Resumo Estudos empíricos apontam diferenças significativas na forma como jovens e adultos têm se manifestado politicamente, constatando o distanciamento por parte da juventude no envolvimento em ações tidas como convencionais, principalmente o voto e o ativismo partidário. Esses trabalhos consideram como causa deste fenômeno as diferenças entre os papéis sociais desempenhados ao longo da vida por jovens e adultos. Apesar da existência de estudos que abordam a relação entre participação e idade, há uma lacuna nos que abordam a juventude e a identificação partidária. Este texto tem por objetivo analisar os efeitos da transição para a vida adulta e a identificação partidária no Brasil. Utilizando dados do Estudo Eleitoral Brasileiro produzido pelo CESOP/Unicamp, os modelos afirmam que não existem diferenças significativas na identificação partidária, seja ela afetiva ou racional, manifestada por jovens e adultos. A variável dependente não se mostrou significativa quando controlada por outras variáveis intervenientes, como sexo e educação. Nos modelos que analisam a identificação partidária dos três maiores partidos, ser jovem se mostrou significativo para explicar a adesão ao PMDB e ao PT.
Pesquisas sobre o desalinhamento entre eleitores e partidos políticos focalizando as democracias tidas como consolidadas tem sido frequentes nas últimas décadas. O mesmo não pode ser dito sobre as novas democracias, como as latino-americanas, nas quais o fenômeno do desalinhamento partidário aparenta ter contornos distintos. No caso específico do Brasil, a maior parte dos estudos que tratam do relacionamento entre o eleitorado e os partidos se dedica a análises relacionadas à identificação e à simpatia partidária, mas poucos têm se debruçado sobre a filiação. Diante do exposto, este artigo tem por objetivo investigar os determinantes do referido fenômeno, com especial atenção à existência de efeitos mediados do nível de escolarização dos indivíduos sobre o interesse por política para a predição da filiação. Para tanto, utilizamos dados coletados no âmbito do projeto World Values Survey (WVS), referentes ao ano de 2014 e a amostra representativa da população brasileira.
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