RESUMO:Este texto aborda a presença do desenho na educação e divulgação em biologia na obra dos naturalistas nos séculos XVIII e XIX. Estas considerações pretendem estimular uma discussão sobre a possibilidade de as imagens fornecerem uma compreensão singular do mundo natural. Palavras-chave: Educação em biologia. Imagens na biologia. BIOLOGY: EDUCATION AND ILLUSTRATIONSABSTRACT: The present material shows the presence of the illustration in education and popularization of biology on the work of naturalists in the XVIII th and XIX th centuries. These thoughts are intended to stimulate discussion on the possibility of images supplying a unique comprehension of natural world. Biologia: educação e imagens ste texto pretende contribuir para a discussão sobre as imagens produzidas pelas ciências naturais, com particular atenção para o desenho dos seres vivos, dando destaque para as formas de representar que ilustraram a produção dos naturalistas nos séculos XVIII e XIX. A presença marcante de desenhos nos atuais manuais escolares de biologia é muitas vezes justificada por um conjunto de alegações que vão dos interesses da indústria editorial ao desinteresse dos alunos pela leitura e conseqüente abandono do texto escrito mesmo no espaço escolar. As imagens podem ser compreendidas como uma forma de deleite, mera distração para o leitor, como maneira de reiteração do texto escrito, ou seu substituto, na forma de resumo em esquema ilustrado e, não raro, com a função retórica de afirmação do saber científico. Sem minimizar a importância de todas estas considerações no entendimento da relação entre educação científica e as imagens, cabe, contudo, ponderar sobre a possibilidade de que as observações mobilizadas para permitir a produção de uma ilustração e o seu resultado gráfico constituam maneiras de expressar conhecimentos sobre as formas vivas, nem sempre presentes nos textos dos manuais e, talvez, de difícil tradução escrita.Merece atenção o modo como o estudo da natureza se configurou e popularizou nos séculos XVIII e XIX pela via da prosa ilustrada. Este trabalho busca, de forma introdutória, aproximar a educação em biologia dos estudos sobre o desenvolvimento da ilustração científica que têm mobilizado interesses multidisciplinares da história da arte e da história e sociologia das ciências, estabelecendo ligações entre educação, ciências naturais e as formas de representação visual da produção artística. A presença de ilustrações nos livros didáticos e de divulgação científicaA apresentação dos conhecimentos das ciências naturais está associada à inclusão de imagens, tanto nas exposições orais como nos textos científicos e de divulgação: na forma de desenhos em observações diretas, depois mediadas por aparelhos ópticos e mais tarde com o emprego de sofisticadas técnicas de produção de imagens. Conhecer a natureza também é expressar esse conhecimento em palavras e imagens criadas para esse fim. (Baroncini, 1996, p. 534-535).Como nos habituamos a pensar nas imagens como ilustrações, reduzidas a um "por exemplo", est...
onvém ter presente o desabafo de François Truffaut ao escrever sobre filmes: o cineasta francês, lembra Jacques Aumont, queixava-se, nos anos de 1960, de que seus conterrâneos tinham duas profissões: a própria e a de críticos cinematográficos. Segundo Aumont, depois que a universidade começou a prestar atenção no cinema, a crí-tica de filmes tornou-se "análise" e a constatação de Truffaut segue pertinente (Aumont, 1996, p. 5-6). Ainda assim arrisco algumas linhas para comemorar a chegada em DVD, pela Videofilmes, do filme Iracema: uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, em "análise" que pretende apontar como a obra desconcerta o lugar de espectador.Por que festejar o lançamento de um filme realizado há mais de 32 anos, com uma câmera instavelmente apoiada nos ombros de um fotógrafo/diretor, acompanhado por uma equipe que cabia em uma Kombi, a rodar por uma vintena de dias pelos arredores de Belém e do Araguaia sob a sombra tenebrosa do governo militar?Qual a novidade em imagens de árvores derrubadas a machado e motosserra, de fogo implacável, de nuvens de poeira e fumaça acompanhando os caminhões com toras e pranchas de madeira e de uma jovem que se vai acabando, prostituta da beira da desastrosa estrada?Foi novidade antes de ser visto, por seis anos aguardando a possibilidade de exibição no Brasil, retido nas artimanhas da censura. Premiado e assistido fora do país, antes de todos, pela exibição na televisão alemã que financiou sua realização, topando a proposta de um roteiro precário. As imagens que chocaram a geração que assistiu às pro-
Ao longo do século XIX foram se somando as descobertas que permitiram o desenvolvimento da tecnologia necessária para o registro das imagens em movimento. O século XX viu a consolidação do cinema como diversão de massa, levando à difusão de novos hábitos sociais e a universialização de uma forma de expressão por imagens em movimento que hoje conformam, de certa maneira, o nosso modo de olhar o mundo. As tecnologias de imagens subsequentes tomaram-no como modelo. Entender o mundo moderno é também refletir sobre o significado do cinema. Considerar seus primórdios permite entender a maneira como o cinema atendeu as experctativas e criou novas.
