Resumo O artigo apresenta um estudo exploratório descritivo sobre habilidades de Comunicação de Más Notícias (CMN) de internos de Medicina. Investigou-se a percepção discente sobre aprendizagem para CMN com delineamento transversal e abordagem mista. Houve aplicação de questionário, obtendo 176 participantes, e grupo focal com 12 estudantes. Os dados foram analisados pelo cálculo das médias e desvios-padrão para variáveis quantitativas e as falas do grupo focal foram submetidas à Análise de Conteúdo. Observou-se o dobro da frequência com mais habilidade para CMN no grupo que teve treinamento em comparação ao que não teve. No manejo da CMN, considerou-se mais difícil “ser honesto, sem tirar a esperança” (69%) e “lidar com a emoção do paciente” (59%). 99,4% conheciam o protocolo SPIKES, destes 41,5% consideraram a expressão de emoções sua etapa mais difícil. A comunicação e o manejo das emoções foram apontados como desafios na relação médico-paciente, com déficits no ensino de CMN. Obteve-se que a CMN não se limita à técnica, mas envolve atitudes que precisam ser abordadas com metodologias diversas, assim como requerem a implementação de políticas de educação na área médica, sobretudo diante das demandas emergentes da pandemia de Covid-19.
Resumo Paralelamente à pandemia de covid-19, a Organização Mundial da Saúde alerta para uma infodemia de fake news relacionadas à doença. Objetiva-se, neste trabalho, conhecer a dimensão do fenômeno e alguns caminhos já identificados pela ciência para enfrentá-lo. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases Scopus/Elsevier e Medline/PubMed, que incluiu 23 artigos. Por meio de análise da literatura, identificou-se que fake news oferecem falso suporte social e mobilizam sentimentos capazes de torná-las mais aceitáveis do que notícias verdadeiras. Dessa forma, as redes sociais e a internet despontam como plataformas disseminadoras de informações falsas. As pesquisas sugerem que instituições governamentais e midiáticas podem utilizar os canais de comunicação como aliados, com tecnologias de monitoramento e infovigilância para alertar, esclarecer e remover conteúdo enganoso. Também deve haver investimentos em ações de alfabetização científica e digital, de forma que as pessoas tenham condições de avaliar a qualidade das informações recebidas. Propõe-se a adoção de estratégias criativas, que despertem a capacidade de raciocínio, aliadas a informações científicas traduzidas em linguagem acessível, de preferência com aprovação de autoridades sanitárias e institucionais.
Parallel to the covid-19 pandemic, the World Health Organization warns of an infodemic of fake news related to the disease. This integrative review investigates the dimension of this phenomenon and how science found ways to confront it. A bibliographic search was conducted on the Scopus/Elsevier and Medline/PubMed databases, retrieving 23 articles. Literature analysis found that fake news provide false social support and mobilize feelings which make them more acceptable than the truth. Hence, social media and the internet emerge as platforms to spread false information. Research suggests that government and media institutions can use communication channels and monitoring and infoveillance technologies as allies to alert, elucidate, and remove misleading content. We find the need of investments in scientific and digital literacy actions so people may assess the quality of the information they receive. Finally, this study proposes the adoption of creative strategies to foster reasoning skills together with scientific information translated into an accessible language, preferably approved by health and institutional authorities.
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