Este trabalho investiga determinados vestígios do experimentalismo poético greco-latino, buscando demonstrar sua longevidade e potência artística. Nesse sentido, são abordadas tipologias de escrita constrangida, como o acróstico, o palíndromo, o centão, o lipograma, o anagrama e o tautograma. Interessante é perceber que tais modalidades compositivas já encontram registro documental em obras da Antiguidade e da Idade Média, muito embora se costume atribuir a difusão de tais elaborações expressivas ao movimento Concretista, situado no século XX. Explicita-se, portanto, o processo de marginalização dessas manifestações artísticas, as quais foram relativamente invisibilizadas. Desse modo, discute-se a permanência resistente do construto poético experimental a partir de um levantamento de ocorrências encontradas, focalizando os cenários antigo e mediévico de sua produção. Destaque-se, então, que este estudo é de natureza indiciária, visando a adentrar na percepção de rastros, pistas e vestigíos que possibitem um olhar crítico-panorâmico desse legado poético, o qual não apenas nos constitui, mas também provoca, ainda nos tempos atuais, significativo fascínio e curiosidade.
Este trabalho debate o processo tradutório do terceiro livro (ausente C) do lipograma, De aetatibus mundi et hominis, atribuído ao escritor tardo-antigo e norte-africano Fábio Plancíades Fulgêncio (séc. V ”“ VI), conhecido pelo epíteto de Mitógrafo, a partir da edição fixada por Rudolf Helm (1898). Nesta seção, Fulgêncio aborda a narrativa do mito da Torre de Babel, adotado como explicação para a origem da diversidade linguística. Interessante é perceber que o Mitógrafo evita o uso de unidades lexicais que contenham a letra ‘c’, o que está sendo cultivado na tradução proposta. Desse modo, a presente tradução também é relevante por denunciar a própria antiguidade do gênero lipogramático, que adquiriu significativa difusão no Concretismo, já situado no século XX.
RESUMOEste artigo utiliza o método hermenêutico visando traduzir e interpretar o sentido correto do status jurídico dos animais na tradição do Direito Romano a partir das Institutiones do Corpus Iuris Ciuilis. Dessa forma, o artigo questiona a tradicional e reducionista visão de a tradição do Direito Romano sempre considera os animais como coisa. Inicialmente, o artigo faz um breve resumo histórico do Direito Romano à época da criação da obra justinianeia. Em seguida, promove uma tradução de trechos das Institutas que fazem referência aos animais diretamente de uma versão em Latim do romanista alemão Paulus Krueger, momento em que são explicitados traços que indicam que os animais gozavam de um status jurídico singular nas Institutiones. Por fim, constata que existe uma diferença de tratamento entre os animais naquele documento, em decorrência da própria animalidade e da vontade dos animais, que são classificados segundo diferentes critérios, tais como natureza e hábito, que ensejam diferentes categorias, uma vez que os animais possuem direitos derivados do ius naturale. PALAVRAS-CHAVE: Institutas; Justiniano; Animais; Res; Coisa. ABSTRACTIt is studied the animal’s legal status in the Corpus Iuris Ciulis Institutiones. Therefore, it is questioned the traditional and reductionist way of thinking that identifies those being simply as things, evidencing clues to sui generis character, through a rereading of the Institutes. To such end, the required Roman Law's history to understand Justinian's work is retrieved. Then, a translation proposition for Institutes' parts which have any animal reference is presented, at which point are shown plentiful of signs that point to a singular law condition. It is realized, upon that, a difference in treatment based on animals' own animality and will, distinguished and classified according to different standards, such as nature and habits, like the categories of domestic, wild, domesticated, and non-domesticated animals. Therefore, clues that disclose acknowledgment of animals' sentience and that these beings truly had right derived from ius naturale are revealed.KEYWORDS: Institutes; Justinian; Animals; Res; Thing.
Esta é a primeira tradução integral para a língua portuguesa do capítulo XIV da obra De ira Dei (Sobre a ira de Deus), atribuída ao escritor africano Lactâncio, que teria vivido entre os séculos III e IV. Essa composição pertence, portanto, à Antiguidade Tardia, um período ainda pouco estudado em pesquisas desenvolvidas em nosso idioma. O escrito apresentado possui um conteúdo apologético, buscando defender a doutrina cristã em oposição ao paganismo. Na décima quarta seção, Lactâncio defende, a partir do pensamento de Cícero, que a natureza humana foi feita para amar ao próximo e honrar a Deus. Por fim, o texto de chegada proposto foi desenvolvido a partir da edição crítica estabelecida pela Sources Chrétiennes (1982).
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.