RESUMO:O desenvolvimento da escrita ortográfica pela criança é uma ferramenta importante para a expressão e organização do seu pensamento através do texto escrito. A revisão textual contribui de forma significativa neste desenvolvimento ao possibilitar que a criança reflita sobre as escolhas lingüísticas que realiza ao escrever. No entanto, se o aprendiz percebe o erro como evidência de seu fracasso em aprender, a revisão da própria produção pode ser uma experiência dolorosa. Este trabalho descreve o processo de revisão de texto realizado por uma criança cega, explorando a importância da realização de atividades de natureza metalingüística e do fazer-de-conta para o domínio da escrita ortográfica no sistema Braille, desenvolvimento da auto-estima e reconstrução de paradigmas sobre o aprender.Palavras-chave: Escrita ortográfica. Revisão de texto. Braille. ORTHOGRAPHIC WRITING AND TEXT REVISION IN BRAILLE: A STORY ABOUT RECONSTRUCTING LEARNING PARADIGMSABSTRACT: The development of the orthographic writing is a tool for children to express and organize their thought through their written production. Text revision contributes to this development as it allows children to think about the linguistic choices they make in their writing. However, if children take their mistakes as proof of their failure to learn, the revision of their own written production
O presente estudo examinou a relação entre habilidades cognitivas e linguísticas e segmentação lexical na produção textual em braille de 21 alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental de instituição especializada em deficiência visual. A habilidade de demarcar os limites das palavras no texto é desenvolvida ao longo do processo de aquisição da língua escrita, sendo fundamental para a compreensão textual. Foi investigada a ocorrência de hipossegmentações (junção de duas ou mais palavras) e hipersegmentações (espaço indevido inserido em uma palavra) na produção escrita de histórias. Houve predominância de hipossegmentações. Os participantes que apresentaram maior número de hipossegmentações em sua escrita obtiveram desempenho mais baixo nas tarefas referentes à habilidade verbal, memória de trabalho, consciência morfológica e leitura. Em oposição, aqueles que realizaram menos transgressões obtiveram melhor desempenho nessas tarefas. A elaboração de práticas pedagógicas que enfoquem habilidades cognitivas e linguísticas facilitaria a aquisição da língua escrita em braille.
No abstract
Neste artigo propomos pensar a pesquisa em educação a partir das reflexões de uma doutoranda e sua orientadora acerca de dois processos singulares: a relação com a escola que se vai produzindo no encontro com seus habitantes e a relação de orientação que acompanha e sustenta tal caminhar investigativo. A pesquisa de observação participante, realizada por 18 meses em uma escola municipal de Duque de Caxias, acompanhou o trabalho das professoras do ciclo de alfabetização a partir dos indícios oferecidos pelas crianças do que as práticas produziam nelas. Entrar no campo com abertura para que a investigação pudesse ser construída coletivamente demandou pensar a universidade a partir das intersecções entre conhecimento e experiência, pensar as relações que aí se dão para além da lógica da produtividade que parecem colonizá-las na atualidade, para pensar a liberdade como modo de existência, abertura aos outros e ao mundo, que implica abandonar o conforto das posições estabelecidas e enfrentar o risco do desconhecido. Esta abertura estava presente também nos encontros do grupo de pesquisa e nos encontros individuais de orientação onde se experimentavam formas de relação com objetos particulares de pesquisa e se questionavam modos instituídos e naturalizados de produção do conhecimento. As experiências formativas e o próprio processo de escrita tiveram importante papel no desenvolvimento da pesquisa. A partir desta experiência se procurou produzir deslocamentos nos caminhos da pesquisa em educação e nos modos como tem sido entendido o papel da orientação no processo de formação de pesquisadoras/es em educação.
Neste artigo propomos pensar a escola como espaço público e democrático a partir de uma pesquisa de observação participante realizada em uma escola pública do Rio de Janeiro que, apelidada carinhosamente de Mariana, também assim nomeia suas trabalhadoras e trabalhadores. A construção desta comunidade Mariana é compreendida em articulação com o conceito de produção do comum como o que nos possibilita habitar o mundo e crescer com e na presença dos outros. O trabalho das Marianas nos permite pensar como esses movimentos de produção do comum se dão a partir de gestos menores capazes de realizar transgressões, produzindo, nas brechas, formas mais potentes de viver a educação. Tais questões são discutidas a partir das experiências acompanhadas, como as assembleias semanais e um projeto desenvolvido que perseguiu o cuidado de si, do outro e do planeta. É, pois, esta educação menor e seus movimentos de responder e corresponder que nos interessam.
Dossiê organizado por Clarissa de Arruda Nicolaiewsky, Diogo Silva do Nascimento e Lourenço Cezar da Silva.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.