Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons -Atribuição 4. Abstract:The division of legal powers in Quebec (Canada) makes the legislative framework very specific in this province. Marriage is part of a federal jurisdiction while
ResumoConforme a Lei 11.105/2005, a pesquisa com embriões é permitida no Brasil. Cabe à ANVISA controlar o número e o destino de embriões produzidos através do SisEmbrio, um banco de dados que controla a manipulação dos tecidos germinativos em todo o país. Para tanto, centros de RA devem enviar um relatório anual e confirmar o estado legal daqueles embriões que foram armazenados em seus tanques de nitrogênio. Esse artigo baseia-se na pesquisa etnográfica realizada junto a uma clínica de reprodução assistida localizada na cidade de Porto Alegre. Durante a pesquisa, pude acompanhar as práticas que culminaram na elaboração deste relatório. Trata-se de um ritual de ligações, TCLEs e assinaturas entre a clínica e as pessoas que contrataram serviços de criopreservação. Negocia-se o destino de seu material biológico. Tomo esse agenciamento como a construção de conhecimento sobre embriões e sua transição entre tecidos(descartáveis)/vida potencial (a ser preservada). Tal percepção assinala interseccionalidades na produção e gestão da política de ciência, responsabilidade e ética do uso e destino de embriões. Palavras-chaveDoação de embriões. SisEmbrio. Reprodução Assistida. AbstractAccording to Law 11,105 / 2005, embryo research is permitted in Brazil. It is up to ANVISA to control the number and destiny of embryos produced through SisEmbrio. SisEmbrio is a database that controls the manipulation of ova tissue throughout the country. To do so, AR
RésuméCet article discute la part de la science et des notions d'héritage et de génétique dans la quête des origines menées par des personnes adoptées au Brésil. Il examine comment les nouvelles technologies et découvertes de la science sont intervenues dans les domaines de la parenté et explore la façon dont leur importance grandissante pourrait expliquer la fascination pour la découverte des origines biogénétiques. Il considère donc comme essentiel de discuter de quelle manière la science est devenue un objet d'étude des sciences humaines. Cela est primordial pour comprendre l'influence des connaissances scientifiques, et particulièrement celles touchant à l'hérédité, sur nos décisions concernant la parenté et la famille. À partir des récits d'interlocuteurs, ce texte problématise les cheminements de la quête des origines au Brésil et soulève des questions sur le poids de l'argument génétique, surtout en lien à la santé, pour justifier la quête des origines. Mots-clés: quête des origines ; parenté; génétique ; adoption ResumoEste artigo tem por objetivo discutir como ciência e noções de herança e transmissão fazem parte da busca das origens de pessoas adotadas no Brasil. Para além de examinarmos como as novas tecnologias e descobertas da ciência influenciam os domínios do parentesco, buscaremos explorar como sua importância crescente poderia explicar a fascinação pelas origens biogenéticas. Acreditamos excepcional discutir de que forma conhecimentos científicos, sobretudo aqueles que versam sobre hereditariedade, influenciam nossas decisões sobre parentesco e família. A partir das narrativas de nossos interlocutores, problematizamos os caminhos da busca das origens no Brasil
Famille et parenté sont des sujets très chers à l'anthropologie. Cet article met en relief les changements et questions ontologiques ayant orienté ce domaine tout au long des années. D'un point de vue historique, nous revisitons tout ce qui va des perspectives théoriques classiques aux outils contemporains qui ont guidé cette discipline vers les nouvelles réalités ayant transformé la famille, la parenté et la parentalité. Notre regard se porte sur la comparaison entre adoption et procréation médicalement assistée pour mettre em relief les contributions permettant une meilleure compréhension des relations complexes constituant la famille d'aujourd'hui.
Resumo Pessoas que estão tentando ter filhos têm acessado redes virtuais e se identificando através da categoria “tentante”. Esse movimento se insere na ativação de redes sociais na busca por informações. Há na busca de redes sociais por “tentantes” uma quebra da regra de silêncio que permeia a infertilidade e o uso de reprodução assistida. Tais práticas foram, frequentemente, agenciadas por tabus, segredo e inseridas na esfera da intimidade. Nesse artigo nos propomos a refletir sobre como a criação de grupos e canais de tentantes em redes sociais pode ser vista ora como um fórum de busca de informações especializadas, ora como uma prática de ativismo virtual visando através de redes de biossocialidade desmistificar e eliminar os preconceitos relacionados à infertilidade. No entanto, a centralidade de mulheres como protagonistas desses canais e postagens parece manter um desses tabus: a culpabilização e a responsabilização das mulheres pela infertilidade. Para compreendermos esse complexo universo, analisaremos as trocas e as publicações no Instagram a partir do perfil de duas tentantes. Nossa aproximação com essas publicações problematiza o modo como as postagens agenciam práticas e têm impacto no universo on/offline. “Curtidas”, emojis e “intamigas” nos permitem uma chave para compreender como a tecnologia mais do que mediar relações, as constrói.
