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O artigo tem o objetivo de avaliar a ação dos poderes públicos locais e da sociedade civil na construção da sustentabilidade territorial, face aos processos de implantação de megaempreendimentos no município de Itaguaí-RJ. Para tal, descreve os impactos das transformações trazidas pelos grandes empreendimentos no território em análise. Examina-se a atuação dos poderes locais para mitigar os efeitos indesejáveis e irrigar aqueles aspectos do crescimento favoráveis a uma melhoria das condições de vida e sustentabilidade do município. Como resultado, verifica-se a carência de instrumentos para o tratamento técnico e político ao lado dos interesses e estratégias do poder central e dos capitais envolvidos, principalmente quanto à capacidade de monitorar as ações, tendo em vista aspectos como as discrepâncias entre o período dos mandatos para prefeitos e o planejamento de longo prazo mantido pelas empresas. Também foi observada a falta de articuladores locais capacitados em fomentar ações em prol da governabilidade, da gestão social participativa, da coesão social e territorial, da sustentabilidade, da inclusão econômica e de bem estar no território em questão.
Resumo A cadeia produtiva do leite passou por grandes transformações na década de 1990, decorrentes do fim da regulamentação do setor, da integração comercial regional, da internacionalização do capital, o que implica a ampliação da participação das transnacionais da indústria láctea, entre outras. Esses fatores expuseram, em especial, os baixos índices de eficiência técnica e de qualidade dessa cadeia, demonstrando a necessidade de ações para melhoria e integração de seus elos. Esta pesquisa analisa a condição de abandono em que as organizações familiares produtoras de leite se encontram no Brasil, dada a falta de assistência técnica rural na história recente do país e, portanto, o dilema que o pequeno produtor enfrenta em busca de extensão rural, diante do colapso do extensionismo público e do custoso sistema privado de extensão. A pesquisa de campo foi conduzida em Valença-RJ e na região sul fluminense e discute a viabilidade de um programa de assistência técnica e de gestão criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, seção Sudeste) e praticado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar, Rio de Janeiro), organização paraestatal mantida por recursos financeiros, materiais e de pessoal provenientes de contribuição privada na região do Rio de Janeiro. Os resultados evidenciam a necessidade de um sistema de parcerias que gere benefícios e formação de uma rede local para o desenvolvimento da região.
<p>O artigo compara os acelerados processos de crescimento econômico motivados por megaempreendimentos nos municípios de Macaé e de Itaguaí, ambos localizados no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Tais processos, ainda que defasados no tempo, não significaram melhoria nos indicadores de desenvolvimento socioeconômico e ambiental e sim um processo de crescimento desordenado dos referidos municípios. Objetiva-se analisar tal situação pela ótica dos modelos participativos deliberativos propostos por Tenório, et al., (2008) e do arcabouço teórico do Desenvolvimento Territorial Sustentável, a fim de construir uma análise crítica de como se deu estes processos e como estes poderiam ter sido pautados nos princípios democráticos da coesão social, da valorização da identidade local e na territoriabilidade. Tirar lições do caso de Macaé, que teve um crescimento exponencial após as instalações das plataformas de petróleo na bacia de Campos e verificar quais as similaridades deste caso para o município de Itaguaí, que passa por transformações estruturais devido aos investimentos do Porto de Itaguaí justifica-se a analise. O artigo é pautado em duas pesquisas que tiveram como objetos de estudo os respectivos municípios e os resultados indicaram a baixa participação da sociedade civil <em>vis-à-vis</em> o poder das organizações empresariais e da incapacidade dos poderes públicos locais em fazer face ao poder do mercado.</p>
This article addresses the trajectories of peasant families of the rural areas in the municipalities of Juazeiro, Casa Nova, Campo Alegre de Lourdes, and Remanso development, in the Sertão do São Francisco territory, semiarid Bahia, Brazil. It aims to interpret the processes of rural development in the territory based on the results of innovations incorporated by families from the interaction in learning networks mobilized by non-governmental organizations and access to a set of public policies. The Lume method was used to guide the economic and ecological analysis of agroecosystems. In its recent history, this territory was the beneficiary of several policies of tackling misery and hunger through Zero Hunger (Fome Zero) and Brazil without Extreme Poverty (Brasil sem Miséria) governmental programs, aimed at peasant farming. The incidence of extensive territorial development policies conducted by innovative institutionalities is another feature that called the attention of the research. A significant ensemble of innovations has been incorporated to the agroecosystems, to which contributed the public policies of the democratic period and, most importantly, the social capital of the territory resulted from the mobilization of the peasantry as well as from their partner organizations. The trajectories of analyzed families show how food production for self-consumption of the families, the reciprocity of give-and-take actions and the trading in a big diversity of local markets, while empowering the families’ struggle for autonomy, also contributes to summon social active strength for the construction of rural development alternatives aimed at both making peasant farming stronger and ensuring food sovereignty of the territory.
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