O trabalho apresenta parte da etnografia realizada entre os anos de 2009 a 2013, enquanto desempenhava o papel de agente de segurança ao participar de festas no- turnas na cidade de Florianópolis/SC. O objetivo consiste em relatar parte da expe- riência do pesquisador durante o processo de formação como agente de segurança, que envolve a passagem de novato a veterano. O trabalho prevê um olhar sobre o profissional de segurança, a experiência pessoal em primeiro plano, a luz do con- ceito de comunidade de prática descrita por Jean Lave & Etienne Wenger (1991). A pergunta que se propõe a responder é: como acontece a aprendizagem dos agentes de segurança para atuação em eventos noturnos?
O artigo aborda a formação de atletas no futebol de campo e sua relação com a escola, apresentando parte dos resultados obtidos em pesquisa com as categorias de base de dois clubes profissionais de Santa Catariana. Os resultados permitiram observar que a atual formação esportiva no futebol de campo favorece o desenvolvimento do que chamamos de descontinuidade na relação que o atleta constrói com a escola e consequentemente com a sua escolarização. O termo estudante-atleta indica dois papéis sociais compartilhados, o de estudante e o atleta. Os dois papeis são exercidos por meio de atitudes e posturas reconhecidas nas instituições que representam (escola e clube). Quando os juntamos, destacamos que o jovem parece estar na intersecção entre duas formações, uma dupla carreira. São projetos que muitas vezes são apresentados como incompatíveis e não relacionados. Propomos que ambas carreiras possam ser pensadas em sua complementariedade, isto é, uma favorecendo a outra. Para que essa transformação ocorra se faz necessário repensar os objetivos da formação e seu processo de desenvolvimento.
Os herdeiros": questões sobre o campo esportivo Resumo Neste ensaio, refletimos sobre o campo esportivo e analisamos possibilidades reflexivas em torno desta temática em relação à obra "Os herdeiros" de Bourdieu e Passeron (2014). Questionamos se no esporte podemos considerar a existência de "herdeiros", conforme a mesma lógica da "herança invisível" entre os "herdeiros da cultura". Pela via da frequentação e da cultura valor, visualizamos no esporte uma perspectiva de elemento de capital cultural, em que, no campo esportivo, os "herdeiros" são formados, via reprodução social, sob a lógica da distinção social por meio da corporalidade. Se aos "herdeiros da cultura" há a troca quase que por osmose de capital cultural, aos "herdeiros do esporte", aqueles que pelo seu capital físico-corporal projetam sua possibilidade de ascensão social pela profissionalização esportiva, há uma forma restrita (e perversa) para alcançar tais postos de trabalho.
Uma postagem repercutiu nas redes sociais, fato que aconteceu na cidade de Florianópolis/SC, durante a temporada de verão 2018. Um vídeo mostra a figura de um milionário, assíduo frequentador dos famosos beach clubs, o qual comprou algumas garrafas de champanhe e utilizou seu líquido para lavar os pés sujos com areia da praia. Ao propor um comentário sobre o vídeo, o texto pretende desvelar parte das relações que são produzidas no espaço das baladas e que representam um manto aristocrático que encobre interesses e privilégios de uma classe que se reconhece como “nobre”. No esforço para elaborar a interpretação proposta, as expressões “lava-pés” e “lava-mãos” serão articuladas para uma melhor apresentação dos argumentos. Podemos destacar que ambas ações presentes nas baladas – “lava-pés” e “lava-mãos” - são promotoras dos valores aristocráticos tão presentes em nossa sociedade brasileira. Independente se o primeiro tem sentido de obrigação para a elite do dinheiro e o segundo de um servilismo voluntário na atitude dos serviçais.
Questões de gênero, heteronormatividades e o machismo estrutural ainda estão arraigadas a comportamentos e atitudes que causam sofrimento ou exigem grande resiliência das mulheres. Se faz necessário ponderar sobre a inserção feminina no Ensino Técnico e Profissionalizante, discutindo desafios, resistências e táticas para efetivação de uma carreira profissional. Partindo de uma entrevista realizada de forma virtual com uma egressa da Escola Técnica Federal de Santa Catarina, da década de 1980, apresentamos sua trajetória de estudante, e pretendemos responder com esse trabalho: como a realização da formação Técnico em Mecânica para uma mulher significa uma ruptura do destino esperado? Sua trajetória é relevante para discutir os valores de feminilidade durante sua infância e juventude, os quais em certa medida são questionados ao escolher o curso de formação Técnico em Mecânica.
A pandemia de COVID-19 impôs uma nova ordem, um outro ritmo para a humanidade, alterando a percepção de tempo, de estabilidade, motivando a construção de novos ritmos e formas de olhar e refletir sobre os mais diversos âmbitos de nossas vidas. São inúmeras as questões que o desdobramento da pandemia vai desvelando, mas tem um fator que chama atenção diante desse cenário atual: o comportamento dos jovens. Se por um lado, o senso comum associa os jovens a seres desprovidos de responsabilidade individual e coletiva, por outro, o sistema midiático costuma veicular informaçõesde diferentes ordens sobre a juventude (do senso comum até questões mais críticas e amplas). Sendo assim, acreditamos que seria pertinente, para a prática e reflexão educativa, analisarmos alguns dos discursos que têm associado o fenômeno da pandemia e juventude. A proposta configurou-se como um exercício sociológico e foi construída a partir de recortes jornalísticos escolhidos aleatoriamente em diferentes portais de notícias da internet que ao longo da pandemia e até janeiro de 2021, evidenciam formas plurais de tratar, representar e fazer pensar sobre os jovens brasileiros, auxiliando àqueles que atuam no contexto educativo a compreendê-los melhor.
Apresentação Dossiê Juventude e Campo de Possibilidades
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