No Brasil estima-se que 98% dos nascimentos ocorrem em ambiente hospitalar. Embora o movimento de humanização do parto tenha ganhado terreno na assistência ao parto domiciliar, o cenário é distinto quando falamos do parto hospitalar, pois é justamente no ambiente hospitalar que são produzidas as alarmantes taxas de cesarianas (80% no setor privado e 35% no setor público) e altos índices de intervenção. Este artigo busca, a partir de uma reflexão autoetnográfica, situar o cenário de atendimento ao parto hospitalar em Maceió – AL. O planejamento do parto, do pré-natal, contato com obstetras, enfermeiras e doulas até seu desfecho serão aproximados com a construção de uma rota de fuga num cenário hostil. A autoetnografia desafia aspectos formais do modo como construímos nosso lugar de fala como pesquisadoras e permite explorar a partir de uma vivência pessoal a emoção e da catarse como parte intrínseca à pesquisa social. Não silenciar a violência é tomado aqui como uma ferramenta para pensar alguns dos desafios da adesão às boas práticas e elaboração de uma crítica transformadora da assistência ao parto.
This article aims to describe changes in the routine of people with disabilities in face of Covid19 pandemic and the ongoing coping measures underway in the state of Alagoas, in northeast Brazil. Data from in-depth interviews with subjects marked by different experiences of visual, hearing, motor and intellectual impairment are analyzed here. Participants are part of an extension project, started in 2019, under the responsibility of the first author of this article. The project changed the routine of the university in face of the presence, circulation and engagement of bodies and minds that escape the conventions of normality in the academic space. The interactions, mediated by a series of applications of digital communication, addressed the following issues: 1) the loss of individual and/or family income resulting from the pandemic, and its impact on their material conditions of existence; 2) the emergence of new demands related to physical and mental health as well as changes in previous therapeutic strategies; 3) the characterization of access to communication technologies, the new possibilities and restrictions for maintaining extra-family bonds, such as contact with friends, participation in social mobilizations and in academic activities. In the analysis, we focused on the mutual dynamics of care, especially the engagement in support and assistance practices from family and friends. The attention to changes in the environment from the different collective demands in face of the pandemic exposes some displacements in the ways of embodying disability as well as the ability to give powerful responses to complex demands for adaptation. The intersection between different social markers of difference, like race, gender and class is also central to the identification of continuities, which involve the pre-existence of physical distance as a reality of disability.
Os estudos de família e parentesco foram durante muito tempo centrais para o desenvolvimento da antropologia. Da clássica obra de Lewis Morgan (1870) que inspirou Marx e Engels em suas análises sobre o origem da família, da propriedade e do Estado, passando pelos diagramas de parentesco de Rivers (1969) e a análise estruturalista de Lévi-Strauss(1982), para citar apenas alguns autores, a temática se confundiu até certo momento com o desenvolvimento teórico-metodológico da disciplina. Entretanto, posicionamentos críticos emergiram a partir dos anos 1970, sobretudo, com o trabalho de David Schneider (1984), arrefecendo o interesse pelo tema. Schneider e outros membros da chamada antropologia simbólica sugeriram que os termos analíticos utilizados para definir família e parentesco refletiam nada mais do que os valores da sociedade dos pesquisadores, nas quais essas categorias são significadas, principalmente, através de uma noção biológica do vínculo, centrada na consanguinidade[1].[1]Embora haja uma larga discussão na antropologia que defende a separação analítica entre os conceitos de “família" e “parentesco", adotamos aqui o uso dos termos como intercambiáveis, tal como apresentado no argumento de Claudia Fonseca em seu artigo neste dossiê, por entender que ambos estão intrinsecamente relacionados às práticas do cuidado.Os estudos de família e parentesco foram durante muito tempo centrais para o desenvolvimento da antropologia. Da clássica obra de Lewis Morgan (1870) que inspirou Marx e Engels em suas análises sobre o origem da família, da propriedade e do Estado, passando pelos diagramas de parentesco de Rivers (1969) e a análise estruturalista de Lévi-Strauss(1982), para citar apenas alguns autores, a temática se confundiu até certo momento com o desenvolvimento teórico-metodológico da disciplina. Entretanto, posicionamentos críticos emergiram a partir dos anos 1970, sobretudo, com o trabalho de David Schneider (1984), arrefecendo o interesse pelo tema. Schneider e outros membros da chamada antropologia simbólica sugeriram que os termos analíticos utilizados para definir família e parentesco refletiam nada mais do que os valores da sociedade dos pesquisadores, nas quais essas categorias são significadas, principalmente, através de uma noção biológica do vínculo, centrada na consanguinidade
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.