INTRODUÇÃO: Dengue é um importante problema de saúde pública, em vários países, e tem como principal vetor o Aedes aegypti, mosquito mais adaptado às áreas urbanizadas. Apresenta-se, pela primeira vez, as alterações ultraestruturais em larvas de 3º estádio, desse mosquito, causadas pelos larvicidas naturais, um diterpeno labdano, extraído de Copaifera reticulata, e uma fração rica em taninos catéquicos, extraída de Magonia pubescens, evidenciando o mecanismo de ação dessas substâncias. MÉTODOS: Os experimentos foram realizados com larvas de 3º estádio em solução de 0,9ppm, do diterpeno (3-β-acetoxylabdan-8(17)-13-dien-15-óico) e de 3,7ppm, da fração majoritária de tanino catéquico de massa molecular 864Da. Obtiveram-se as substâncias através de fracionamentos cromatográficos sucessivos, identificadas por ressonância magnética nuclear de hidrogênio e espectrometria de massas. As larvas que atingiram estado letárgico foram coletadas e dissecadas e seus tubos digestórios fixados, desidratados, emblocados e polimerizados. Cortes ultrafinos foram feitos e contrastados com acetato de uranila 3% e citrato de chumbo, posteriormente, levados ao microscópio eletrônico. RESULTADOS: As principais alterações ultraestruturais provocadas pelos diterpeno e tanino sobre larvas de Aedes aegypti foram vacuolização citoplasmática, desorganização e degeneração celular, mudança estrutural dos microvilos e deslocamento das células da lâmina basal. CONCLUSÕES: O diterpeno e a fração rica em taninos catéquicos provocaram a morte das larvas de Aedes aegypti através da destruição celular no intestino médio.
O principal mecanismo de controle do dengue tem sido por meio da eliminação do Aedes aegypti, seu transmissor mais competente. Este mecanismo consiste, principalmente, na destruição dos criadouros potenciais, na educação sanitária e no uso de inseticidas sintéticos. Estes inseticidas apresentam eficiência, mas são altamente tóxicos aos vertebrados e ao meio ambiente. Com o aparecimento da resistência dos mosquitos a essas substâncias, abre-se uma oportunidade aos inseticidas de origem botânica. Neste estudo, apresentam-se os mecanismos da atividade larvicida do ácido 3-β-acetoxylabdan-8(17)-13-dien-15-oico, extraído da planta medicinal Copaifera reticulata Ducke (Leguminosae), sobre larvas de terceiro estádio de Ae. aegypti. As larvas foram submetidas a uma solução do ácido a 9ppm, por até 24 horas. Aquelas que atingiram estado letárgico foram coletadas e fixadas em paraformaldeído a 4%, em tampão cacodilato de sódio 0.1M pH 7.2, incluídas em resina, e as lâminas, coradas pela técnica de hematoxilina-eosina e analisadas por microscopia de luz. O ácido causou a morte das larvas pela destruição celular do intestino médio, por meio de vacuolização citoplasmática, hipertrofia celular e nuclear, degeneração do bordo em escova, formação vesicular apical com liberação de conteúdo citoplasmático, estratificação do epitélio e dobras na matriz peritrófica. DESCRITORES: Histologia; morfologia; dengue; febre amarela; produtos naturais.
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