Este artigo teve como objetivo avaliar a distribuição espacial e temporal dos parâmetros da produtividade hídrica (evapotranspiração e produção de biomassa) para a porção paulista do Aquífero Guarani entre os anos de 2013 e 2015, buscando verificar o impacto da estiagem de 2014 na região. O algoritmo utilizado para calcular a evapotranspiração foi o SAFER (Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving) e a equação de Monteith para estimar os parâmetros da produção de biomassa. Foram utilizados dados de estações agrometeorológicas e imagens digitais sem nuvens do satélite MODIS de dias julianos iguais entre 2013 e 2015. Em valores médios, para toda área paulista do afloramento do Aquífero Guarani, ocorreu diminuição da evapotranspiração e produção de biomassa nos anos de estiagem (2014-5). A produtividade hídrica, quando tomada em referência uma série histórica que permita a análise de tendência, é um potencial indicador de estresse hídrico de vegetação e culturas. A queda expressiva na evapotranspiração em 2014 e 2015 é uma evidência de impactos na recarga de aquífero e diminuição no nível freático. Foram encontradas evidências de que a estiagem teve maior impacto na região rural ao norte do afloramento paulista do Aquífero Guarani (região de Ribeirão Preto) em comparação à região do Paranapanema, sendo uma possível explicação para isso o fato da primeira ter predomínio de plantio de cana-de-açúcar e a segunda de Eucaliptos. Essas informações espaciais geram subsídios para tomada de decisão em gestão ambiental regional.
Sentinel-2 images at 10-m resolution were used for modeling crop coefficients and biomass production with the application of the so-called SAFER (Simple Algorithm for Evapotranspiration Retrieving) and Monteith model for biomass production in an area nearby the city of Águas de Santa Bárbara, in the central-western part of São Paulo State, Brazil, which presents a vast agricultural landscape mosaic, to analyze the effects of the end of the recent ENSO's (El Niño-Southern Oscillation) most active period (2016/2017) and its posteriori effects on vegetation (until early 2018). Surface albedo, temperature, net radiation, and NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) from the main land uses were extracted to process microclimatic comparisons. Crop coefficient (dimensionless) and biomass production (kg.ha −1 .day −1 ) ranges for the period studied were 0.92-1.35 and 22-104 kg·ha −1 ·day −1 (in the area occupied by sugarcane crop), 0.56-0.94 and 15-73 kg·ha −1 ·day −1 (pasture), 1.17-1.56 and 25-210 kg·ha −1 ·day −1 (silviculture), and 1.05-1.36 and 30-134 kg·ha −1 ·day −1 (forest). According to the spatial and temporal consistencies, and after comparison with previous point and large-scale studies with similar climatic and thermal conditions, the SAFER and Monteith modelsshowed the ability to quantify and differentiate the large-scale crop coefficients and biomass production of different land uses in the southeast Brazil region. The SAFER algorithm with Sentinel-2 images obtained crop coefficients that indicated plant growth stages and local thermohydrological conditions at a 10-m resolution. The results are important for land use, crop yield and reforestation planning, and for water management plans for actual and future water demand scenarios, and this methodology is useful for monitoring rural and water parameters, and for precision agriculture applications.
A escassez de informações para embasar a tomada de decisão no gerenciamento de recursos hídricos é uma das principais limitações ao uso adequado desses recursos. Assim, metodologias de regionalização de vazões, que visam suprir a ausência de medições de vazões, a partir da utilização das informações hidrológicas de bacias com características físicas similares, são de vital importância. O Estado de São Paulo utiliza um método de regionalização de vazões formulado com dados das décadas de 1940 a 1980 para gestão de outorgas de água em regiões sem dados históricos fluviométricos. O presente trabalho avaliou este método de regionalização de vazões com valores mensais médios em cinco microbacias da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do “Médio Paranapanema” (UGRHI 17), que compõem o Comitê de Bacia Hidrográfica do “Médio Paranapanema” (CBH-MP), analisando a aderência de suas curvas de permanência. O principal objetivo foi analisar se (1) as curvas de permanência que utilizam dados de regionalização de vazões proveem informação suficiente para a tomada de decisão e (2) quais impactos o uso da metodologia atual pode gerar. As análises foram feitas com três recortes temporais, usando dados observados anteriores e após 1990, bem como a série histórica completa. Dessa forma, evidências do impacto da desatualização do modelo de regionalização de vazões podem ser extraídas. O modelo de regionalização de vazões médias mensais utilizado pelo Estado de São Paulo apresentou subestimação de vazões, comprovada com a realização de testes de aderência estatística, com resultados piores em microbacias menores. As curvas de permanência obtidas a partir de dados de regionalização de vazões apresentaram melhor aderência aos valores observados anteriores a 1990. A principal fonte de incerteza na manutenção do uso dessa metodologia é sua desatualização frente a cenários de mudanças climáticas. O processo de outorga de água, quando baseado nesse método, apoia-se em cenários mais restritivos que os reais, enquanto para o planejamento de obras civis há baixa previsibilidade de eventos extremos, como enchentes. Com isso podem ser gerados impactos na segurança hídrica (com outorgas mais restritivas e menor previsibilidade de cheias) e empecilhos à sustentabilidade no uso da água nessas microbacias. Avanços nos estudos em regionalização de vazões, bem como a expansão das redes hidrométricas, ampliam a base de dados para tomada de decisão em gerenciamento de recursos hídricos nos comitês de bacias.
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