RESUMO: Este estudo teve como objetivo discutir o olhar social em escolas do campo sobre a deficiência intelectual. Para tanto, a pesquisa realizada seguiu uma abordagem qualitativa e teve como procedimento metodológico o Estudo de Caso. Para coleta dos dados, utilizaram-se questionários, observações, registro fotográfico e análise de documentos escolares. Neste texto, apresentam-se os dados da análise de documentos e um recorte do questionário respondido pelos professores da sala regular. Participaram 31 professores das 3 escolas do campo analisadas. Os resultados apontam que o tipo de deficiência encontrado nas escolas é somente intelectual. Os dados dos questionários indicam a perspectiva de os professores considerar que outros alunos da sala de aula necessitariam de atendimento pedagógico diferenciado. A partir da análise das matrículas, realizadas sem laudo médico e tendo em vista a percepção dos professores, pode-se pressupor que, em algumas vezes, o ambiente escolar produz socialmente a deficiência intelectual, porque não considera a heterogeneidade dos indivíduos no tocante à aprendizagem e, também, dentro da perspectiva acadêmica, cria barreiras que limitam a participação das pessoas com deficiência nesse ambiente. Muitas vezes a limitação para aprendizagem de um aluno não é endógena, mas ocasionada por falta de estratégias adequadas do ambiente escolar. Assim sendo, não se deve determinar uma patologia aos alunos pelas suas dificuldades e especificidades de aprendizagem, porque isso é produzir socialmente a Deficiência Intelectual.
O Atendimento Educacional Especializado é a base para o desenvolvimento de uma escola inclusiva, no tocante às pessoas com algum tipo de deficiência. O presente artigo tem como objetivo descrever e analisar a organização de três Salas de Recursos Multifuncional em Escolas do Campo de um município do interior paulista. Para tanto, seguiu-se uma abordagem quanti-qualitativa de pesquisa que teve como procedimento metodológico o Estudo de Caso. Para coleta dos dados foram utilizados questionários, observações, registro fotográfico e análise de documentos escolares. Será apresentado um recorte das observações, fotos e do questionário respondido por 31 professores. Os resultados apontam que as três unidades escolares não apresentam espaço próprio para funcionamento da Sala de Recursos Multifuncional, inclusive esta situação continua a mesma dois anos após a realização da pesquisa. Assim sendo, cabe a reflexão se os direitos assegurados nas políticas públicas sobre Educação Especial na perspectiva Inclusiva são validados nas escolas do campo.
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