or que o cinema chegou à universidade e não alcançou ainda as escolas secundárias?". A pergunta de Guido e Teresa Aristarco (Aristarco & Aristarco, 1992, p. 9), feita antes de o cinema completar cem anos, espanta pelo menos por duas razões: parece que algo pode ser encontrado nos filmes que interessa ao ensino superior e não cabe na escola básica; por outro lado, pode-se suspeitar que interesses distintos permeiem os vários níveis de ensino, chamando à descontinuidade no percurso da escolarização.No mesmo livro, Aldo Visalberghi previa que a introdução de filmes no ensino aconteceria no âmbito de uma "grande revolução geral na organização curricular das escolas" (idem, ibid., p. 71). Dezoito anos se passaram e as escolas não mudaram muito, nem os filmes chegam a elas com regularidade.O júbilo, os filmes e as festas que comemoraram o centenário do cinema já foram esquecidos e agora miramos com desconfiança as redes sociais da web. Mas intriga o descompasso: a escola parece desconhecer ou julgar impróprias as obras audiovisuais das mais diversas tendências produzidas em qualquer lugar nesse mundo globalizado. Não obstante, é reconhecido que o cinema aporta inquietações sobre a condição e os fazeres humanos. Também é preciso admitir que, na maior parte da produção, encontra-se certa dose de redundâncias e inutilidades, nada diferente do que acontece com a literatura e as artes gráficas.
ResumoEste trabalho pretende colaborar na discussão sobre a responsabilidade da televisão pública na educação ambiental. Para tanto, examina o programa Repórter Eco, com a finalidade de investigar as regularidades e as convenções presentes na abordagem da temática ecológica. Com base nos críticos da mídia e em autores preocupados com os aspectos políticos do discurso ambientalista, como Leff e Latour, busca-se repensar a função educativa da televisão pública no País em relação ao meio ambiente. Palavras-chave:Televisão. Educação ambiental. Meio ambiente. Abstract This paper intends to present a contribution to the discussion on the responsibility of public television in environmental education. Therefore it examines the Echo Reporter show, investigating the regularities and conventions present in the approach to the ecological theme. Based on media critics and authors concerned with the political aspects of environmental discourse, as Leff and Latour, we seek to rethink the educational function of public television in the country in relation to the environment. Keywords: Television. Environmental education. Environment.A televisão, e também o cinema, modificam a nossa maneira de ver e conceber o mundo natural e colaboram para configurar nossa relação com os seres vivos. As imagens em movimento criam um cenário no qual a vida se perde e surge recriada como personagem de uma natureza mais intensa.Os sociólogos Alphandéry, Bitoun e Dupont, (1992) alertam para o fato de que, desde os anos 1970, as "formulas Eco" proclamam a volta a modos de viver mais naturais e participam no desenvolvimento de um novo imaginário. Também suscitam o desejo
RESUMO: Este texto examina duas reportagens dos fotógrafos James Balog e Michael Nichols, da revista National Geographic, sobre animais selvagens em zoológicos para questionar o que nos ensinam as denominadas fotografi as de animais a respeito do lugar reservado à vida selvagem na cultura contemporânea. Partindo das considerações do fi lósofo francês Didi-Huberman e de estudos sobre a domesticação, busca-se fornecer subsídios para compreender o propósito educativo da fotografi a de animais. Palavras-chave:Zoológicos. Fotografi a animal. Preservação animal. NationalGeographic.The educacional purpose of wildlife photography ABSTRACT: The intention of this paper is to examining two articles of National Geographic photographers James Balog and Michael Nichols on wild animals kept in zoos in order to questioning what the so called photographs of wild animals can teach us on wildlife proper space in contemporary culture. Considering French philosopher's Didi-Huberman assumptions as well as studies on domestication this paper tries to provide information in order to understand the educational purpose of animal photography.Key words: Zoos. Animal photography. Animal preservation. National Geographic.Le rÔle educatif de la photographie de la vie sauvage RÉSUMÉ: Ce texte examine deux reportages des photographes James Balog et Michael Nichols, de la revue National Geographic, sur les animaux sauvages dans des parcs zoologiques pour questionner ce que nous enseigne les dites photographies d'animaux à propos de la place réservée à la vie sauvage dans la culture contemporaine. Partant des considérations du philosophe français Didi-Huberman et d'études sur la domestication, on cherche à apporter des éléments pour comprendre l'objectif éducatif de la photographie d'animaux. , 1989a, p. 238) Mots
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