28º dia de vida e pode caracterizada como precoce quando ocorre até as primeiras 72 horas de vida e tardia quando ocorrer depois desse tempo e tem geralmente sintomas clínicas associados a desordens sistêmicas, tendo as culturas de micro organismo como grande auxílio no diagnóstico e o tratamento é realizado em ambiente hospitalar. Método. Foi aplicado um formulário de 55 itens analisando um total de 273 pacientes com diagnóstico de sepse neonatal, sendo utilizado para análise dos dados Statistical Package for the Social Sciences. Objetivo. Apresentar os dados de padrão significativos de epidemiologia no Hospital Santa Isabel, tendo comparativo com a literatura atual. Resultados. Foi encontrada significância e concordância na literatura com os dados analisados sobre características do nascimento (peso ao nascer e prematuridade), relação direta também ao tipo de sepse e suas caraterísticas, como também avaliação da vitalidade no nascimento e os procedimentos invasivos realizados e sua associação com o desfecho do paciente. Conclusão. O baixo peso, prematuridade, apagar abaixo de 7 e procedimentos invasivos são os maiores preditores negativos para sobrevida dos recém-nascidos.
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