ResumoEste trabalho analisa o diferencial de salários no Brasil a partir da orientação sexual com base no Censo 2010. Não foram observados padrões sistemáticos nas estimações tanto em homens como em mulheres, mas diferenças estatisticamente significativas a favor dos casais do mesmo sexo. Destaca-se que os casais gays ganham, em média, 25,11% a mais que os casais heterossexuais, mantendo fixas suas condições de ocupação e ramos de atividade nas estimativas de MQO. No que tange às mulheres, casais de lésbicas ganham, em média, 13,84% a mais nos modelos de correção de seletividade amostral com controle de todas as características observadas.Palavras-chave: Novos Arranjos Familiares; Orientação Sexual; Censo; Diferencial de Salários.
AbstractThis paper aims to analyze the wage gap according to sexual orientation by making use of the new methodology of family arrangement identification from the Brazilian Census of 2010. No systematic patterns were found on men and women regressions. However, statistically significant differences in favor of homosexuals were found on both models. It should be mentioned that gay couples earn on average 25.11% more than heterosexual couples, after controlling for occupational and the economic sector. Regarding women, lesbian couples earn on average 13.84% more than their heterosexual counterparts after controlling for the observed characteristics in a sample selection correction model.
Resumo Este trabalho busca complementar a incipiente literatura do Brasil que discorre sobre os diferenciais de rendimentos a partir da orientação sexual. Até então, estudos dessa temática no país não fizeram uso de quais são os determinantes da desigualdade salarial ao longo da curva de salários, além de utilizarem apenas a base de dados do censo demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse trabalho utilizou-se, de forma pioneira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) dos anos de 2012 a 2016 do IBGE, além de uma generalização do método de decomposição de Oaxaca (1973) e Blinder (1973) com base em regressões de Função de Influência Recentrada (FIR), proposta por Firpo, Fortin e Lemieux (2007). No efeito composição, os resultados se revelam favoráveis aos homossexuais, principalmente no grupo de demografia e capital humano e no grupamento de atividade e ocupação, tanto em gays como em lésbicas. Por outro lado, não foram encontradas evidências de efeitos discriminatórios em homossexuais no âmbito do mercado de trabalho, resultado que vai em direção contrária à literatura internacional especializada, utilizando outras formas de identificação da orientação sexual.
This paper analyzes salary differentials based on sexual orientation. Hitherto, the incipient studies addressing the theme in Brazil used the 2010 demographic census conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). However, the implementation of the Integrated Household Survey System (SIPD) in IBGE’s sample surveys started to include the distinction between same-sex and different-sex spouses for the person responsible for the domicile in its questionnaire. In this context, this research seeks to advance the scant literature on the subject using the unprecedented 2013 National Health Survey (PNS), which like the 2010 census presents a nationwide comprehensive set of socioeconomic characteristics. Also, the PNS contains information on the health of the Brazilian population and anthropometric measures, which allows the expansion of the controls associated with human capital variables. Part of the results corroborate findings in the international literature where wage differentials in favor of lesbians were observed when compared to their sexual counterparts.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.