<p class="Poema">Este ensaio analisa aspectos da poesia de Carlos Drummond de Andrade afins com o tema do humanismo. Para tanto, vale-se das homologias entre a poesia de Drummond e a filosofia/literatura de Jean-Paul Sartre a partir do romance “A Náusea” e “O que é a literatura?”, sobretudo. A aproximação com o humanismo, no entanto, longe de ser uma relação de superveniência, ou de subsídio, é discutida no próprio terreno da literatura e problematizada a partir do eu lírico.</p>
O trabalho de definir o que é a fenomenologia, desde a Fenomenologia da Percepção, suscitou uma tomada de partido em relação ao pai da fenomenologia. A crítica ao idealismo de Husserl, o papel da ambiguidade, a impossibilidade de redução completa, entre outros grandes temas, personalizam a fenomenologia de Merleau-Ponty em relação ao mestre. O objetivo do ensaio é mostrar como, na descrição do "método" fenomenológico, Merleau-Ponty se afasta dos conceitos fundamentais de Husserl, sem deixar de retornar continuamente a ele.
Este ensaio aplica o conceito de grandeza negativa, de Kant e Fichte, à filosofia da linguagem de Merleau-Ponty, reabrindo o diálogo com Saussure a partir da descoberta, em 1996, dos Écrits de Linguistique Generale, em uma Orangerie de Genebra. Valendo-se do último curso de Merleau-Ponty em vida, sobre A Origem da Geometria, de Husserl, trata-se de realçar o trabalho do negativo na linguagem, iluminado a partir de um refinado cruzamento: Merleau-Ponty (filosofia) e Saussure (linguística).
The discussion between Merleau‑Ponty and Sartre on the engagement of literature is not restricted to the functional specificity provided by the language analysis. The working hypothesis of the following essay is to highlight the question of the artist’s social responsibility based on the function of the originary (Merleau‑Ponty : “perception and logos of the aesthetic world” ; Sartre: “dialectical activity of the productive liberty”). This difference in the characterization of the originary also appears at other moments of the debate between Merleau‑Ponty and Sartre, in the political theme as well as in the ontological one, characterizing a common nucleus in the confrontation between the philosophers. The course of this paper examines the tenor of the critics of Merleau‑Ponty in relation to Sartre.
Este ensaio visa compreender a obra poética de João Cabral de Melo Neto a partir do conceito de profundidade, de Maurice Merleau-Ponty, utilizado como chave hermenêutica. Respeitando a autonomia de imagens que não se traduzem em conceitos, a fenomenologia é mobilizada de forma a acompanhar a experiência poética em seu próprio teor heurístico. É neste sentido que as características da poesia de João Cabral aparecem e são analisadas, como a antilírica, a metalinguagem e o engajamento social. Apesar da afinidade temática com a poesia de Carlos Drummond de Andrade, que retira a poesia das coisas, a semelhança é apenas aparente. A poesia de João Cabral compreende o conceito de profundidade, que atua por camadas, graus ou níveis de sedimentação linguística. A profundidade resulta do exercício de escavação com palavras que adquirem espessura semântica. Efeito do trabalho de mineração poética, o valor das imagens é descrito a partir de certas palavras, sempre as mesmas, mas que reverberam sobre as demais. A fim de descrever o profundo, as palavras escolhidas para a análise são: pedra, faca, cabra e cão.
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