Resumo: Esse estudo representa parte do desenvolvimento e aplicação da metodologia para a abordagem do meio físico antrópico proposta por RODRIGUES (1990, 1997, 1999 e 2003). Nessa abordagem, coloca-se, entre outras necessidades, a do reconhecimento de sistemas geomorfológicos em seus diversos estágios de intervenção antrópica, tal como os estágios de pré-perturbação, de perturbação ativa e de pós-perturbação. Inclui-se também a perspectiva analítica na qual as intervenções humanas para a construção e manutenção desses ambientes são avaliadas enquanto ações geomorfológicas, portanto, passíveis de serem estudadas como intervenções em formas, materiais e processos. Nessa pesquisa, em particular, demonstra-se como formas originais semelhantes de alguns setores da metrópole paulista podem ser progressivamente derivadas em diversas formas antropogênicas. Parte-se do reconhecimento cartográfico das unidades morfológicas originais para posteriormente considerar a seqüência de intervenções antrópicas nas formas e na distribuição de materiais superficiais. Isso foi desenvolvido em testes para dois principais e complementares recortes escalares. Um deles foi realizado para a escala metropolitana, em 1:250000 para um período aproximado de cem anos e, o outro, para a escala de bacias hidrográficas de segunda e terceira ordens, predominantemente nas escalas 1:25000 e 1:10000 e períodos de trinta anos. Procura-se demonstrar como é possível identificar unidades espaciais semelhantes em suas combinações de morfologia original e antropogênica e como os processos atuais são dependentes do histórico da produção dessa nova morfologia urbana. Com isso, propõe-se a identificação dessas unidades para compor diversos instrumentos de planejamento urbano. Palavras-chave: Geomorfologia Antropogênica; Impacto da urbanização; Geoindicadores da urbanização; Avaliação de impactos; Planejamento urbano.
Resumo: O estudo propõe a retomada de discussões a respeito da pertinência e aplicabilidade de antigas referências teóricas e metodológicas no âmbito da Geografia Física e da própria Geografia. Recupera parte da filogenia da teoria geossistêmica com o objetivo de articulá-la a outras referências igualmente importantes nessa área do conhecimento. Demonstra como as tentativas de síntese, objetivos dos mais perseguidos da Ciência Geográfica, constituem passos fundamentais para a aplicação desse conhecimento, seja no ensino, nas práticas de planejamento territorial e ambiental ou para fundamentar reflexões de natureza teórica. São identificados alguns caminhos que fizeram que parte desse legado tenha sido equivocadamente perdido nos estudos que se defrontam com sínteses e interdisciplinareidade, principalmente no Brasil. Identifica também a natureza das atuais dificuldades para contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento dessa teoria e de referências assemelhadas igualmente relevantes para a construção do conhecimento geográfico do território brasileiro.
Resumo: Estudos voltados a sistemas hidro-geomorfológicos como o de bacias hidrográficas urbanas com diferentes graus e padrões de intervenção antrópica, vem sendo realizados para a Grande São Paulo de forma a aplicar procedimentos metodológicos propostos em RODRIGUES (1990RODRIGUES ( , 1997RODRIGUES ( , 1999RODRIGUES ( , 2004RODRIGUES ( e 2005. Partindo-se de princípios selecionados de amplas revisões teórico-metodológicas nas áreas de Geografia Física e Geomorfologia, esses estudos vêm demonstrando a aplicabilidade da antropogeomorfologia e da cartografia geomorfológica retrospectiva para identificação e aplicação de indicadores e parâmetros de avaliação dos efeitos das intervenções antrópicas nesses sistemas. Também têm evidenciado a necessidade de se considerar, simultaneamente, dois tipos de abordagem: as abordagens históricas em Geomorfologia integradas a parâmetros quantitativos, esses dependentes de séries históricas de dados padronizáveis e, por vezes, obtidos apenas em pesquisas arquivísticas. Propõe-se um quadro de indicadores potenciais para as referidas avaliações, em que se articulam esses indicadores a sistemas hidro-geomorfológicos afetados e à natureza da mudança, demonstrando-se correlações relevantes. A aplicação dessa metodologia e dos indicadores por ela identificados têm evidenciado que ao longo do último século, a intervenção antrópica acumulada em sistemas hidro-geomorfológicos da Região Metropolitana de São Paulo vem gerando eventos cuja magnitude e frequência apresentam valores semelhantes às de eventos naturais anômalos ou extremos. Por outro lado, a abordagem também tem permitido relacionar as intervenções e seus efeitos a importantes atores sociais no processo histórico de produção do espaço urbano, colaborando com gestão pública territorial e ambiental.
