O microbioma é definido como o conjunto dos microrganismos, os seus genomas e respetivas interações num determinado nicho ecológico. O estudo da composição do microbioma cutâneo tem sido alvo de interesse nos últimos anos, não só em indivíduos saudáveis, como na presença de doenças cutâneas, como é o caso da dermatite atópica (DA). Esta é uma doença complexa e multifatorial dependente de fatores ambientais e do hospedeiro subjacentes à sua patofisiologia. Diversos estudos têm demonstrado uma diminuição da diversidade do microbioma cutâneo nos doentes com DA, especificamente com diminuição de bacteroidetes, fusobacteria e proteobacteria e aumento de actinobacteria e firmicutes, mais especificamente estirpes de Staphylococcus aureus. Esta variação parece estar relacionada com a gravidade da doença e com a presença de exacerbações. Várias terapêuticas da DA apresentam capacidade para modular o microbioma cutâneo, nomeadamente determinados emolientes, corticoides tópicos e inibidores da calcineurina tópicos, têxteis funcionais com propriedades antisséticas, banhos de hipoclorito de sódio, técnicas de fototerapia e climatoterapia, bem como terapêuticas mais inovadoras, como é o caso do dupilumab. À medida que surgem novas terapêuticas para o controlo da doença, nomeadamente novos imunomoduladores tópicos e sistémicos, o estudo do potencial terapêutico e preventivo do microbioma cutâneo na DA carece ainda de investigação, estando em desenvolvimento tratamentos para a doença que atuem primariamente na modulação da composição do microbioma, como é o caso da utilização de probióticos tópicos ou orais e transplantes de microbioma.
A aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) caracteriza-se por uma reação de hipersensibilidade complexa em resposta à colonização das vias aéreas pelo fungo Aspergillus fumigatus (Af). Após a inalação dos esporos de Af, a resposta imunológica pode variar de acordo com o doente, predominando mecanismos IgE-mediados. Esta doença é habitualmente diagnosticada em asmáticos com exacerbações frequentes ou em doentes com fibrose cística que apresentam deterioração clínica apesar da otimização terapêutica. Os critérios diagnósticos de ABPA atualmente utilizados datam de 2013. Contudo, esta doença implica uma abordagem diferencial diagnóstica complexa, sendo frequentemente subdiagnosticada. O tratamento da ABPA centra-se na utilização de corticoterapia e antifúngicos, sendo que os novos agentes biológicos, com eficácia terapêutica na asma grave, têm demonstrado ser promissores com bons resultados clínicos e analíticos. O objetivo desta revisão é apresentar os principais mecanismos fisiopatológicos, focando-se na abordagem clínica, diagnóstica e diferencial diagnóstica, bem como a abordagem terapêutica da ABPA.
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