Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp -29 -Resumo O topo da Formação Rio do Rasto, Bacia do Paraná, corresponde ao Membro Morro Pelado, unidade composta pela associação de depósitos fluviais, eólicos e lacustres. A fim de retratar os elementos deposicionais presentes e caracterizar o estilo de sedimentação fluvial, uma análise faciológica foi realizada na faixa de afloramentos do leste dos estados de Santa Catarina e do Paraná. O Membro Morro Pelado é formado por quatro associações litofaciológicas: A, B, C e D. A associação litofaciológica A corresponde aos depósitos de canais meandrantes, presente na zona intermediária de um sistema fluvial distributário. A associação litofaciológica B pertence à zona distal do sistema fluvial, onde predominam depósitos de fluxos em lençol e canais retilíneos rasos (espraiamentos terminais fluviais). A associação litofaciológica C é definida como um sistema deltaico dominado por rios desenvolvido em momentos de subida do nível de base e formação de lagos. Por fim, a associação litofaciológica D caracteriza-se por depósitos de dunas (DU) e interdunas (IDU) recorrentes adjacentes a todas as porções do sistema fluvial distributário. O empilhamento estratigráfico revela aumento da quantidade e espessura dos depósitos eólicos em direção ao topo, indicando incremento da aridez no ambiente deposicional e expansão dos campos de dunas em direção às margens da bacia.Palavras-chave: Sistema fluvial; Clima semiárido; Interação fluvial-eólico; Elemento arquitetônico.
AbstractThe Late Permian Morro Pelado Member is the upper part of the Rio do Rasto Formation of Paraná Basin and is composed of an association of fluvial, eolian and lacustrine deposits. In order to depict its facies associations and depositional elements as well as to characterize the fluvial style, a facies and architectural element analysis was carried out in the eastern outcrop belt in Santa Catarina and Paraná States, southern Brazil. Four facies associations (FA) were recognized: FA-A is interpreted as mixed-load meandering fluvial systems, with conspicuous laterally accreted macroforms, levees and floodplain fines; FA-B was deposited as terminal splays in the distal parts of the fluvial system, where sheet floods prevailed; FA-C defines a fluvial-dominated lacustrine delta formed in response to episodes of extreme flooding and rising water table in the terminal splay zone; FA-D comprises eolian dunes, wet and damp interdunes and eolian sand sheets that occur interbedded with the fluvial and lacustrine deposits marking periods of aridization in the alluvial plain. The vertical stacking pattern shows an upward increase in frequency and thickness of eolian deposits recording progressive expansion of the erg systems towards basin margins in response to progressive drying combined with high rates of accommodation and sediment supply.
In this contribution, we present an analysis of the main faciological features of the São Jerônimo da Serra Site, related to the Morro Pelado Member of Rio do Rasto Formation (Middle/Upper Permian), from Paraná State, Brazil, integrated to its taphonomic context. The outcrop, rich in vertebrates and bivalves remains, presents a succession of red siltstones bedded with fine to medium sandstones in which three architectural elements were observed: SF (sheetflood deposits), FF (fine of flood plain) and CS (crevasse). These data, allied to the taphonomic signatures of fossils assigned to eight levels, allowed the identification of three taphofacies. The taphofacies I is characterized by preserved bones in floodplain facies, with different articulation grades and absence of any sign of transport. The taphofacies II is composed by small isolated or fragmented bones and fish scales deposited in terminal splay facies. The taphofacies III is characterized by sandy layers with bivalve shells and fish scales, preserved in crevasse-splay deposits. The obtained data shows that the studied sedimentary succession was generated on a dry trend environment, with sporadic water supply, which conditioned the fossil preservation.
No sul do Paraná e boa parte do estado de Santa Catarina aflora uma sucessão de ritmitos e arenitos de idade eopermiana, cuja gênese está relacionada à ação de correntes de turbidez. Esses depósitos foram identificados por Salamuni e colaboradores em 1966, sendo assim os primeiros turbiditos descritos no Brasil. No entando, essa contribuição tem sido esquecida na literatura geológica brasileira. O intervalo turbidítico situa-se no Membro Rio Segredo da Formação Taciba, terço superior do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. As fácies incluem desde turbiditos delgados em camadas centimétricas de arenito muito fino que grada para folhelho até camadas mais espessas, até mesmo métricas, de arenitos tabulares frequentemente amalgamados. Estruturas de sobrecarga, marcas basais de arraste e impacto de detritos, turboglifos, aspecto dominantemente maciço, feições de escape de fluidos e deformação plástica penecontemporânea formam conjunto de evidências que corrobora a atividade de fluxos gravitacionais. Além disso, a associação repousa sobre o folhelho Lontras, cujas fácies, atributos geoquímicos e conteúdo fossilífero indicam deposição em ambiente marinho restrito, de baixa oxigenação e relativamente profundo. A sucessão acima dos turbiditos registra ainda a progradação de taludes deltaicos suscetíveis a escorregamentos, que culminam com sedimentação fluvial e costeira já pertencente à Formação Rio Bonito. As relações estratigráficas permitem concluir que os turbiditos compõem um complexo com no mínimo 220 km de extensão lateral, desenvolvido durante a progradação de deltas que preencheram a bacia após seu máximo afogamento causado pela deglaciação do Pensilvaniano. Se tiverem continuidade em subsuperfície, os arenitos turbidíticos são potenciais reservatórios para gás gerado no Devoniano da Bacia do Paraná. Podem ainda constituir bons análogos de afloramento para reservatórios turbidíticos inseridos em cunhas progradacionais de outras bacias.
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