Geodiversity is a recent concept that refers to the abiotic variety of nature. It is defined as the range of geological (rocks, minerals, fossils), geomorphological (landforms, processes) and soil features, including their assemblages, relationships, properties, interpretation and systems. In this work, a method of quantitative assessment of geodiversity was applied to the Xingu drainage basin (Amazônia -Brazil). The method is based on the quantification and integration of abiotic features represented on thematic maps at scales ranging from 1:250,000 to 1:2,500,000, overlaid by a 1:25,000 systematic grid. In order to calculate the final geodiversity index, five partial numerical indices representing the main components of geodiversity were drawn compiled: geology, geomorphology, soil, palaeontology and mineral occurrences. The resulting Geodiversity Index map is presented in the form of five isoline classes. The objective of this method is to present such a mapping technique as a tool for environmental planning, particularly for the identification and definition of priority areas for conservation.
This work is devoted to study the existence of periodic solutions for a family of planar discontinuous differential systems Z(x, y; ε) with many zones. We show that for |ε| = 0 sufficiently small the averaged functions at any order control the existence of crossing limit cycles for systems in this family. We also provide some examples dealing with nonlinear centers when ε = 0.
From the 1990s, geodiversity studies have been widely carried out in order to understand, describe and preserve the natural heritage of the abiotic environment. Geodiversity assessments have principally been conducted using geological (minerals, rocks and fossils), geomorphological (landforms and processes) and pedological variables. This concept has been widespread and consolidated in scientific circles, where early studies focused on methods that assessed the spatial variability of the geodiversity, with a particular focus on quantitative aspects. In this study, a geodiversity quantification methodology (Pereira et al. 2013) has been applied to the Xingu River basin (Amazônia, Brazil), which covers approximately 51 million hectares. This methodology is based on measuring and integrating abiotic elements, which are spatialised using thematic maps at scales varying between 1:250,000 and 1:1,000,000 and using a 1:25,000 systematic linkage grid. This methodology was adapted for the Amazonian environment by including parameters related to river channel patterns, as approximately 12.6 % of the area is a fluvial environment (channels and floodplains). After applying the methodology, geodiversity indices varying between 4 and 32 were obtained, and a geodiversity hot spot in the basin was identified in the region known as "Volta Grande do Xingu" (The Great Bend of the Xingu). The results of the study highlight the fragility of legal tools for environmental protection of the area, primarily those related to aspects of the physical environment. Although large portions of the basin are partially or fully protected (as indigenous lands and conservation units), the area with the greatest geodiversity is precisely the one which has fewer legal protection devices and is where the Belo Monte hydroelectric power plant is being built.
Este artigo reúne resultados de pesquisas nas quais a abordagem da Antropogeomorfologia, a Geomorfologia do Antropoceno, foi aplicada, testada e desenvolvida, buscando identificar e dimensionar mudanças geomorfológicas ocorridas no processo centenário de urbanização da região metropolitana de São Paulo. Foram especialmente considerados intervalos históricos de aproximadamente um século ou menos, sistemas fluviais e flúvio-lacustres e geoindicadores, obtidos por estudos de caso, com diferentes recortes geográficos e escalas espaço-temporais. Por meio da metodologia utilizada comprovou-se a possibilidade de identificação de mudanças quanto à sua origem, se antrópica ou não, ou de origem complexa, assim como a possibilidade de mensuração de sua magnitude. A maior parte das mudanças observadas, sejam morfológicas, sedimentares, erosivas ou de balanços e taxas de processos, foram consideradas de alta magnitude para intervalos decadais ou centenários. Em sistemas preservados, mudanças deste tipo tendem a ocorrer em milhares ou centenas de milhares de anos. A magnitude das mudanças geomorfológicas observadas ajuda a caracterizar a necessidade de ampliação e de consideração dos estudos de Ciências da Terra nas atuais discussões sobre o Antropoceno, bem como na direção de uma participação efetiva dessa área do conhecimento no ordenamento do território e na busca de parâmetros para ampliação da resiliência dos sistemas físicos da superfície terrestre.
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