Neste artigo busca-se analisar as relações estabelecidas entre escravos e ex-cativos (forros) com a cultura escrita, a partir de um recorte de longa duração (1731-1750) e de um levantamento quantitativo de documentos produzidos na Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. As assinaturas foram elevadas ao estatuto de fontes para inferir os graus de letramento daqueles capazes de firmar seus nomes. As capacidades autográficas foram coletadas em processos-crime e testamentos, tendo sido as chancelas originais qualificadas com o auxílio de uma escala de assinaturas. Outras fontes analisadas foram as notícias de venda ou fuga de escravos, publicadas em um periódico do Oitocentos, uma vez que alguns anúncios informavam se os escravos sabiam ler e escrever. Ao longo do período analisado, percebeu-se uma continuidade na posse das tecnologias de leitura e escrita por parte dos homens que exerciam ofícios especializados, como os alfaiates, pedreiros e carpinteiros.
RESUMO: Analisamos a moralidade a partir de representações e práticas efetivadas em uma escola pública de São João del-Rei, o Grupo Escolar "João dos Santos". Sob o ponto de vista teórico-metodológico, utilizamos os "jogos de escalas", que possibilitam a apreensão de diferentes dimensões: do nacional ao regional, do local ao individual. Foi realizada uma pesquisa documental em fontes diversas: legislação, imprensa periódica, atas de exames da escola, jornal publicado por professores e alunos da instituição, fotografias, boletins, caderno de caligrafia e entrevistas com uma ex-aluna. No período analisado, 1930 a 1946, houve ampliação do acesso aos grupos escolares no Brasil e intensa atividade legislativa a regular o ensino religioso. Concluímos que, mesmo não sendo o ensino religioso conteúdo obrigatório nas escolas públicas, a cultura religiosa se encontrava disseminada nas atividades escolares, fosse nas aulas de caligrafia, nas festas escolares, fosse no periódico publicado por professores e estudantes. Ademais, a aula "Religião" foi acrescentada por uma professora no boletim escolar, constando de parte da avaliação. Tais indícios revelam falta de sincronia entre as prescrições legais e as práticas escolares. Palavras-chave: Educação religiosa. Grupos escolares. Moralidade. REI (1930REI ( -1946 AbstrAct:
"DRESSING LIKE AN ANGEL": MORALITY AND EDUCATIONAL PRACTICES IN SÃO JOÃO DEL-In this paper, we analyze the morality based on representations and practices carried out in an elementary school in São João del-Rei (Minas Gerais, Brazil), the "João dos Santos". Under the theoretical and methodological point of view, we use the "scales of games" that allow the seizure of various
Investiga-se a relação de moradores de São João del-Rei (Minas Gerais) com a palavra escrita, tomando como fontes testamentos e inventários, produzidos entre 1750-1850. Foi realizado um perfil dos assinantes e das assinaturas qualificadas a partir de uma escala, sendo a segurança dos traços tomada como indicador de letramento. Os dados foram analisados à luz da História da Educação em diálogo com a História da Cultura Escrita. Conclui-se que a capacidade de assinar era mais disseminada entre os homens brancos e proprietários. Os maiores graus de letramento eram reservados aos professores, clérigos e negociantes. Mesmo assinando em menor número que os homens, as mulheres sanjoanenses apresentaram índices de letramento superiores às portuguesas e africanas.
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